Heloisa
- Helo. - Joana veio meio cambaleante para meu lado. - Onde estamos? E por que ele voltou?
Eu não sabia o que responder então apenas engoli o caroço que se formou na minha garganta.
Joana colocou-se a desatar os nós da corda para me libertar. Marcus veio também para ajudar a mãe. Senti as amarras sendo frouxas e meus pulsos até suspiraram de alívio. Levantei cada um dos braços lentamente os esfregando para que a circulação voltasse.- Como ele conseguiu trazer vocês até Miami? - perguntei meio confusa.
Joana estreitou os olhos.
- Não estamos em Miami, Heloisa, estamos em Nova York. – ela esperou um pouco e completou. – Eu fui buscar Marcus na escola e aquele desgraçado nos pegou.
Demorei alguns segundos para registrar a informação é então o pânico me tomou. Eu imaginei que pudesse ter essa possibilidade.
-Eu estou muito confusa, Jo. Se estamos em Nova York, como eles conseguiram me trazer pra cá?
Ela deu de ombros.
- Não sei. - ela sussurrou. - O que eles pretendem com a gente?
Um arrepio me passou pela espinha só de tentar imaginar.
Não respondi, apenas lhe olhei de forma significativa. Tínhamos uma criança ali e eu não queria assusta-la. Passei a olhar em volta para tentar decifrar onde estávamos.Fui até o janelão para ver se conhecia o lugar, mas não havia nada. Somente mata verde e fechada. Muito provavelmente estávamos em algum galpão abandonado.
Visualizei uma porta na outra extremidade da sala e meio instável fui em direção à ela. Com sorte estaria destrancada e com mais sorte ainda seria algum tipo de saída.
- Helo... - Joana me repreendeu quando percebeu minha intenção.
Olhei para seus olhos claros e amedrontados.
- Precisamos tentar. - falei baixo.
Ela estreitou os olhos mas assentiu no mesmo momento em que puxou o corpinho de Marcus para mais próximo dela.
Continuei meu caminho até aquela porta misteriosa. Coloquei a mão na maçaneta e respirei fundo.Que seja uma saída. Que seja uma saída. Que seja uma saída.
Cantava esse mantra em minha cabeça para me dar força.
Com um último suspiro longo e baixo girei e a porta fez um click como se tivesse sendo aberta. Sorri para mim mesma.Olhei para Joana que agora parecia ter recebido uma boa notícia e seus olhos brilhavam com esperança. Empurrei um pouco testando a madeira e ouvi um rangido baixo de dobradiças enferrujadas. Parei com medo do barulho chamar atenção. Depois de alguns segundos repeti a ação e não rangeu tanto, o que me trouxe mais tranquilidade.
Assim que a porta foi totalmente escancarada a decepção e o alívio me tomou. A decepção pois não era uma saída e o alívio porque ali era um banheiro. Meio desativado, mas ainda assim um banheiro. E eu precisava usar um com urgência.
Olhei para Joana que esperava uma resposta minha e balancei a cabeça em negativa. Ela murchou e suspirou em seguida.
- É apenas um banheiro. - falei baixo e a vi assentir. - Eu precisava mesmo de um.
- Vai em frente.
Entrei no pequeno cômodo. Havia uma pia com um torneira enferrujada, uma privada sem tampa e parecia extremamente suja de limo. Senti nojo mas a necessidade gritava mais alto. Testei a descarga e com um barulho exagerado a água saiu de seus dutos e circulou pela bacia sanitária. Testei a torneira e uma água mais barrenta saiu dela. Foram precisos alguns segundos de água correndo para que saísse limpa.
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Depois do Recomeço (Livro 2)
RomanceHeloisa e Peter estão de volta com uma confusão dos diabos pra resolver. Passaram-se cinco anos desde que os trigêmeos nasceram. As crianças tomam muito tempo, a empresa de Peter está passando por algumas mudanças e a vida amorosa desses dois está f...