Capítulo 35

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Peter

Ainda me sinto entorpecido. Parece que estou preso em um pesadelo louco e que vou acordar daqui a pouco. Mas infelizmente é a mais pura e cruel vida real.

Não sei bem como chegamos ao local, meu pai dirigia e eu apenas estava ali, inerte e sem reação.

No momento em que chegamos perto do endereço passado pelo desconhecido, já podia se ouvir os sons de sirenes. No local havia uma fita amarela isolando a área e duas viaturas com alguns policiais rodando a cena.

Fomos impedidos de ultrapassar mas Feelins resolveu tudo.

- Estes homens são marido e sogro da possível vitima. E eu sou ex-militar, Coronel Feelins, e amigo da família. – e exibiu seu distintivo antigo.

Uma breve continência depois, estávamos em contato com o responsável pela operação.

- Qual a situação, companheiro?

- Ainda não temos certeza. Meus homens estão verificando câmeras das redondezas para identificar alguma ação estranha. Por ora, apenas encontramos o carro abandonado.

O oficial focou em nós e estreitou os olhos.

- Este é Peter Louis, marido da Heloisa, a mulher que desapareceu.

Estendi a mão para um cumprimento e senti o aperto firme do policial.

- Sr. Louis, sentimos muito o ocorrido, mas precisamos de sua ajuda.

- Claro, tudo que for necessário.

- Pode verificar estes itens e ver se reconhece algum deles?

Foram dispostos na minha frente, em cima do capô do carro de Heloisa, alguns objetos. Sua bolsa, celular, e até um dos seus sapatos. Estava apenas um pé, o que me fez imaginar a brutalidade com que foi arrancada do carro.

Meu peito se apertou no momento em que eu pensei nela machucada.

- São as coisas dela. – minha voz tremeu quando confirmei o inevitável.

O policial assentiu e fez um gesto para o outro policial guardar novamente.

Neste momento, outro homem fardado, chegou ao grupo, meio correndo, meio andando.

- Tenente, encontramos uma câmera á dois prédios á frente. Pelo ângulo é capaz de ter flagrado alguma coisa.

- Perfeito, vamos até lá.

O prédio residencial estava meio abandonado, mas havia um segurança na portaria. Depois das devidas medidas tomadas, para que conseguíssemos as filmagens, fomos levados á uma salinha fétida e úmida. O cheiro de bolor atingiu minhas narinas de forma desagradável. A tela onde se via uma imagem meio tremida, fazia um zumbido esquisito. Mas mesmo assim, no momento em que a cena se desenrolava na minha frente eu sentia pavor e fúria ao mesmo tempo.

A imagem mostrava o carro de Heloisa entrando a toda velocidade na rua e o mesmo carro preto que pegou Joy, atrás um segundo depois. Quando ofeguei, meu pai apertou meu ombro em apoio.

Heloisa parou o carro e saiu, mas no mesmo momento pude ver Andrew saindo do lado do carona do carro preto. E para meu total pavor, minhas suspeitas estavam certas. Theodoro Lynds avançou com uma arma em punho, na direção de minha mulher.

Minhas mãos começaram a tremer descontroladamente.

A imagem seguinte me fez cair sentado em uma cadeira, as lagrimas queimando meus olhos.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora