Capítulo 8

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Assim que entramos pelas portas francesas, havia uma miniatura de gente, com seus cabelos escuros e pele branquinha, com as mãoszinhas plantadas na cintura e com cara feia nos esperando na sala.

- Onde vocês dois estavam?

O tom acusatório da voz de Luiza nos fez rir.

Acusem-me se quiserem, estou feliz e mais leve. Nem mesmo a birra e a implicância de nossa pequena rabugenta irá me tirar isso.

Peter soltou da minha mão e voou pra cima dela que saiu correndo e rindo ao mesmo tempo, mas claro que ele foi mais rápido a capturou, jogando-a pra cima ao mesmo tempo que aplicava golpes de cócegas em sua barriga.

- Então, pelo sorriso de satisfação no rosto de vocês e pelo tempo que sumiram, eu devo assumir que se acertaram? – Rebecca jogou no ar, como quem não quer nada, mas podia-se sentir a malicia em sua voz.

Dei de ombros observando pai e filha, numa guerra de risos e tapinhas.

- Pode se dizer que mais ou menos. - o sorriso na minha voz era inegável.

Ela riu baixinho.

- Bom, isso é muito bom. - ela se ajoelhou na frente de Julia, que agora estava sentada e toda eufórica com a brincadeira do pai e da irmã, e beijou-lhe a bochecha. – Tchau, meu amor. – e virando-se pra mim desferiu um sorriso satisfeito. – Eu preciso ir agora, mas devo voltar á noite com Leonard para ver as crianças.

Assenti.

- Por que não veem para o jantar? – Peter ofertou ainda com uma Luiza esbaforida em seu colo.

Minha sogra olhou dele para mim como se esperasse que eu confirmasse o convite.

- Boa ideia, pegue meu sogro e venham jantar conosco.

Ela sorriu novamente. Acho que a cota de sorrisos de Beck estavam acabando.

- Ok, já que insistem, nós viremos.

E dito isso, ela se despediu do filho e dos netos, e se foi nos deixando rindo de seu jeito quase infantil.

Peter se jogou com Luiza no sofá ao lado de Julia.

- Eu gosto quando você está em casa com a gente. – Julia declarou inesperadamente ao pai.

Percebi a culpa corroer as feições do meu Deus Latino. Um nó se instalou na minha garganta e as lágrimas queimaram meus olhos mas eu me neguei a deixa-las cair.

- Eu também adoro estar com vocês, princesa. – sorriu para as duas e depositou um beijo estalado em suas bochechinhas.

- E comigo? – Matheo agora se sentiu ofendido e quis sua parcela de atenção do pai.

Rimos e Peter o chamou, que foi atendido de pronto. O nosso menino pulou no meio das meninas e se agarrou no pescoço de Peter.

- Eu adoro estar com todos vocês. – ele bagunçou a cabeleira negra do nosso filho.

- E com a mamãe também. – Luiza sobressaltou.

Essa era a minha família. Imperfeita, com seus problemas e desajustes, mas era minha.

- Com certeza. Principalmente com a mamãe. – Peter declarou, com olhos que variavam de apaixonados e excitados.

Sua mão estendida para mim me levou a me juntar a eles no sofá e assim a tarde se foi e a noite entrou. Lourdes voltou de seu passeio da rua e ainda nos encontrou, todos amontoados, em um sofá apenas e nos sorriu abertamente. Certamente era um alivio para ela também a cena que presenciou.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora