PART 21 - SHOW ME THE MAN THAT YOU ARE, ERICK

2.7K 255 48
                                    

 — Erick, para de ser infantil. Eu apenas me expressei mal. Assim que ouvir essa mensagem me liga.  

 Aquela era uma das milhares mensagens em que eu já havia deixado na caixa-postal dele. Não entendo tal comportamento. Mesmo que ele sinta algo por mim deveria entender que estou confuso, acabei de sair de um relacionamento e não estou nem um pouco afim de entrar em outro. Chega, ainda mais com meu melhor amigo. E se eu machucá-lo? E se apenas sejamos bons só como amigos? Posso não sentir nada por ele, além de tesão. Não quero arriscar perdê-lo. 

 — Estou indo pra casa. — disse Clara enquanto adentrava o quarto pra pegar sua bolsa. Apenas assenti com a cabeça. — Tem certeza que quer ficar aí sozinho esperando a boa vontade do Erick de te ligar? Você sabe que está errado, dê um tempo a ele.

— Não estou errado em nada. Como já te disse apenas me expressei mal, além do mais foi só um beijinho. Não deveria está fazendo tanto alarde assim.

— E como já te disse ele gosta de você. Enquanto fica fazendo pouco caso, pra ele foi algo importante. Se quiser sair pra se divertir é só me ligar. — antes que  ultrapassasse a porta ela volta a dizer.  —  Ah, só cuidado pra não está dando importância as coisas erradas, tá? 


 Clara saiu sem nem me dá o direito de resposta. Fiquei trancado durante toda a tarde no meu quarto. Havia apenas flashes de luz que vinham da janela e a do meu celular por toda a minha face. Tocava alguma música triste na qual eu nem ao menos sabia o nome. Bruno me ligava interrompendo os meus pensamentos. Deixa tocar. 

"Dá pra você me atender? A gente precisa conversar. - B"

 "Não dá. E se puder parar de ligar eu agradeço, está pausando toda hora minha música." 

Chato.

 Decidi enviar um SMS pedindo desculpas ao Erick. Sem resposta. Talvez a Clara estivesse certa, era melhor dá um tempo pra ele. Diferente dele sou eu quem não sei o que quero e estou usando alguém que tanto me quer por apenas uma atração física. Não posso almejar que ele me entenda quando nem eu mesmo me entendo. —  Meu telefone voltou a tocar. 

—  Dá pra você parar de me ligar? Que porra.

—  Nossa. Eu te ajudei a noite inteira e você me pede pra parar de te ligar? Grosso.

—  Ai meu Deus. Desculpa, Clara. Achei que fosse o Bruno, ele continua a ligar. —  ri com aquela situação.

— Tudo bem, dessa vez vou deixar passar. Mas liguei pra te chamar pra sair. Não vou deixar com que fique aí trancado no seu quarto servindo as trevas.

— Não estou muito afim, sério. Fica pra próxima.

— Vamos. Um cara de quem estou afim vai e quero muito ficar com ele. Prometo que nunca mais te peço algo.  — ela com toda certeza é daquelas pessoas que dizem isso, mas voltam a pedir algo logo depois — Por favor.

— Tá, você ganhou.


 Clara me buscaria as 19h, não faltava muito. Todo aquele tempo sem sair do quarto acabei nem percebendo como as horas haviam passado tão rápido. Desci as escadas pra procurar algo pra comer e notei que os meus pais não estavam em casa. O que era ótimo, adiaria ainda mais a explicação pra minha mãe. Me servi de um pedaço de torta que havia na geladeira e suco. Comi, lavei o que tinha sujado e voltei pro meu quarto. Me despi e fui de encontro ao banheiro. 


—  Como sempre demorando. Marcou comigo 19h e já são 20h, Clara.
—  Mil desculpas. 


𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)Onde histórias criam vida. Descubra agora