Capítulo 37

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Peter

Senti sua mão delicada tocar meu rosto e sorri. Sempre amei a suavidade com que ela me tocava. Em minha névoa sonolenta eu podia sentir sua boca beijando meu pescoço. Sua língua saiu para brincar com a curva da minha orelha e me arrepiei. Meu pau pulsou no mesmo momento e gemi.

Tentei virar-me para agarra-la e faze-la minha, mas suas mãos firmes me mantiveram deitado de lado. Fiquei frustrado, mas a sensação boa de tê-la de volta pra mim era maior.

De repente algo não fazia sentido.

Heloisa não estava aqui. Ela estava nas mãos de Theodoro e Andrew. Então aquilo só podia ser...

- Peter. – sua voz rouca de desejo sussurrou no meu ouvido.

... um sonho. Eu sabia que não podia ser real, então eu não queria mais acordar. Viver em um mundo não existia minha Heloisa, eu preferia dormir para sempre.

- Peter. – sua voz ficou mais urgente e então eu quis me virar pra ela, mas ainda assim algo me prendia.

Sua mão passou a ser mais grossa e em toques menos suaves.

- Peter! – um grito masculino me fez pular da cama e romper totalmente a névoa feliz e delicada do meu sonho com Heloisa.

Abri os olhos e senti o suor descer pelas minhas têmporas. A medida que ajustei as vistas vi meu pai, Nathan e Gabriel na minha frente.

- Droga. – joguei a mão na minha cabeça que começou a latejar. – Minha cabeça está estourando. Quanto tempo eu dormi?

- Quatro, talvez, cinco horas. – meu pai respondeu.

- Desculpa te acordar do sono de beleza, princesa da Disney, mas acho que você vai querer saber que encontramos Heloisa. – meu cunhado engraçadinho cuspiu com raiva.

Aquilo me atingiu como um raio.

- O que? – gritei e minha cabeça cobrou a conta. – Ai!

Meu irmão sentou ao meu lado e tocou meu ombro.

- Você precisa saber que assim que nos falamos, fui tentar localizar Joana e Marcus, mas não os achamos. Aconteceu a mesma coisa que com Heloisa, acharam apenas o carro dela abandonado.

- Puta merda! – arregalei os olhos o máximo que minha dor de cabeça permitia.

Ele assentiu.

- Mas por um golpe de pura sorte, ou descuido daqueles idiotas, tiraram as coisas de Joana, mas não de Marcus. Ele ficou com seu celular e Heloisa ligou a pouco menos dez minutos.

Ofeguei e joguei minhas pernas fora da cama.

- Ela ligou?! – minha voz estava por um fio.

E eu não estava acordado para falar com ela. Merda de calmante. Vou me certificar de jogar todos fora.

- Sim, ligou. – meu pai falou desta vez. – E, filho, aqueles homens a levaram para Nova York. Ainda não sabemos como, mas levaram.

- Meu Deus! – escorei-me na parede para não cair. – Ela está machucada, pai? Não minta pra mim, por favor.

Gabriel sorriu, dessa vez com satisfação.

- Não, querido cunhado. Ela nos garantiu que estão todos bem. – ele soltou com certo alivio. – Agora, se você não se incomoda, eu gostaria de ir logo buscar minha irmã e arrebentar a cara daqueles desgraçados. Estou bem ansioso.

Eu ri, apenas porque a situação agora me permitia.

- Não mais do que eu, meu querido cunhado. – e com isso me aproximei dele e o puxei para um abraço.

Depois do Recomeço (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora