Peter
Algo não estava certo. Meu peito se apertou tanto que parecia que tinha um punho esmagando meu coração. O ar faltava nos meus pulmões e era difícil respirar.
Afrouxei a gravata e olhei pela janela, para baixo, e pude ainda ver que os repórteres se mantinham fixados lá. Pior, parece que a tropa aumentou.
- Bando de abutres. - reclamei e voltei a sentar na minha cadeira.
Heloisa não sai da minha cabeça e já tentei falar com ela duas vezes, mas o celular toca até cair na caixa postal.
- Vou ligar em casa. - peguei o telefone no exato momento que Andreia chamava no interfone. - Oi, Andreia.
- Peter, o sr. Feelins está aqui para vê-lo juntamente com seu pai.
- Pode pedir pra entrar.
Feelins?! , deve ser o policial amigo do meu pai. Não me lembrava do nome dele.
Logo a porta se abriu e eles entraram. O tal Feelins, apesar do cabelo grisalho, parecia uma jovem tora de arvore. Alto e forte. Com o rosto marcado pela carranca habitual em militares.
- Oi, filho. - meu pai se aproximou e beijou meu rosto. - Esse é meu amigo Edward.
Estendi a mão.
- Prazer em conhece-lo, sr. Feelins.
- Pode me chamar de Edward, Peter. Ou apenas de Ed.
Assenti e tentei sorrir.
- Sentem-se, por favor. - quando estávamos acomodados pedi para que Andreia providenciasse café e agua. - Bom, se não se importa eu vou direto ao assunto. - todos concordaram. - Minha mulher fez uma má escolha em trabalhar com uma pessoa, que talvez, seja de má índole.
Expliquei todo o ocorrido enquanto ele avaliava e fazia gestos quando era necessário. Contei desde a nossa pequena separação, passando pelo transtorno com Katrina e Joy, até o caso das fotos espalhadas nos sites.
- Eu vi alguma coisa no jornal hoje de manhã, mas juro que não dei importância. - meu pai, sendo o homem gentil que sempre foi, tentou apaziguar.
Eu era grato por isso. Tudo o que eu menos precisava era de alguém para julgar.
- Você tem o nome deste homem completo? - Edward questionou.
- A única coisa que sei, é que se chama Andrew Davis. - respondi quase que pedindo desculpas.
- Bom, vou ser sincero. - Edward falou e bateu as palmas nas coxas firmes. - Não temos prova alguma, por enquanto, sobre esse rapaz. Vou tentar ver com um delegado amigo meu se ele consegue um mandato em sigilo e se ele tem alguma passagem pela policia.
Juntei as mãos.
- Eu ficaria imensamente grato, Ed. Eu estou realmente assustado.
- Ok. Vou ligar pra ele agora mesmo.
Enquanto ele discava eu encostei-me na cadeira e suspirei.
- Que história maluca, Peter. - meu pai sussurrou. - Até parece coisa de cinema.
- Mas não é, pai. Quem me dera que fosse. - esfreguei as têmporas, elas pareciam que iam estourar. - E eu estou com uma má impressão. Sabe quando você sente que alguma coisa ruim aconteceu?
Ele assentiu.
- É só preocupação, filho. Fica calmo.
Os cinco minutos que Edward ficou no telefone pareceram horas intermináveis. Quando ele voltou e se sentou seu rosto parecia duro.
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Depois do Recomeço (Livro 2)
Roman d'amourHeloisa e Peter estão de volta com uma confusão dos diabos pra resolver. Passaram-se cinco anos desde que os trigêmeos nasceram. As crianças tomam muito tempo, a empresa de Peter está passando por algumas mudanças e a vida amorosa desses dois está f...