Capítulo 11

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Não sei nem a quanto tempo eu estou aqui dentro do carro neste estacionamento. Já não existe lágrimas pra serem choradas, só tem a raiva e decepção.

Não quero ir pra casa agora. Ter que explicar o porque de estar com o rosto todo inchado e os olhos vermelhos não está nos meus planos.

Planos!

De que servem eles? Fiz tantos antes de sair de casa e agora? Nada! Só serviram de expectativas vãs para salientar minha revolta.

Meu celular começou a tocar insistentemente e no visor o nome de Peter piscava como para me fazer de besta. Deixei que caísse na caixa postal. Mais duas já estavam aguardando lá.
Limpei o rosto e me olhei no espelho. Havia marcas de maquiagem borrada nos olhos então as limpei e me ajeitei no banco. Liguei o carro e comecei a dirigir sem destino certo. Não foi nenhuma surpresa ver para onde eu estava indo.

A praia era mais distante e por isso um pouco mais deserta. Havia apenas uma senhora andando com seu cachorrinho e um homem dentro d'agua.

Olhei para aquela imensidão de água perfeitamente azul. As ondas vinham todas faceiras e para morrerem quebradas na praia.

De certa forma eu me sentia como elas. Eu me convencia que tudo seria bom e perfeito, mas no momento seguinte as coisas se quebravam.

Tirei os sapatos e pisei na areia. Estava fofa e quente. Estamos no início de Junho e o verão deste ano parece que vai aquecer muito mais do que apenas a areia da praia.

Chego até bem perto da faixa onde as ondas se desfazem e sento-me com cuidado para não estragar o vestido.

Abaixei a cabeça e deixei que as lágrimas descessem novamente.

"Que minha mulher não nos ouça, mas você é a melhor nisso, Katrina"

Eu ri sem humor. "KATRINA"

Agora eu entendi a colocação de Peter quando disse que quando um furacão passa o que resta depois é destruição.

O filho da puta já deveria estar programando essa aventura desde o momento em que soube que ela voltou.

- Moça? Está tudo bem? Posso ajudar? - uma voz masculina chama minha atenção.

Levanto a cabeça devagar pronta para dispensar quem quer que seja. Mas a muralha de músculos na minha frente me deixou sem palavras.

As lágrimas ainda desciam mas agora eu também babava. Que homem lindo!

Ele era negro de uma pele que reluzia ao sol, com músculos até na orelha se duvidar. Seu rosto era angelical, seus olhos de um negro tão profundo que eu quase me perdi neles, sua boca carnuda e um convite para o pecado.

 Seu rosto era angelical, seus olhos de um negro tão profundo que eu quase me perdi neles, sua boca carnuda e um convite para o pecado

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Usava uma sunga boxer preta e, não que eu tenha ficado encarando, mas vi que seu volume era bem satisfatório.

- Desculpe me intrometer, mas a vi chorando e pensei que talvez pudesse ajudar.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora