Capítulo 16

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Fiquei presa no quarto durante dois dias, batia na porta, gritava por socorro, mas ninguém ia me ajudar, com um pequeno espelho, vi que os guarda roupas estavam na porta de vigia

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Fiquei presa no quarto durante dois dias, batia na porta, gritava por socorro, mas ninguém ia me ajudar, com um pequeno espelho, vi que os guarda roupas estavam na porta de vigia.

INFERNO!!!

Tentativas de fuga não me faltaram, pulei da janela três vezes e isso ocasionou em vários arranhões e hematomas, eles me tiraram o computador e celular, tentei jogar um bilhete para o jardineiro e isso terminou em janelas com grades, me senti no Carandiru.

Algumas vezes ouvia a voz de Jong-in do lado de fora mandando os seguranças me deixarem sair, mas como ele não manda nem na própria vida, foi uma tentativa em vão.

Pior não foi o cárcere, pior foi a maldita fome, pois os cretinos me deixaram sem comer ou beber, tive que beber água da pia do banheiro e cheguei a ter vontade de comer o sabonete.

Aquele inferno não parecia ter mais fim, já estava ficando louca, o poderoso chefão nunca me deixaria sair, ninguém me ajudaria, então teria que tentar a fuga mais uma vez e minha ideia não era nada saudável.

Fui até o banheiro, peguei uma gilete de barbear, Deus tinha que me perdoar por aquela loucura, suicidas não iam para o céu, mas se não fizesse iria morrer nas mãos do meu próprio pai.
É agora ou nunca!

Peguei um pedaço de papel e escrevi um bilhete, sentei do lado da porta e engoli em seco me borrando de medo, aquilo era a maior doidera que alguém poderia cometer.

Respirei fundo começando os cortes, aquilo ardia muito, meus pulsos já estavam sangrando e minha visão ficando turva, joguei o bilhete por debaixo da porta e esperei.

Lentamente fui fechando os olhos perdendo a consciência, a morte estava a meio metro de mim, faltava pouco para concretizar meu plano, uma lágrima solitária desceu no meu rosto.

Finalmente serei livre!

A morte é como um sonho eterno, você fica preso nele para sempre e meu sonho de morte era em um lindo parque, mas especificamente o parque que estive com Jong-in, porém o lugar estava vazio.

De longe vi o carvalho e debaixo dele estava Jong-in deitado na grama com os braços atrás da cabeça olhando para as nuvens, caminhei em sua direção curiosa.
__ Aqui não é o céu, pois você está aqui! _disse com um sorriso de lado e ele virou o rosto me encarando.
__ Deita aqui comigo!? _estendeu a mão com um sorriso e sem hesitar sentei ao seu lado.
__ O que faz aqui? Você também morreu? _Jong-in sorriu fraco.
__ Deixa de fazer perguntas idiotas e só aproveita o dia! _me calei deitando na mesma posição que a dele.

Se aquilo era um sonho da morte, bem que poderia ser com outra coisa, mas foi justamente com quem eu mais repudiava, porém algo passou na minha mente, que o céu é o lugar onde temos paz e naquele dia no parque com o moreno, tive pela primeira vez, paz.

Abri meus olhos lentamente, a luz me cegava, o parque havia desaparecido e ouvi um barulho de bip, quando abri totalmente os olhos percebi que estava em um hospital, aquilo significava que ainda não tinha morrido, olhei para o lado e vi Jong-in sentado em uma poltrona dormindo.
__ Ei, ei Jong-in! _chamei seu nome, mas o mesmo não acordava.

Garoto dorminhoco de uma figa!

__ Ei idiota! Acorda! _havia um copo d'água do lado da cama, então com um pouco de esforço, joguei na sua cara.
__ AI MEU DEUS, O QUE É ISSO? _ele levantou assustado e depois me encarou. __ Você acordou S/N?!
__ Fala baixo! Os guarda roupas ainda estão aí?
__ Quem?
__ Os seguranças! _falei baixinho.
__ Estão sim, mas por quê está sussurrando?
__ Você vai ter que me fazer um favor!
__ E o que seria? _cruzou os braços.
__ Me ajuda a fugir!
__ Fugir? Ficou maluca? Se te pegarem vão te matar garota! O que você fez de tão grave que o Appa está te mantendo presa?
__ Isso não importa, só me ajuda a fugir!
__ Fugir pra onde criatura? Se ainda não se tocou, você está em um hospital!
__ Exatamente! _levantei uma sobrancelha e ele entendeu meu recado.
__ O que tenho que fazer? _sorri e lhe contei meu plano de fuga.

Para o moreno, aquilo era suicídio, mas para alguém que tentou se suicidar, não era problema, a parte dele era fácil e ninguém desconfiaria que teve participação.

Jong-in saiu do quarto para concluir o plano, vi encima da poltrona minhas roupas e tratei de vesti-las, depois cobri o corpo com o lençol, de repente a porta se abriu e uma enfermeira entrou.

Ela aplicou o soro e depois saiu, fechei os olhos esperando Jong-in, minutos depois ouvi vozes do lado de fora.
__ Há um paciente no PS com um bisturi na mão exaltado, poderiam nos ajudar? _aquela voz era da enfermeira.
__ Chame a segurança do lugar, não podemos sair. _um dos guarda roupas respondeu.
__ Se estão com medo da paciente sair, acabei de lhe aplicar um sedativo para dor, ela está sedada! _a porta foi aberta, então fechei os olhos rapidamente fingindo dormir.

Houve um silêncio e essa seria minha chance, levantei da cama e espiei, os seguranças não estavam mais lá de vigia, saí pelo caminho contrário em busca da saída de emergência.

A noite estava fria, mas por sorte Jong-in havia deixado seu casaco no quarto, depois que encontrei a saída corri o mais rápido que podia, mesmo estando bastante fraca e sentindo dores nos braços, continuei a correr. Ao avistar a rua vi um carro bem familiar e de repente uma cabeleira loira apareceu na janela.
__ AQUI S/N! _Sehun acenou, corri em sua direção entrando no carro. __ O Kai me ligou! Você é muito louca garota! _ele sorriu e me deu um selar nos lábios.

O loiro ligou o carro e saiu a toda velocidade, mas sem deixar de olhar pelo retrovisor para assegurar que não fomos seguidos, toda aquela adrenalina estava subindo no meu corpo, pois já estava vendo estrelinhas.

É a fome mesmo, sua louca!

__ Preciso comer antes que tenha um troço! _disse e Sehun me encarou com o cenho franzido.
__ Vamos para meu apartamento, lá tem comida!
__ Você não acha que vão atrás de mim lá?
__ Pensei que o plano de fuga fosse seu!
__ Aé! _ele deu uma risada alta com minha confusão. __ Então dobre naquela rua.

Minutos depois Sehun começou a acelerar o carro, olhei pelo retrovisor e haviam um carro preto nos seguindo, parecia até aqueles pegas de veículos, meu coração já estava na goela com aquilo e também estava me borrando me medo, pois não queria voltar para aquele inferno.

O loiro seguiu minhas instruções para onde ir, mesmo sem entender a finalidade do meu raciocínio, mas se fosse para cometer uma loucura, faria em grande estilo.

Logo o carro estava chegando onde eu queria, Sehun arregalou os olhos ao perceber onde estávamos e também porque fomos encurralados, pois apareceu outro carro na frente, ele freou bruscamente assustado.
__ O que iremos fazer? _suas mais apertavam com força o volante, olhei para ele e puxei seu rosto para um beijo. __ O que iremos fazer? _ele disse depois do beijo e sorri de lado.

Respirei fundo e abri a porta do carro, Sehun não pôde me impedir, andei na direção de um dos carros que teve a porta aberta revelando o senhor Kim. Olhei para trás e o loiro me encarava assustado, sorri para ele e dei um longo suspiro, estávamos na ponte do rio Han, então mudei o caminho indo para a beirada.

Subi no parapeito e me enchendo de coragem pulei no rio, ouvi vozes gritando meu nome, mas era tarde, já estava afundando para as profundezas do rio Han e sumindo da vista do meu perseguidor.

Silence (Imagine Kai) 2ª Temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora