Capítulo 38

1.6K 223 47
                                    

Heloisa

Eu queria correr também e tirar Joana das mãos daquele idiota, mas me sentia meio desorientada tamanho a força que ele empregou no tapa no meu rosto. Marcus, saiu em disparada para ajudar a mãe.

- Solta minha mãe, seu babaca. – ele chutou a canela de Theodoro, mas claro que não fez nem cócegas.

- Saiu daqui seu bastardinho. – ele gritou com o próprio filho e o empurrou com o pé.

Marcus caiu no chão, mas não se machucou. Vi seus olhinhos inflamarem de raiva. Era um pecado que tão pequeno como era, já tivesse que passar por isso.

- Seu filho da puta, não toque no meu filho. – Joana tentava se debater no aperto de Theodoro, em vão.

O menino então correu até a barra e a agarrou. Neste momento voltei a minha consciência.

- Largue isso, seu merdinha. – o imbecil vociferou e soltou Joana, que no mesmo momento pulou em suas costas tentando o parar e não deixa-lo chegar ao filho.

- Corre, Marcus.

Ele correu para meu lado e me passou o bastão. Theodoro tentou impedi-lo, mas Joana de alguma forma conseguiu retarda-lo. Mas não por muito tempo. Ele jogou-a no chão e escutei um baque surdo de seus ossos batendo no concreto e fechei os olhos rezando para que ela estivesse bem.

- Me dê isso, Heloisa. – Theodoro estendeu o braço para tomar a barra da minha mão, mas a segurei como minha vida.

- Vem pegar, desgraçado. – soltei com a voz falha.

Ele riu e fez exatamente isso, mas eu estava realmente empenhada em segura-la como minha vida. Como tentou puxar de minhas mãos e não conseguiu, juntou as duas mãos no meu pescoço bloqueando a passagem de ar.

- Talvez eu deva aproveitar que aquele idiota apaixonado não está aqui para te matar de uma vez

.

O desespero começou a me tomar quando tentava puxar o ar e não conseguia. Senti meus pulmões parando de funcionar, consequentemente me deixando mais mole e meus membros frouxos. A barra caiu de minha mão com um barulho estridente. Minha visão ficou turva e eu tentava pedir para parar, mas a ira que vi em seus olhos me fez crer que ele não pararia até que me visse sem vida.

Senti meus olhos saltando e minha garganta fechando e então... tudo acabou.



Peter

Já havia se passado um tempão e nada de movimentos na parte da frente. De repente vi um carro de aproximar do galpão com os faróis desligados. Assim que parou e a porta se abriu eu vi Andrew saltar do interior. Ele olhou desconfiado para todos os lados e se dirigiu para o porta malas.

A raiva me dominou em pensar que ele ajudou Theodoro no seu joguinho de vingança e por esse motivo merecia uma boa correção.

Cutuquei Gabriel que estava com os olhos fechados e lhe mostrei com a cabeça onde Andrew estava.

- Quem é esse? – ele sussurrou já se arrumando no assento.

- Andrew filho da puta Davis. – cuspi baixo o suficiente apenas para ele ouvir.

O vi arregalar os olhos e instantes depois estralar os dedos.

- Vamos lá?! – ele indicou com a cabeça para fora da van e eu não pensei duas vezes.

- Logo atrás de você.

Ele abriu um sorriso demoníaco e tenho certeza que o meu não foi diferente.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora