Magda II: o retorno da Bruxa

Capítulo 18

Era quinta-feira, eu não estava nem um pouco animada em ir até a casa da Giovanna. Naqueles últimos dias ela tinha se tornado chata e grosseira comigo, acredito que a doença provocava isso. Ela não dava sinais de melhora e passava a maior parte do tempo na cama sem se mover muito. Faltava pouco, muito pouco mesmo para tudo aquilo acabar e cada um retornar à sua vida normal.

– Está frio! Não deixe a porta aberta por muito tempo! – gritou ela lá do quarto.

A avó dela saiu há pouco tempo para levar as roupas na lavanderia e eu ficaria ali até ela voltar.

– Gio, nosso tempo está acabando, em breve você estará livre. Eu devo lhe apresentar a prova que fiz ontem. Estamos no último semestre, minha missão está na fase final e logo você irá reassumir seu lugar.

– Droga Magda! Não estou entendendo nada do que está me dizendo. – reclamou ela, fazendo uma careta horrível – Pode me dar um pouco daquele remédio?

– Sim, claro.

Enfiei a mão na minha bolsa e retirei o analgésico que eu mesma fiz. Entornei metade do vidrinho na boca dela. Alguns minutos mais tarde ela já estava calma e amigável. Eu me preocupava com a dependência dela, pois ainda não fiz o antídoto ou algum remédio que evitasse o vício.

– Ah... agora estou melhor. Espero que tenha um bom estoque desta droga, vou mesmo precisar.

– Espero que não se vicie.

– Larga a mão de ser besta, garota, este tratamento está surtindo efeito, não notou?

– Notei. Deixe eu falar da prova, vai precisar estar por dentro de tudo quando voltar, lembra? – ela olhava-me com atenção, mas eu sabia que ela estava com a mente longe – Ontem foi a prova de análises biológicas e doenças hereditárias. Eu não fui muito bem, sinto muito.

– Como assim? Você está me representando! É sua obrigação ir bem nas provas.

– Eu sei. Isso tem um lado bom, já que você não ia tão bem nas provas. – eu esperei ela responder, mas não respondeu – A prova consistia em cálculos para a dosagem certa dos medicamentos...

– Magda, o que pode enfraquecer uma Bruxa? Já que são tão poderosas.

– Eu já te disse, alguns tipos de metais... É necessário calcular a dosagem certa ou não surtirá o efeito esperado e o paciente poderá ir a falência...

– Tipo ferro? – interrompeu-me.

Olhei para ela.

– É, tipo isso. As doenças hereditárias são mais difíceis de serem impedidas de passarem para os parentes sucessores, uma vez que está na genética... Está prestando atenção no que estou te dizendo?

– O Juan... Eu sinto muita saudade dele, entende?

– Certo, agora vamos falar do Juan – fechei o caderno com violência.

– Você precisa acertar as coisas com ele por mim, eu fiz besteira com ele, fui rude, mas eu sinto a falta dele. Pode fazer isso por mim? Por favor...

– Quer que eu me apaixone por ele? Quer que eu beije ele?

– Você é uma Bruxa, pode usar seus métodos para atraí-lo, sem se envolver.

Consultei o relógio.

– Olha Giovanna, eu já vou indo. Até breve. Mês que vem, no máximo vai se livrar de mim. Então poderá ter seu "crush" de volta.