Capítulo 52

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— Como isso aconteceu? —

Pergunto quando, momentos dentro do abraço me acalmam um pouco mais.

— Foi quando vienhemos para cá, uns dias antes. Ele reagiu de umq forma madura, e disse que precisávamos encontrar vocês. —

ouvimos batidas na porta.

— Pode entrar —

Ouço RT dizer mas, não me importo muito.

— Kathy —

assinto me separando dele.

Viro o rosto e encontro Ryan me olhando.

— Vai com Ryan, eu cuido de como vamos levar ele...—

Ele não termina.

Assinto e saio de perto dele, olho para Ryan antes de sair do quarto.

Acho que minha cabeça vai explodir de tanto nó que está dando e de tanta dor, de tanta pergunta sem resposta, de tanta raiva e tristeza, de tanta lembrança que está voltando.

— Kathy —

Ouço uma voz e sinto uma mão segurando o meu pulso me puxando, saio de meus pensamentos e percebo que estava na beira da escada. Recuo assustada em como meus pensamentos conseguiram me cegar tanto.

— Kathy —

Não reconheço a voz até que vejo o dono dela, Ryan se move até estar na minha frente, toca em meu rosto com cuidado como se eu fosse uma boneca de vidro rachada, e em um todo, é assim que estou me sentindo.

Encaro os olhos azuis dele.

— O que ele te disse? —

Pergunta me olhando, eu solto um suspiro e dou uma fungada tentando afastar o choro. Olho ao redor pensando em como contar para ele.

— Tudo bem, não precisa contar agora... vou cuidar de você, pequena

Diz me puxando para um abraço, não consigo reagir mas me deixo ser conduzida enquanto meu olhar se mantém perdido nas memórias, perdido no passado.

— Não foi um acidente —

Por quê?

Para quê tudo isso?

Eu só queria poder voltar no tempo e fazer tudo de uma forma diferente. E infelizmente essa é a última coisa que eu posso.

— Kathy —

Saio dos meus pensamentos e olho para Ryan que me olhava da mesma forma de antes.

— Sim? —

Digo após uns segundos em silêncio.

— O que aconteceu na conversa de vocês para você ficar assim? —

Me pergunta, me sento na cama ao perceber que estamos no quarto. O quarto em que eu estava antes de toda essa confusão.

— Será que posso falar disso depois?
— pergunto o olhando, ele se ajoelha na minha frente e limpa uma lágrima solitária que descia pela minha bochecha.

— Pode, vou trazer algo pra você comer —

Diz beijando o topo de minha cabeça, saindo do quarto um segundo depois.  Suspiro passando a mão no rosto e respirando fundo.

Me levanto e caminho até a janela, olho para enorme floresta. Isso não devia estar acontecendo. Nada disso. Tudo deveria continuar enterrado como anos atrás, nada deveria ter voltado, nada e ninguém.

Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora