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Alguns anos atrás...

 A chuva caia fortemente e com toda a ventania eu mal conseguia andar. A floresta estava escura e mais sombria que o normal. Talvez por causa do horário, ou o medo me fez imaginar coisas. De qualquer jeito, eu tinha que encontrar uma saída.

O barulho do trovão me fez correr para a árvore mais próxima. De onde eu pude ouvir gritos e pedidos de socorro. Mesmo com os pés doendo, o vestido completamente encharcado e debaixo da chuva, continuei correndo.

Como futura rainha, nunca imaginei que passaria por essa situação, ainda mais sem os meus guardas. Corri pela floresta e me escondi atrás de uma árvore assim que vi a cabana completamente incendiada e vários homens armados ao redor.

Tapei minha boca para não gritar e ser ouvida, e fiquei quietinha. Com quem eu poderia contar? Quem viria me resgatar agora que a minha mãe está morta?

"A princesa não está aqui!" Gritou um dos homens para outro que estava montado no cavalo.

- Procurem-na. A garota não pode ter ido muito longe.- Reconheci a voz do Edward, que saiu em seguida.

Eu, definitivamente não sabia o que fazer. Se corresse, eles me alcançariam. Então decidi ficar no mesmo lugar. Se eles não forem aliados do velho e seu exercito de cavalos negros, estarei segura.

- Ela está aqui, chefe!

Gritou um homem jovem e me puxou pelo braço até onde os outros estavam.

Eu só conseguia chorar e pedir mentalmente para que fosse apenas um pesadelo.

- Você está bem, Katherine?

Perguntou Edward enquanto acariciava minhas bochechas.

- Me diz que eu estou sonhando, por favor!

Falei encarando ele que sorriu para mim.

- Viemos te resgatar. Pode ficar tranquila.

Se afastou de mim.

Eu não sabia o que dizer, nem o porquê de tudo o que aconteceu hoje. Mas sabia que não estava segura.

- O que aconteceu com vocês? Onde estão elas? - Edward questionou.

- Caímos em uma armadilha. A gente tentou se esconder, mas atearam fogo na cabana. - falei baixo.

Ele olhou cabisbaixo para os restos de lona e madeira no chão, antes de voltar o olhar para mim outra vez.

- Quem foi?

- Eu... não sei. Usavam máscaras.

Respondi entre soluços.

- E Como você escapou? - estreitou o olhar.

- Um homem, acho que era o líder deles. Ele mandou que eu corresse pela floresta e encontraria o caminho para casa.

Na verdade, eles colocariam fogo na nossa carruagem. Mas o velho depois de me analisar por longos minutos, pareceu surpreso e mandou seus homens me libertarem.

- É estranho. Mas o importante é você estar bem.

Dito isso, ele me levantou e me colocou na carruagem.

- Pode descansar. Logo estará em casa.

- Verei o meu pai? Ele está bem?

- Sim. Pode levá-la.

Ordenou para o Cocheiro que obedeceu imediatamente.

Eu só queria entender o que estava acontecendo. Por que alguém seria tão perverso a ponto de matar a própria rainha que tem sido bondosa com todos?

Acreditei que quando chegasse ao castelo, meu pai faria de tudo para descobrir e punir o culpado. Mas não foi o que ocorreu.

- Katherine, eu te proíbo de mencionar qualquer palavra a respeito disso novamente. Estamos entendidos? Você está viva e é isso que importa. Não podemos fazer mais nada.

Falou na frente todos os membros do conselho que estavam presentes aquele dia.

- Há duas semanas minha mãe, a rainha, sua esposa foi morta. O senhor pode investigar e descobrir em segundos, por que quer ocultar? Continua fingindo que nada aconteceu, mas eu estava lá. Eu estava presente e por pouco não acabei do mesmo modo.

Rebati e ele me olhou com uma expressão cansada. Edward, o soldado que me encontrou e um dos membros do conselho se levantou e se dirigiu a mim.

- É assim a vida da família real. Vocês correm riscos a todo o instante. Como descobriremos o culpado entre mais de dez mil pessoas? Não é culpa deles se a carruagem de vocês quebrou no caminho.

- A carruagem quebrou porque caimos em uma armadilha e não havia um guarda sequer para nos defender. Mas Tem razão. A culpa é toda de vocês. Se não nos obrigassem a conhecer aquele príncipe idiota da Flonter para aumentar as alianças, ela ainda estaria aqui.

Cuspi as palavras com todo o ódio que eu estava sentindo.

- Você também será rainha, Katherine. Já deveria ter aprendido. Não criamos laços afetivos, pois temos que fazer o que é melhor para o nosso país. Mas não planejamos a morte da rainha.

- Pois eu me recuso a ser assim. Não há humanidade em vocês. Só que eu farei diferente. Não vou me corromper com essas leis baratas, egoístas e hipócritas.

- Andrew, sua filha está ofendendo as leis do nosso glorioso país.

O ancião do conselho se levantou furioso e encarou o meu pai.

- Ela é uma adolescente, não sabe o que está falando.

Encarei-os novamente e ri ironicamente.

- Pois então ouçam com atenção: Eu não quero ter nenhuma relação com vocês. Tenho nojo do que fazem e me recuso a seguir por esse caminho. Jamais serei rainha e se for, vou fazer todos vocês pagarem pela morte da minha mãe.

Gritos e murmurinhos inundaram o grande salão. O espanto tomou posse do rosto de todos que estavam presentes.
Depois de analisarem em conjunto, abrirem manuais e rolos reais, viraram-se para mim.

- Nós não vamos arriscar que a Katherine continue sendo treinada para ser herdeira, rei Andrew.

Meu pai olhou-me com um certo remorso.

- Katherine, não pode deixar que isso afete todo o país, você não entende o que está acontecendo?

- "Isso" é a morte da minha mãe. E eu não quero acabar carbonizada pela minha família.

Ele respirou fundo e me analisou antes de finalmente responder.

- Então amanhã iremos declarar que por causa do incidente, você não tem mais condições e nem capacidade para herdar o trono e a Beatrice ocupará seu lugar. 

- Ótimo!

E foi assim que eu, Katherine Stuart Vonderwood abri mão da Coroa. Ou foi o que eu pensei.

(...)

ESSA É MINHA PRIMEIRA HISTÓRIA SOBRE A REALEZA.

ESPERO QUE GOSTEM.

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BEEEEIJO! ❤❤❤

Além da CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora