Epilogo. I Parte.

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Aquele não estava sendo exatamente um dia feliz para o Dr. James.

Depois de uma cirugia fracassada, onde o paciente morreu na mesa cirúrgica, se sentia cansado emocionalmente e fisicamente, seu corpo almejava por descanso já que ele estava a cinco dias sem ir para casa, fazendo plantão atrás de plantões, estava sobrevivendo a base de cafeína, não saia do hospital.

Evitava ir para casa depois que sua recém esposa foi morta lá, junto com suas duas irmãs Maria e Bietriz as gêmeas de Zoe Carla e Ricardo, por uns assaltantes enquanto ele estava no plantão, e começando sua carreira.

As gêmeas foram para sua casa fazer companhia a sua mulher para não ficar sozinha, porque estavam ansiosas que o bebê que ela carregava nascesse longo, aquela noite das três mulheres que ele amava tanto acabou em sangue, elas mortas e os bandidos todos também e a tragédia abateu a família tão unida e linda de Paula e Liam James.

Todo mundo chorou, todo mundo sofreu, Paula e seu marido sentiram a dor de perder seus filhos, mais André sofreu a dor de perder seu amor, sua mulher, suas irmãs, e seu filho, por mais que a dor dos outros era intensa a dele era mil vezes mais, olhar para Zoe e Carla é como olhar para as duas gêmeas mortas e lhe fazia sempre lembrar, se ele fechar os olhos por instantes ele até poderia imaginar com nitidez como tudo aconteceu, anos se passaram e ele nunca parou de se culpar e sofrer, mesmo seu pai e família lhe falando que, ele não tinha culpa por ter estado a trabalhar ele não conseguia deixar de se culpar por não ter protegido elas, aquela casa lhe assombrava com recordações mesmo depois de tantos anos.

Ouviu seu celular a tocar, esfregou os olhos suspirando enquanto tirava seu jaleco.

-Seu cuzão dos infernos, onde você está?-  Gritou Hugo seu melhor amigo e primo assim que o mesmo atendeu o celular - Acabei de chegar de Benguela e estou aqui no teu apê a horas e você nada. -Resmungou- A moleque se você me falar que ainda está enfiado naquele hospital eu te encho de porrada, mano, o nosso vôo é daqui a duas horas, e você sabe como nossos pais vão surtar se nos perdermos o mesmo.

-Cara respira- Murmurou André sem animação nenhuma na voz.- Já estou saindo daqui, tive que atender uma emergência.

-Sempre tem emergência-desdenhou -Foda-se André, faz rápido ou eu te deixo e aí você vai aguentar sozinho os resmungos da tia Paula.- Resmungou Hugo desligando o celular na cara do amigo, ele tinha amor à vida e nem morto atrasaria para uma reunião familiar, sabe que sua mãe Biatris surtava quando tinham estes encontros.

- Bom final de semana, e boas festas Dr. James- André ouviu sua secretária desejar enquanto ele se despedia, murmurou um obrigado igualmente, e partiu. Assim como Hugo ele não queria ouvir sua mãe a surtar, a falar e chorar que os filhos só porque cresceram já não respeitavam os encontros familiares, festivos.

Acelerou o carro passando as ruas de Luanda indo a caminho do seu apê e de lá iriam para Londres passar a quadras festivas com a família, mais só de pensar naquele encontro cheio de gente barulhenta, e comemorando lhe piorava na sua dor de cabeça só queria sua cama e dormir, mais como nem tudo que queremos temos, ele apenas suspirou frustrado.

Aquele não estava sendo exatamente um dia feliz para Andreia James.

Depois de ter mais duas entrevistas de empregos frustradas, sua saia rasgou enquanto ela saia da empresa que foi recusada, pneu de seu carro furou e teve que esperar uma eternidade por um mecanico, quando chegou a cafetearia que trabalhava seu chefe lhe deu uma bronca pelo atraso e ainda teve que ouvir as cantadas baratas de alguns quilientes, e agora estava ali.

Casamento Forçado (Concluido) #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora