— Desculpa. — disse ele enquanto afastava-se de mim — Eu não deveria ter feito isso. Não sei o que aconteceu comigo.
— Tudo bem. Só foi meio estranho, até porque eu tenho namorado e você é o meu professor.
Entendo que ele estava passando por um momento difícil, mas me beijar foi demais. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Ele faz a linha toda machão, não dá pra desconfiar. Em outro momento da minha vida eu poderia ter adorado aquilo, confesso que ele era muito bonito, mas agora eu tinha namorado e devia fidelidade. — Não conversamos muito, acabei inventando que o meu pai já havia chegado e estava me esperando. Ele ficou todo nervoso ao se despedir, achei bastante engraçado o jeito dele. Quando cheguei na frente da escola pra minha infelicidade o meu pai ainda não tinha chegado. Atravessei a rua e fui direto pra lanchonete que ficava em frente.
Ficava cada vez mais tarde e nada do meu pai chegar. Tive a sensação de já estar esperando por mais de uma hora. Senti o meu celular vibrar dentro da minha bolsa. Era o meu pai.
— Cadê você, pai? Estou te esperando á um tempão.
— Foi mal, filho. Não vou poder te buscar hoje. Aconteceu alguns imprevistos aqui no trabalho.
— Tá bem. O ônibus já passou, mas tenho dinheiro aqui pra pegar um táxi. Tchau.Desliguei o telefone, peguei a minha mochila e fui para mais perto da rua tentar achar um táxi. De repente um carro preto, com vidros fechados para na minha frente.
— Seu pai não já tinha chegado? – disse o Julio.
Merda. Ele acabou de me pegar na mentira direitinho.
— É que... ele —gaguejei e antes que eu continuasse ele me interrompeu.
— Você mentiu pra mim, né? — ele ria da minha cara, que a essa altura já deveria está totalmente vermelha de tanta vergonha.
— Admito. Fiquei com vergonha depois do que aconteceu. Desculpa.
— Depois do beijo? — ele não agia mais como alguém que estava arrependido, havia malicia agora em seu olhar, então só assenti com a cabeça. enquanto ele continuou a falar. — O que ainda faz aqui? Seu pai demora tanto?
— Normalmente não, mas ele acabou de ligar e disse que não pode vir me buscar. Agora estou tentando achar um táxi.
— Não seja bobo. Eu te levo. — ele notou a minha cara de desaprovação — Prometo que não irei fazer nada, até já esqueci aquilo.
Naquele horário era tão difícil encontrar um táxi que acabei aceitando a sua carona. No caminho conversamos muito e como o prometido ele não tentou nada, mas percebi que ele me olhava enquanto dirigia. Falamos sobre o futuro, em como a vida dele seria agora depois da separação, até sobre Bruno. Em meio a tanto assunto acabei nem percebendo que já estávamos chegando ao meu prédio.— Adorei te conhecer melhor, Sky.
— Eu também. Obrigado pela carona. — disse eu saindo do carro.
Realmente gostei de conhecê-lo melhor. Ele era legal, tinha algo especial que me encantava. Fui interrompido dos meus pensamentos quando percebo a mãe do Erick me esperando na portaria.
— Oi tia, Lúcia. O que faz aqui?
— Vim ver se o Erick estava aqui. Ele saiu de casa dizendo que estava com você, mas não avisou que iria dormir, então fiquei preocupada. Ele tá ai?
— Ele não viajou? — eu estava sem entender absolutamente nada e presumo que agora ela também.
— Não estou sabendo de nenhuma viagem.Droga. Ele mentiu pra mim. Realmente quer ficar longe.
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𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)
RomanceDesde muito pequenos, Sky e Erick se conhecem, e com o decorrer dos anos o laço entre os dois torna-se ainda mais forte e sincero. Tantos momentos e tantas coisas para descobrirem juntos resultam em incontáveis memorias. Eles só não contavam que alg...