Capítulo 5

20.8K 1.2K 288
                                    

Por Aquiles

Estava tão fora de mim que não cumprimentei ninguém ao chegar a empresa, minha vontade era de invadir aquele circo e exigir explicações, qual o problema dela?
Tinha saído como uma fugitiva pela manhã. Me perguntava como ela conseguiu descobrir a senha de desbloqueio?

Foi inevitável não espiar do escritório, todos se movimentavam por todo canto daquele gramado, exceto ela, onde diabos ela poderia estar!

Por Bianca

Como esperado tive que contar tudo para uma Lilian eufórica e para meus pais que também me encheram de perguntas, claro, não tão ousadas quanto as perguntas da minha amiga.

Meu dia seguiu tranquilo depois dos questionários. Ajudei nos ensaios com as crianças, ajustei meu figurino e estava na minha hora de ensaio com o tecido, meus músculos já reclamando, estava um pouco frustrada com a insistência das lembranças. Vez ou outra elas vinham carregadas com o sorriso presunçoso daquele homem lindo. Ele havia cumprido cada afirmação, tinha me feito refém em sua casa, não que eu tivesse reclamado muito, depois do episódio em que ele me flagrou saindo a francesa, tivemos um bom tempo degustando o café da manhã, depois ele me provou sobre a mesa, e o dia seguiu da forma mais deliciosa possível.

Foquei no presente, decidi encerrar o treino e me juntar ao grupo barulhento que só aumentava do lado de fora.

Nós tínhamos os melhores motociclistas do Brasil, eram nove no total,o globo da morte particularmente, era o número que eu mais gostava. Os meninos estavam treinando no estacionamento que ficava no centro de eventos do outro lado da avenida, e quando eu digo que estavam treinando, quero dizer que estavam fazendo um espetáculo à parte, muitos transeuntes que passavam ficavam para observar,

Lilian e Rebeka já estavam lá. Ouvi muitos gritos quando cheguei, Hugo era o mais ousado de todos, não tinha medo da morte e isso o levava a extremos.
Lilian como era esperado já estava no meio do circulo, as motos se moviam com sincronismo, o ronco bonito dos motores só tornava tudo aparentemente mais perigoso, e era na verdade literalmente arriscado.

Lilian apontou para mim e me chamou, Carlos apontou para o chão e como já fazíamos isso a um bom tempo, eu já sabia o que deveria fazer. Me deitei com os braços e pernas cruzados, eles eram bons no que faziam, eu confiava neles, mesmo quando o pneu passava a milímetros do meu rosto, eles eram bons.
A adrenalina me tinha com o coração acelerado quando um por um dos meus amigos passavam saltando sobre o meu corpo. No final eu estava sendo enlaçada por Hugo e posta na garupa de costas para ele, Lilian me prendia por um cinto à cintura de Hugo.

- pronta?

Sorri para ela.

- sempre!

Hugo acelerou, senti seu corpo flexionar no momento em que impulsionou a parte frontal da moto, logo meu rosto estava a centímetros do chão, estávamos andando com uma roda apenas e eu não movia um músculo. Quando a moto desceu a sua posição normal, Hugo fez o inverso e agora eu estava sobre seu corpo enquanto ele empinava a parte traseira, nesse momento eu segurava o pegador pra não exercer muita pressão sobre Hugo, esse movimento era muito mais arriscado.
No final eu sai da moto e abracei um Hugo muito extasiado, as pessoas urravam e aplaudiam, deixando meus pelos eriçados, a energia era surreal. Esses caras eram loucos, eu confiava minha vida a eles porque eram os loucos mais capazes do mundo.

- você foi incrível, meu anjo - Hugo puxou uma mexa do meu cabelo e beijou minha testa.

O crédito era todo deles, abracei seu tronco e depois corri para o lado da Lilian.

Você É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora