Capítulo 5

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Entramos novamente em casa, Gih me ajudou a lavar a louça como sempre fazíamos. Após terminarmos o serviço, ela pendurou o pano no braço da geladeira e me disse:

-Amiga, minha mãe já está vindo me buscar tá? Me passa o endereço de onde será o velório por favor?

-Tudo bem, eu te passo o endereço depois.

-Me mantenha informada.

Diz Gih me dando um abraço apertado.

Descemos juntas e ela se despede de mim com um beijo molhado na bochecha, lhe retribuo um sorriso fechando o portão de entrada assim que ela sai.

Subo as escadas e entro em casa, a sala estava vazia, me jogo no sofá e dou uma olhada nas mensagens para passar o tempo. Só havia recebido "meus pêsames" de algumas pessoas da escola e nada mais.

A porta da sala é aberta e da passagem para os meus pais que tinham uma expressão exausta. Eles me olharam e sorriram dolorosamente, eu retribui e eles se sentaram no sofá ao meu lado me aconchegando em um abraço.

Meu pai pergunta:

-Sua irmã chegou?

-Sim, ela está lá em cima.

-Ok.

Ele se levantou e caminhou em direção a cozinha, deixando minha mãe e eu sozinhas.

Para quebrar o silêncio eu pergunto:

-Que horas será o velório?

-Te mandei o horário com o endereço para você mandar aos seus amigos.

-Ta bom. -respondo sem emoção.

Minha mãe se aconchega mais perto de mim e me envolve com os seus longos braços tatuados.

-Você comeu?

-Eu tomei café com a Gih.

-Ela dormiu aqui?

-Sim, eu não queria ficar sozinha.

-Tudo bem, todos precisamos de uma companhia nesses momentos.

Mais um minuto de silêncio... Ela quebra o silêncio sufocante dessa vez:

-Me ajuda a fazer o almoço?

-Eu faço sozinha, você e o pai estão exaustos, vão descansar.

-Nada disso, esse é o nosso ritual de mãe e filha então vamos fazer juntas. -diz

ela pegando em minha mão e me ajudando a levantar.

Vamos até a cozinha, eu pego as panelas e as coloco no balcão enquanto ela revira os armários para ter alguma ideia do que faríamos.

-Pensei em macarrão com queijo, o que me diz?

-É uma boa. -digo tentando parecer animada.

-Será isso então!

Meu pai não havia se mexido desde a hora que entramos lá, então eu decido me aproximar.

-Ta tudo bem?

-Sim. - diz ele secando o rosto avermelhado.

Ele levanta e se retira da cozinha, nos deixando sozinhas novamente. Eu olho para a minha mãe:

-Eu fiz algo errado? Por quê ele está me evitando?

- Talvez ele só esteja cansado Loren, ele teve uma noite estressante.

-Todos tivemos mãe.

- Dê um tempo para ele, você sabe que as pessoas lidam com o luto de formas diferentes.

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