Capítulo 60

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Desculpe os erros


— Então, o que queria falar comigo? — o questiono me sentando na cama com ele em minha frente.

— Eu queria ver como estava e saber, por que você pulou? —

Desvio meu olhar do seu e dou os ombros. A verdade era que nem eu tinha essa resposta. Havia sido movida pela emoção e pela raiva, uma escolha bem estúpida mas que na hora me pareceu fantástica.

— Eu mesma ainda quero saber, mas então, vamos conversar —

Falo entrelaçando as nossas mãos me aproximando um pouco mais dele.

— Ok, pode se desabafar comigo —

Incentiva. Encosto a minha cabeça em seu ombro e solto um suspiro triste.

— Não sei o que fazer, não consigo mais controlar meus pensamentos e as lembranças, não sei se aguento mais —

Sinto o choro subindo enquanto os nossos dedos brincam rodeando um ao outro.

— Sabe, o que ela fez foi errado demais, não precisa perdoa-lá, você também tem direto ao seu tempo para pensar, repensar e ter sua decisão, ela tem que entender.....contudo, eu não quero que deixe tudo voltar e acabe como antes —

Me diz, sério, encostando de leve a sua cabeça na minha me fazendo sorrir.

— Nossos pais sabem, ela contou tudo para eles e eles acharam normal, eles a perdoaram, eles ficaram felizes, como conseguem? Por que só para mim isso não é normal? —

Pergunto numa sacada só ao erguer o corpo para encara Drake nos olhos.

— Não sei. Dessa vez eu não sei, eu não estive ao seu lado faz anos, apenas tente ficar em um lugar que te deixa calma para poder pensar, sabe que estou sempre aqui... agora quanto aos seus pais...—

Ele passa a mão pelo cabelo.

— Não sei o que houve com eles, o problema é bem grande —

Drake nega com a cabeça.

— Ou talvez o problema seja eu — murmuro.

— Não diga isso, por favor —
toca em meu rosto com carinho.

— Certo, vou guardar isso dentro da minha mente, não quero te absorver com meus problemas, sei que tem algo te agoniando então me diga —

Peço, mudando minha expressão para um sorriso travesso.

— Pode ser quem é de verdade comigo — Ele me diz, nego com a cabeça.

— Não vamos mais falar nisso —

Peço.

— Ok, estou gostando de alguém —

O óbvio me faz sorrir.

— Mary — conto.

— Como você sabe? —
pergunta me olhando de cenho franzido e olhos crispados.

— Eu só sei, por que não fala com ela?
— jogo um verde.

— Não sei se ela pensa a mesma coisa

— Ela pensa —

um certo brilho em seu olhar me faz acreditar que posso ter dito a coisa certa. E que o que ele sente é mais do que eu posso imaginar.

— Sério? —

— Sim, ela me disse, não conte isso para ela. Mary também está gostando de você, só deixe rolar, não há nada que os impessa de viver essa sentimento. —

Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora