Sozinha No Mundo

Capítulo 1

Acordo assustada com o som estridente do alarme do celular,por sorte ele havia me tirado de um pesadelo horrível. Olho ao redor e tudo parecia estar normal.
"Ufa, foi só um pesadelo"

Não havia percebido que o alarme continuava tocando. Henri colocou um travesseiro na cabeça, soltando um gemido.

-Uma pessoa está interessada em dormir, então se por gentileza a senhorita puder desligar esse alarme irritante, eu agradeceria.

-Desculpe, estava pensando em algo que acabei não prestando atenção.
Digo enquanto desligava o alarme.
Henri sorriu, virou se e dormiu novamente.

Me levanto, fazendo alguns alongamentos enquanto adentro a casa de banho.

Pego a primeira roupa que encontro no armário e faço um penteado qualquer em meu cabelo. Dou uma rápida encarada no espelho.
"Vai ter que servir". -Pensei.

Enquanto saia do quarto, dei uma última olhada em Henri, que mal havia se mexido. Voltei até sua cama e lhe dei um beijo molhado na testa.

-Eu te amo.

Desci as escadas e adentrei a cozinha, meus pais e minha irmã tomavam café, me juntei a eles.

-Bom dia.
-Bom dia Lorena. - Todos responderam em uníssono.

Meu pai lia o jornal pelo tablet enquanto minha mãe bebericava seu café e Cíntia parecia não prestar  muita atenção em nada ao redor além do seu celular que não parava de vibrar.
Comemos em silêncio e sai sem me despedir deles.

                             ***

Cheguei na escola no mesmo horário, Gabriel estava me esperando no portão como de costume, lhe comprimentei com o nosso toque e em seguida, um rápido abraço.
Enquanto íamos para o nosso "escritório" que na verdade era uma mesa isolada que nos sentávamos todos os dias, ele perguntou:

-Você está bem?
-Tive um pesadelo, estou meio pensativa sobre ele.
-Vamos sentar e conversar sobre?
-Pode ser.

Sentamos nas nossas respectivas cadeiras e jogamos nossas mochilas na mesa, ele se ajeitou e me encarou.

- O que aconteceu?

Um arrepio percorreu minha espinha ao lembrar do sonho mas, mesmo assim, comecei a falar:

-Meu pesadelo foi com o meu irmão, sonhei que ele estava sendo morto.

Gabriel arregalou seus pequenos olhos enquanto passava a mão sobre seus longos cabelos negros.

-Vou pesquisar o significado no Google, talvez podemos ter uma resposta satisfatória que acabe com a sua preocupação.
-Não acredito em "significado de sonhos"
-Não custa tentar né?

Respirei fundo e balancei a cabeça em sinal positivo. Gabriel tirou seu iPad da mochila e começou a pesquisar sobre o sonho.
Lemos a respeito em um site de interpretação de sonhos, mas segundo o mesmo, aquilo não parecia ser nada demais.

- viu? Não é nada demais, foi apenas um pesadelo, relaxa.
Disse me puxando para um abraço na qual eu retribui com carinho. O abraço é interrompido pelo som dos meus materiais jogados no chão por alguém:

- Ah, desculpa nerd, não foi minha intenção.

Aquela voz repugnante eu reconheceria em qualquer lugar,era Agnes acompanhada de suas "amigas" que só sabiam humilhar as pessoas simplesmente por que seus pais eram diretores da escola.
Depois de praticarem o seu bullying diário comigo, elas saíram, me deixando novamente sozinha com Gabriel.
Ele se abaixou e me ajudou a recolher os materiais, como de costume. Na mesma hora, Giovana e Duda chegaram.