- Pronto, princesa, agora já pode ir pra casa.
A enfermeira dava os últimos cuidados para que pudéssemos ir embora. No final das contas, Julia não precisou passar mais uma noite no hospital e no dia seguinte conseguimos a alta dela.
- Você vai embora comigo? – ela perguntou esperançosa olhando para a moça de cabelos enrolados.
Ela riu.
- Não querida, eu preciso ficar aqui pra cuidar das outras crianças que estão dodói. – piscou para minha filha.
Eu sorri com a cena, mas fiquei preocupada. Julia se apegava muito fácil as pessoas, objetos e afins. Ela mal conhecia a funcionária e já queria leva-la para casa. Esse jeitinho doce e encantador da minha filha pode trazer muito estrago para ela mesma.
- Bom, então vamos ver se o papai já chegou pra vim buscar a gente. – eu cortei o clima nostálgico e disquei o numero de Peter.
Ao quinto toque ele atendeu esbaforido.
- Oi, minha linda.
- Oi. – ainda não estava sabendo se dava o braço a torcer ou se mantinha linha durona. – Você já está chegando?
Houve uns instantes de silencio antes de responder.
- Chegando onde? No hospital? – ele parecia confuso.
Ele esqueceu que a filha dele ia ter alta hoje?!
Me manter durona! Acabei de resolver. Vou me manter na linha dura.
- Peter... – suspirei e engoli um xingamento. – Quer saber?! Deixa pra lá.
Desliguei o telefone antes de escutar suas desculpas.
Olhei minha menina animada e sorri.
- O papai está chegando?
Mantive meu melhor disfarce. Ela não precisa saber que é a segunda opção do pai.
- Não, querida. O papai está indo pra casa nos encontrar, tudo bem?
- Ok.
Disquei, do telefone do quarto, para a recepção e pedi um táxi. Já é segunda-feira e todos precisaram voltar aos seus afazeres. E se o pai não pode deixar o trabalho pra vir buscar-nos, os outros também não.
- Vamos, meu anjo, o carro vai esperar por nós lá embaixo.
E assim foi. Por onde passava, Julia acenava e agradecia. A equipe de enfermagem estava encantada com a minha menina. Não poderia ser diferente.
No caminho, dentro do taxi, Julia já fazia planos do que iria fazer quando chegasse em casa. E eu só ria com sua empolgação.
Quando paramos na frente de nossa casa, Matheo e Luiza estavam segurando uma faixa pintada por eles onde dizia BEM VINDA JULIA de uma forma tosca e mal desenhada. Eu queria chorar com a demonstração mas apenas sorri e aplaudi.
Julinha correu para abraçar os irmãos e notei a Dona Lourdes com lágrimas nos olhos.
- Eles quase não dormiram essa noite. Estavam sentindo falta da irmã.
Eu assenti.
- Julia também não via a hora de voltar pra casa.
- Eu não vou mais jogar água em você, prometo. – Matheo disse choroso á irmã ainda frágil.
Luiza balançou a cabeça firme.
- Não vai mesmo. – ela bufou e depois voltou a atenção para a irmã. – Eu vou te proteger pra sempre.
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Depois do Recomeço (Livro 2)
RomanceHeloisa e Peter estão de volta com uma confusão dos diabos pra resolver. Passaram-se cinco anos desde que os trigêmeos nasceram. As crianças tomam muito tempo, a empresa de Peter está passando por algumas mudanças e a vida amorosa desses dois está f...