Capítulo 2

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O sinal foi barulhento como sempre, o que já não incomodava tanto. Quando o pátio foi se esvaziando, coloquei meus fones e caminhei até minha sala. Estava tão distraída que acabei esbarrando em Jason.

- Desculpe.

- Você anda bem distraída hein.

- Eu sei, estou meio pensativa sobre muitas coisas.

- Quer conversar sobre?

- Acho que não, quanto menos pessoas souberem, melhor é.

- Entendo.

- Bom, eu preciso ir para a aula, já devo estar atrasada.

- Eu te acompanho até lá.

- Não precisa.

-Eu insisto. Vamos? - dizia ele abrindo seu braço para que eu passasse o meu e assim o fiz.

Quando chegamos na sala, o professor de Filosofia estava na porta e não parecia nada feliz com o meu atraso.

- Está 4 minutos atrasada.

- Desculpe Professor, é que eu...

- Ela estava estudando comigo.

Jason o respondeu, o que me deixou assustada enquanto eu olhava com uma cara de "Estávamos é?"

O professor passava a mão em sua barba analisando cada expressão nossa.

- E o que estavam estudando?

- Matemática

O professor pareceu pensar no tempo que ele perderia preenchendo uma ocorrência por atraso, então ele abriu caminho e disse:

- Entendi,pode entrar, mas que isso não se repita novamente. E você, vá para a sua sala.

Entrei na sala de cabeça baixa, todos me olhavam e algumas pessoas susurravam coisas chatas e até obsenas sobre mim, o que me deixou bem constrangida.

Sentei em meu lugar, Gabriel não estava lá, o que me fez estranhar.

- Bom, agora podemos começar a aula, hoje vamos falar sobre...

TOC TOC TOC.

O professor olha para a porta e suspira com uma cara de "hoje não é meu dia". Ele abre a mesma com uma cara de incomodado, era a funcionária responsável pelas convocações.

- Aluna Lorena Garcia.

Me levantei como forma de apresentação.

- Seu responsável veio lhe buscar, arrume seus materiais e me acompanhe.

Olhei para o professor que pareceu não se importar muito, dei de ombros e arrumei minha mochila, a joguei nas costas e falei somente com os lábios para as meninas:

- Eu mando mensagem depois.

Sai da sala e desci até o pátio,meu pai estava me esperando sentado em um dos bancos. Me aproximei dele e perguntei:

- Pai, o que está fazendo aqui?

- Oi Loren, passei para te buscar.

- Você nunca me busca na escola sem algum motivo. Aconteceu alguma coisa?

- Não, está tudo bem. Agora vamos para casa.

Não perguntei mais nada sobre. Andamos até o carro em silêncio mas, o mesmo é quebrado pelo toque de celular do meu pai.

A conversa durou muito, foi bem objetiva e não com muitos detalhes. "Deve ser alguém do trabalho".

O percurso até nossa casa foi completamente silencioso, e meu pai parecia preocupado, seu semblante estava diferente, por um momento nunca imaginei que fosse ver o meu pai triste.

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