Capítulo 34

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Peter

Algo não estava certo. Meu peito se apertou tanto que parecia que tinha um punho esmagando meu coração. O ar faltava nos meus pulmões e era difícil respirar.

Afrouxei a gravata e olhei pela janela, para baixo, e pude ainda ver que os repórteres se mantinham fixados lá. Pior, parece que a tropa aumentou.

- Bando de abutres. - reclamei e voltei a sentar na minha cadeira.

Heloisa não sai da minha cabeça e já tentei falar com ela duas vezes, mas o celular toca até cair na caixa postal.

- Vou ligar em casa. - peguei o telefone no exato momento que Andreia chamava no interfone. - Oi, Andreia.

- Peter, o sr. Feelins está aqui para vê-lo juntamente com seu pai.

- Pode pedir pra entrar.

Feelins?! , deve ser o policial amigo do meu pai. Não me lembrava do nome dele.

Logo a porta se abriu e eles entraram. O tal Feelins, apesar do cabelo grisalho, parecia uma jovem tora de arvore. Alto e forte. Com o rosto marcado pela carranca habitual em militares.

- Oi, filho. - meu pai se aproximou e beijou meu rosto. - Esse é meu amigo Edward.

Estendi a mão.

- Prazer em conhece-lo, sr. Feelins.

- Pode me chamar de Edward, Peter. Ou apenas de Ed.

Assenti e tentei sorrir.

- Sentem-se, por favor. - quando estávamos acomodados pedi para que Andreia providenciasse café e agua. - Bom, se não se importa eu vou direto ao assunto. - todos concordaram. - Minha mulher fez uma má escolha em trabalhar com uma pessoa, que talvez, seja de má índole.

Expliquei todo o ocorrido enquanto ele avaliava e fazia gestos quando era necessário. Contei desde a nossa pequena separação, passando pelo transtorno com Katrina e Joy, até o caso das fotos espalhadas nos sites.

- Eu vi alguma coisa no jornal hoje de manhã, mas juro que não dei importância. - meu pai, sendo o homem gentil que sempre foi, tentou apaziguar.

Eu era grato por isso. Tudo o que eu menos precisava era de alguém para julgar.

- Você tem o nome deste homem completo? - Edward questionou.

- A única coisa que sei, é que se chama Andrew Davis. - respondi quase que pedindo desculpas.

- Bom, vou ser sincero. - Edward falou e bateu as palmas nas coxas firmes. - Não temos prova alguma, por enquanto, sobre esse rapaz. Vou tentar ver com um delegado amigo meu se ele consegue um mandato em sigilo e se ele tem alguma passagem pela policia.

Juntei as mãos.

- Eu ficaria imensamente grato, Ed. Eu estou realmente assustado.

- Ok. Vou ligar pra ele agora mesmo.

Enquanto ele discava eu encostei-me na cadeira e suspirei.

- Que história maluca, Peter. - meu pai sussurrou. - Até parece coisa de cinema.

- Mas não é, pai. Quem me dera que fosse. - esfreguei as têmporas, elas pareciam que iam estourar. - E eu estou com uma má impressão. Sabe quando você sente que alguma coisa ruim aconteceu?

Ele assentiu.

- É só preocupação, filho. Fica calmo.

Os cinco minutos que Edward ficou no telefone pareceram horas intermináveis. Quando ele voltou e se sentou seu rosto parecia duro.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora