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- Isso quer dizer que vais ficar na minha casa o dia todo?

- Parece que sim. Mas logo à tarde, podíamos ir passear.

- Otima ideia. Assim não parecemos tão sedentários. Eu não sou. Já tu, nem energia tens.

- Quando perderes comigo, não vais dizer o mesmo.- riu me com um riso maléfico. Tenho pena dele em aturar me. Não é um trabalho fácil.

- Ai é? Eu vou ganhar. Vais ter que cozinhar para mim.- ele diz me e começa a fazer me cócegas.

- Pára André!- digo entre muitos risos.- Tenho cócegas em todo o lado menos nos pés. Por que é que não fizeste nos pés?

- Porque aqui tem mais piada.- ele ri se comigo.

- Pára! Estou aqui, estou a ficar sem ar. Depois não tens direito a meter um pé na minha casa para eu cozinhar para ti.- digo lhe e ele pára com as cócegas.- Lindo menino!

- Acabaste de dizer que ias perder. Eu sabia. Vais perder! Vais perder!- ele diz enquanto dança uma coisa qualquer, mas ele a dançar é a coisa mais estranha que já vi em toda a minha vida.

- O que estás a fazer, André?

- Estou a fazer a dança da vitória!

- Mas ainda não ganhaste nada. Eu ainda posso ganhar.- acabamos de comer e vamos para a sala. Vamos começar a tal desforra. Coitado. Vai perder.

- Vais ver que vou ganhar.

- Vai sonhando.

- Por acaso, eu sonho acordado.

- Pois, já reparei. Passas a vida a sonhar. Ao menos, sonhas alguma coisa que se aproveite?

- Sonho comigo. Eu sou uma coisa que se aproveita.

- Convencido.

- Orgulho nisso. Quero a minha desforra agora. Para logo à tarde irmos dar um passeio à beira mar.

- Ao pôr do sol. Vá lá. O pôr do sol é só a melhor imagem do dia. Se me levares a ver o pôr do sol, deixo te chamar me Jo.

- Já deixavas, Jo. Mas sim. Podemos ir ver o pôr do sol. Mas agora, quero a minha desforra.

- Se perderes, já sabes.

- Vou ganhar.

- Quem te disse?- pergunto lhe enquanto lhe dou um murro no ombro.

- Eu.- ele diz e começamos a jogar.

- André?- pergunto lhe quando já havia passado metade do jogo e ainda ninguém tinha marcado.

- Diz.- ele diz e olha para mim.

- Ganhei.

- Não ganhaste nada. Não marcaste.

- Quem disse?- eu digo lhe e ele olha para a televisão.

- Batota. Tu distraiste me. Isso não vale. Para a próxima também vou fazer isso.

- Se eu fosse a ti, começava a pensar no jantar.

- Pois, parece que vou ser eu a fazer o jantar para ti. Estou lixado.

- Eu disse que ia ganhar. Toma, André.- começo a dançar.

- Eu juntava me a ti nessa dança, se tivesse ganho.- ele diz triste.

- Anda.- estico o meu braço e ele agarra a minha mão, levanta se é começa a dançar junto a mim. Não muito próximo. Espaço pessoal.

- Espera. Vou pôr música.

- Uma música de jeito. Não danço nada que não seja de jeito.- ele mete música e por acaso, até tem gosto musical.

- Olha, eu só ouço música de jeito.

- Espero que também saibas cozinhar. Não quero comer comida estragada.

- Acho que sei cozinhar. Só acho.

- Ai André Miguel, se não sabes cozinhar, não sei o que te faço.- agora é que me apercebi que ele meteu uma música que eu já dancei. Okay, ainda não disse isto, eu já dancei acro, jazz, contemporâneo e ballet. Multifacetada. Não aguento. Tenho que dançar.- André, escolheste a música errada.

- Porquê?

- Tenho que dançar isto.

- Estou a ficar com medo.- ele diz isto e começo a dançar.- Uau. Meu deus, Johanna. Pensava que eras sedentária, e afinal és toda elástica.

Acabo de dançar e caio no sofá de cansada.

- Estou impressionado. Danças tão bem.

- Obrigada. Já não dançava à tanto tempo. Tu meteste me a dançar outra vez. Grande conquista. Eu sentia me realizada.

- Porque? Não gostas de dançar?

- Adoro, mas não tenho tempo. A faculdade rouba me o tempo todo. Tive que deixar a dança de lado.

- Tu danças mesmo bem. Já sei.

- O que vem daí?- pergunto lhe.

- Todas as vezes que estivermos juntos, tu vais dançar para mim.

- Para ti?

- Sim. Qual é o problema? Acho que já não sou nenhum estranho para ti. Não nos conhecemos ontem. Já nos conhecemos à duas/três semanas. Até te vou levar a ver o pôr do sol para ter a autorização oficial para te chamar Jo. Acho que depois disto tudo, já podes dançar para mim. Vou ser o teu espectador pessoal.

- Eu não danço em público. Por isso, só na minha casa, na tua, ou na dos meus amigos. Não danço em mais lado nenhum.

- Está bem. Vou fazer um daqueles cartazes de apoio.

- Okay.- digo lhe e abraço o. Ele retribui. Não estava à espera disto. Pensava que ele me ia deixar pendurada. Afinal não.

- És muito calorosa. Menos as tuas mãos.- ele diz me quando já estamos separados.

Vou à cozinha buscar um copo com água.

- Só isso? Se tivesse sido eu a dançar, já tinha bebido uma garrafa. Mas tu já danças te antes e eu não. Nunca dancei na minha vida.

- Quem nunca dançou?

- Eu.

- És um extraterrestre ou quê?

- Talvez. Ensinas me a dançar?

- Claro. Todos os meus amigos sabem dançar e se não souberes, acabou aqui.

- Não. Ensina lá.

- Okay.- digo lhe e começo a dançar com ele. Nem é propriamente aqueles pés de chumbo que pisam tudo o que lhes aparece à frente.

No fim disto tudo, já é hora do almoço e a minha barriga começa a dar sinais disso.

- Talvez seja melhor pararmos aqui e irmos comer algo.- André diz me.

- Sim. Excelente ideia.- parámos de dançar e fomos para a cozinha, cozinhar. Claramente.

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Olá!!

Tudo bem com vocês?

Este capítulo está consideravelmente maior, mas como eu não publiquei no sábado, decidi fazer um maior.

Por favor, comentem. Adorava saber a vossa opinião, mas se vocês não comentam, não tenho como saber a vossa opinião.

Espero que gostem!

Até sábado

Beijos, Joana

Crush or love?|| André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora