Capítulo 32

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A clínica estava vazia quando chegamos já bem no final da tarde. Katrina e Joy estavam envolvidas uma com a outra como se nada existisse além delas. Era bonito e emocionante de se ver. Elas realmente se encaixavam.

Quando Katrina disse que Joy tinha trauma de agulhas, não estava brincando... A menina parecia estar indo pra forca quando as duas entraram de mãos dadas na saleta de coleta.

Quando saíram, a bela loira estava com olhos inchados e vermelhos e sua namorada a consolava com palavras doces e toques suaves.

- Obrigado por ter sido tão corajosa. - Peter sorriu para a moça que apenas assentiu.

- Vou leva-la pra casa agora. Nos vemos amanhã com o resultado. - Katrina falou e já estava saindo com a Joy quando parou, se virou e veio até mim. Parou na minha frente e me encarou firmemente, logo depois seus braços me envolveram em um aperto quase sufocante. - Obrigada por tudo. Não sei nem como agradecer toda sua generosidade comigo e com a Joy também. - ela se afastou e olhou nos meus olhos. E para minha total surpresa deixou um selinho rápido nos meus lábios. Aquilo me atingiu e meus olhos arregalaram. - Não deixe essa mulher escapar, meu amigo, ela vale ouro. - ela falava com Peter mas seus olhos ainda estavam presos em mim.

- Isso não está nos meus planos, Kat, vou amarra-la aos meus pés. - ele respondeu bem humorado.

E o simples fato dele usar os termos de me amarrar a ele já me deixou acessa.

- Ei! - repreendi. - Eu estou bem aqui. Não falem como se eu não estivesse.

Katrina me largou e saiu de braços dados com Joy rindo.

Os braços fortes do meu homem me agarraram pelos ombros e me puxaram para fora da clínica.

- O que foi aquilo? - perguntei atônita.

Ele deu de ombros.

- Não sei, mas foi sexy pra caralho.

Bati em seu ombro o que nos fez rir enquanto íamos em direção ao carro.

Seguimos para casa em silêncio. Um silêncio realmente silencioso. Cheio de paz e conforto.
Chegar em casa já foi outra história. Todos os sons me traziam a familiaridade de lar.

As crianças brincavam com Henrico de alguma coisa que precisam se amontoar no chão. Eles sempre foram tão unidos que chegava ser bonito de se ver.

- O jantar está quase pronto. - Lourdes avisou gritando da cozinha.

Marcello estava sentado do lado de fora perdido em seus pensamentos. Beijei o rosto do meu marido e fui fazer companhia pra ele.

- Você anda se isolando muito. - reclamei ao mesmo tempo em que sentei quase em cima de seu colo.

Logo seus braços me enlaçaram pela lateral e eu senti sua melancolia.

- Não sei, gata, sinto - me diferente, cansado e esgotado.

Me virei pra ele e observei seu belo rosto. Sua barba estava por fazer, coisa que eu nunca havia visto nele. Sua aparência parecia uma merda e seus olhos sem brilho, quase sem vida.

- Eu estou muito preocupada com você, meu amigo. - peguei suas mãos e apertei. - Existe mais alguma coisa acontecendo além da saudade do seu Dom Juan?

Ele deu de ombros e suspirou.

- Acho que estou perdendo ele, Heloisa. - ele me chamou pelo nome... Era muito ruim. - Ramon não me atende desde ontem e eu estou ficando preocupado.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora