𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)

PART 22 - M E M O R I E S

 Erick dormia feito um anjo. Seus cabelos extremamente castanhos claros ficavam quase loiros com a luz que invadia o quarto. Fizemos amor durante toda a noite. Erick era bom no que fazia, algo em que eu já mais imaginaria. Até horas atrás ele era pra mim como um irmão mais velho, agora ele estava ali no meu lado sendo o meu homem. Através dos seus beijos já notava-se uma pegada "diferente", mas Erick na cama era selvagem, um verdadeiro macho alfa. E agora parando pra pensar o quanto foi bom me arrependo de ter adiado tanto esse momento.
 
— Dormiu bem? — perguntei enquanto ele fazia manhã ao abrir os olhos. Como ele era lindo.— Maravilhosamente bem e você? — disse ele ao passar uma das suas mãos pelo meu rosto. Apenas fiz que sim com a cabeça e Erick continuou a falar — Como vai ser agora?

— Como assim? —  disse eu.

— Depois disso o que aconteceu entre a gente, não sei como ficamos. Você sabe que gosto de você, queria tentar algo.

— Não vamos apressar as coisas, mocinho. Foi ótima a noite, eu gostei bastante, mas acho que funcionamos melhor sendo bons amigos.

— Imaginei que fosse dizer isso. Então no caso devo fingir que nada aconteceu?

— Não. No caso você deve parar de falar e repetir o que fizemos a madrugada inteira. — disse eu o puxando pra mais perto através da sua cintura.

— Você quer dizer que vamos transar, mas continuar amigos e ficar com outras pessoas? — perguntou ele todo desconcertado.

— É. Depois conversamos sobre isso, temos pouco tempo. Vem.

 Erick me beijava com ferocidade enquanto apertava fortemente a minha bunda. Seu membro já estava ao ponto de saltar da sua cueca boxer preta. Não demorou muito pra que já estivéssemos despidos e Erick dentro de mim. Era notável que ele queria ser carinhoso comigo e não me machucar, mas não conseguia ser menos selvagem já que todo aquele tesão o impedia.

— Você é muito gostoso. — disse ele com cara de quem não acreditava no que havia acabado de dizer.

— Não precisa ficar com vergonha. Você é muito bom no que faz. Nossa.

 Logo as palavras foram trocadas por vários gemidos, tanto meus como de Erick. As minhas pernas estavam pra cima, fazendo com que as apoiasse em seus ombros. Erick me olhava como se fosse me devorar e aquilo me enchia de tesão. Era bom sentir-se desejado. Era bom sentir Erick ali dentro de mim. Depois de incontáveis estocadas ele anuncia que iria ejacular. Erick caiu ao meu lado. Ele estava exausto.

— Nossa, isso foi... — disse ele ofegante.
— Muito bom. — completo eu.

 Me levantei e fui ao banheiro tomar uma ducha. Ficando de costas pra Erick. Ele não parou de olhar até que adentrei o banheiro. Após o término do meu banho Erick foi tomar o seu. Fiquei ali em seu quarto olhando algumas fotos coladas na parede, muitas delas eram de nós dois. Havia uma de quando eramos bem pequenos e Clara estava nela também. Ela tinha mudado tanto, o tempo é rei mesmo, Clara deve agradecer. — Acabei me perdendo em meus pensamentos quando vi uma foto minha e do Erick. Era do dia em que havíamos dado o nosso primeiro beijo. Já fazia tanto tempo, mas pra mim era como se fosse ontem. 

FLASHBACK:

– Você já beijou alguém, Erick? – perguntou eu, curioso.

– Porque está me perguntando isso? - disse ele enquanto ganhava de mim mais uma vez em algum jogo bobo que estávamos jogando.

– Estou curioso. Apenas. 

– Já sei. Você nunca beijou, né? –  perguntou ele, me deixando extremamente vermelho. 

– E você já? 

– Sim. A Aninha, minha prima. Porque?

– Ah. Mas ela é sua prima, é estranho. Sua mãe te mataria se soubesse. 

– Só sabe isso você, e sei que não irá contar pra ninguém. Mas enfim, com quem foi o seu primeiro beijo? – começamos uma nova partida no jogo. Demorei um pouco pra responder, ficando cabisbaixo e Erick percebeu minha reação. –  Calma aí, você não beijou ainda? Meu Deus, você já tem quase 10 anos, Sky. 

– Ainda não. A Leticia da nossa sala quer me beijar, mas estou com medo de fazer a coisa errada. – disse eu timidamente. 

– Bom, eu posso te ajudar se você prometer não contar pra ninguém."

  Viajei tanto que nem percebi a volta de Erick ao quarto. Ele estava com uma toalha branca que marcava o seu membro. Não tive como não olhar. 

—  Você ainda lembra desse dia? —  perguntou ele enquanto pegava uma cueca em seu guarda-roupa.

—  Como esquecer, né? 

  Descemos pra tomar café já que estávamos morrendo de fome. A mãe de Erick estava lá. fazendo torradas. Dei um beijo em seu rosto, seguido de um bom dia. Me sentei ao lado de Erick e começamos a rir com algumas histórias que sua mãe contava do seu tempo de escola. 

—  Filho, você soube que aquele seu colega, o Bruno, foi internado? —  perguntou ela enquanto colocava uma jarra de suco na mesa. 

 Erick nada disse. Sua expressão de felicidade foi tomada por uma cara de nojo. Apenas me olhava, esperando qualquer reação minha. Eu não havia esquecido o Bruno, mesmo depois da noite maravilhosa com Erick, ainda me importava e queria saber o que havia acontecido com ele. Mesmo que isso isso fosse estragar todo o clima bom que estava rolando entre mim e Erick.

 —  Você sabe o que aconteceu, tia? — perguntei evitando olhar pra Erick, ele estava calado.

 Ela me explicou tudo. Disse que Bruno havia sido internado porque não estava alimentando-se corretamente e que estava no mesmo hospital em que Erick havia ficado. —Durante o café nada mais foi dito por Erick. Ficamos calados até acabarmos a refeição, até mesmo sua mãe nada disse. Deve ter percebido o clima pesado que ficou. Me despedi de sua mãe e quando iria abraçá-lo ele disse que iria levar-me até a porta. 

—  Você vai até lá, né? — disse ele puxando o meu braço. Fiquei calado. — Não acredito que você ainda tem coragem de ir ver aquele cara, mesmo depois de tudo.

—  Eu faria isso por você também. — foi só o que consegui dizer. Ele estava extremamente bravo. 

— É sério que você quer me comparar com aquele cara? Diferente dele eu procuro sempre te fazer o bem.

— A questão aqui não é essa. Eu ainda me importo e preciso vê-lo. Não fica bravo.

— Pode ir, depois não diz que eu não avisei.

— Mais tarde pode ir até a minha a casa?

— Não. — disse ele frio e fez sinal pra que eu saísse.