Capítulo 33

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Heloisa

- O que você está pensando em fazer? – perguntei ao meu marido que estava a meia hora concentrado em uma fatia de bolo intocada.

Ele pareceu despertar e me encarrar.

- Não sei como fazer pra conseguir as filmagens. A policia geralmente não dá ouvidos á um civil comum. – ele perecia realmente preocupado.

Fiz uma careta.

- Isso é verdade. – olhei para fora, pelas janelas abertas e coloquei minha cabeça pra funcionar. Precisávamos de um plano para recuperar as imagens e talvez incriminar o Andrew. Mas como? ... de repente tive uma super ideia. – Peter ... – gritei e ele levou um susto. – desculpa... é que eu lembrei de uma coisa. E se pedirmos para aquele amigo do seu pai nos ajudar. Lembra dele? O que nos ajudou com o caso do Natan anos atrás?

Ele franziu a testa, depois arregalou os olhos e bateu a palma da mão na mesa levemente.

- Porra... é verdade. Vou ligar pro meu pai. – ele apertou minha mão enquanto discava. – Você é um gênio, minha linda.

Sorri, orgulhosa de mim mesma.

- Eu sei. – ri para quebrar a tensão.

- Convencida. – ele riu também e puxou minha mão até sua boca e deixou um beijo carinhoso. – Oi pai, tudo bem? Sim, tudo em ordem, mas eu precisava de um favor daquele seu amigo policial. – ele fez uma pausa. – Não pai, está tudo bem, mas eu preciso da ajuda dele pra conseguir as filmagens de um estabelecimento. – e então passou a narrar, de forma bem resumida, tudo o que havia acontecido. – Certo, pai. Obrigado. Veja o que consegue, por favor.

Então desligou.

- E? – perguntei.

- Ele vai falar com o amigo dele, vamos ter que esperar. – ele tomou o restante do café que estava em sua xicara de uma vez e se levantou. – Preciso ir para o escritório agora na parte da manhã, mas se precisar de mim me liga, ok?

Assenti e beijei seus lábios enquanto o acompanhava até a porta. Era pra ser um beijo de despedida, mas assim que minha língua identificou o gosto de Peter, bolo e café, meus sentidos se perderam e eu o devorei.

Quando nos separamos, estávamos ofegantes.

- Se você continuar me beijando assim, não vou conseguir sair pra ir trabalhar.

Eu ri ainda com minha boca colada a sua.

- Bom trabalho, querido. – apliquei minha melhor voz de dona do lar. – Não chegue em casa tarde demais.

Ele estreitou os olhos, sorriu, deixou um tapinha na minha bunda e saiu.

Uns minutos depois, três terremotos desceram as escadas correndo, falando ao mesmo tempo e se enroscando um no outro.

Corri para o pé da escada e agarrei Matheo, para em seguida segurar Luiza e Julia que se jogaram em cima de mim como numa brincadeira.

- Bom dia meus amores. – beijei o rostinho de cada um. – Dormiram bem?

- Nãããooo. – Luiza e Julia responderam juntas e começaram a rir.

- E porque não? – franzi a testa.

- O Mat ficou soltando pum a noite toda. – Luiza plantou a mão na cintura e fez uma careta engraçada.

Matheo parecia orgulhoso pelo seu feito e eu não consegui me segurar antes de cair na gargalhada. O que os fez rir também.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora