O sinal foi barulhento como sempre, o que já não incomodava tanto. Quando o pátio foi se esvaziando, coloquei meus fones e caminhei até minha sala. Estava tão distraída que acabei esbarrando em Jason.
- Desculpe.
- Você anda bem distraída hein.
- Eu sei, estou meio pensativa sobre muitas coisas.
- Quer conversar sobre?
- Acho que não, quanto menos pessoas souberem, melhor é.
- Entendo.
- Bom, eu preciso ir para a aula, já devo estar atrasada.
- Eu te acompanho até lá.
- Não precisa.
-Eu insisto. Vamos? - dizia ele abrindo seu braço para que eu passasse o meu e assim o fiz.
Quando chegamos na sala, o professor de Filosofia estava na porta e não parecia nada feliz com o meu atraso.
- Está 4 minutos atrasada.
- Desculpe Professor, é que eu...
- Ela estava estudando comigo.
Jason o respondeu, o que me deixou assustada enquanto eu olhava com uma cara de "Estávamos é?"
O professor passava a mão em sua barba analisando cada expressão nossa.
- E o que estavam estudando?
- Matemática
O professor pareceu pensar no tempo que ele perderia preenchendo uma ocorrência por atraso, então ele abriu caminho e disse:
- Entendi,pode entrar, mas que isso não se repita novamente. E você, vá para a sua sala.
Entrei na sala de cabeça baixa, todos me olhavam e algumas pessoas susurravam coisas chatas e até obsenas sobre mim, o que me deixou bem constrangida.
Sentei em meu lugar, Gabriel não estava lá, o que me fez estranhar.
- Bom, agora podemos começar a aula, hoje vamos falar sobre...
TOC TOC TOC.
O professor olha para a porta e suspira com uma cara de "hoje não é meu dia". Ele abre a mesma com uma cara de incomodado, era a funcionária responsável pelas convocações.
- Aluna Lorena Garcia.
Me levantei como forma de apresentação.
- Seu responsável veio lhe buscar, arrume seus materiais e me acompanhe.
Olhei para o professor que pareceu não se importar muito, dei de ombros e arrumei minha mochila, a joguei nas costas e falei somente com os lábios para as meninas:
- Eu mando mensagem depois.
Sai da sala e desci até o pátio,meu pai estava me esperando sentado em um dos bancos. Me aproximei dele e perguntei:
- Pai, o que está fazendo aqui?
- Oi Loren, passei para te buscar.
- Você nunca me busca na escola sem algum motivo. Aconteceu alguma coisa?
- Não, está tudo bem. Agora vamos para casa.
Não perguntei mais nada sobre. Andamos até o carro em silêncio mas, o mesmo é quebrado pelo toque de celular do meu pai.
A conversa durou muito, foi bem objetiva e não com muitos detalhes. "Deve ser alguém do trabalho".
O percurso até nossa casa foi completamente silencioso, e meu pai parecia preocupado, seu semblante estava diferente, por um momento nunca imaginei que fosse ver o meu pai triste.
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Sozinha No Mundo
ChickLitA vida é bela para quem sabe como aproveitá-la, não é mesmo? E Lorena sabia bem como aproveitar. Ela sempre se mostrou como uma pessoa feliz e muito amorosa com todas as pessoas ao seu redor porém toda a alegria acaba em algum momento e ela experime...