PART 16 - THE PROM

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— Ai meu Deus, acabei dormindo no seu peito. Não machucou teu braço? — perguntei enquanto me levantava da pequena cama.
— Um pouquinho, mas relaxa.
— Deveria ter me acordado. Essa cama é muito pequena pra nós dois. Não somos mais crianças pra dormir juntos em cama de solteiro né.
— Não quis te acordar. Você estava tão lindo dormindo.

Ele fez aquela cara de cachorro sem dono, o que me fez ficar extremamente atentado por Erick. Ele sabia como me ganhar.

— Para com isso. Sério.
— Isso o quê? — disse ele rindo, supostamente adorando me ver totalmente desconcertado.
— Nada, deixa pra lá. Agora eu preciso ir tá?
— Mas já?
— Claro né. Preciso tomar banho, trocar essa roupa, já tô fedendo.
— Ue, achei que iria ficar comigo o tempo todo. Falsas promessas?
— E não vou, assim que você sair daqui eu vou pra sua casa. Agora tchau, e tente não morrer de saudades tá?

Peguei um táxi pra minha casa, mesmo o Bruno insistindo que ele mesmo iria me buscar.
Eu não queria vê-lo, ao menos não por agora. Ele não gosta da minha aproximação com Erick, e até entendo, mas sempre vou colocar os meus amigos como prioridade. Então pra não brigar é até melhor conversar depois.

Quando cheguei na minha casa a minha mãe já estava com meu boletim, como eu já havia presumido passei em todas as matérias. Entre aqueles papéis também havia chegado um aviso do curso de NY. Eles adiaram as aulas, com isso eu teria mais um mês no Brasil, o que seria ótimo já que agora eu e o Erick nos aproximamos de novo.
 
Naquela noite seria o baile, e com tudo que estava acontecendo eu nem sequer lembrei da existência do mesmo. Uma hora dessas as meninas devem está loucas em seus quartos, fazendo a unha, cabelo e os garotos fazendo uma lista de quem querem beijar. Enquanto eu estava ali no meu quarto, curtindo minha paz e agradecendo por ter ficado longe disso tudo.

Ouço mamãe me gritar e desço as escadas rapidamente pra saber o que ela queria comigo.

— O Bruno tá no telefone. — disse ela enquanto passava o telefone pra minha mão, em seguida saiu da sala.
— Oi, amor. Porque não ligou pro meu celular?
— Eu liguei, mas você não atendeu né. Parece até que é surdo.

O Bruno parecia está bravo. Quando ele disse que havia ligado peguei meu celular e vi que haviam muitas ligações dele e também uma mensagem do Erick.

"Vem dormir aqui comigo hoje? Você sabe que minha cama é maior, dessa vez não vamos passar aperto."

— Sky? Tá aí?
— Estou sim. Desculpa, estava vendo aqui meu celular, realmente me ligou. Eu estava distraído, por isso não vi.
— Tá bom. Você vai ao baile comigo né?

E agora? Eu sabia que Bruno era meu namorado e o certo a se fazer era aceitar ir com ele. Mas eu também havia prometido estar com o Erick, e mesmo que eu não houvesse prometido eu não queria ir aquele baile idiota, não me sentiria bem. Quando menos percebi já estava mentindo pro Bruno.

— Não vai dá, amor. Vou viajar com meus pais pro interior. Vamos visitar os meus avós, tem tempo que não os vejo.
— Então tá né. Boa viagem.

Pedi pra que ele tomasse cuidado. Eu bem sabia como as meninas e até mesmo os garotos do colégio eram assanhados.
Mandei mensagem pro Erick confirmando que eu iria pra sua casa as 19h.

— Oi tia, Lúcia. Como a senhora está?— trocamos um breve abraço.
— Oi. Até que enfim apareceu né. Eu tô ótima. O Erick tá lá no quarto dele.

Dei um beijo no rosto dela e subi as escadas indo direto pro quarto do Erick. A porta estava entre aberta então já fui entrando. Ele estava de cueca e com uma cara de sono. Ele estava lindo.

— E aí, preguiçoso. — joguei minha mochila em um canto do quarto.
— Oi. Advinha quem passou direto? — ele estava se vangloriando.
— Eu. — falei dando de ombros, o que fez com que ele se acabasse de rir.
— Bom, então parabéns pra nós né.

Passamos a noite toda jogando vídeo-game, mesmo eu odiando todos os jogos que ele tinha. Era extremamente chato ver o Erick ganhando de mim em todos eles. Eu era muito ruim, não cheguei nem perto de ganhar nada.
Até que em um momento eu me cansei, disse pra ele que estava cansado de perder e o desafiei a me ganhar em uma coisa que eu era bom. O Uno. Erick tão competitivo que é não pestanejou em aceitar.
No meio do jogo percebo Erick ficar um pouco distante.

— No que você tá pensando?
— No baile, em como as pessoas devem está se divertindo e estamos aqui.
— É ruim pra você está aqui? — eu não estava entendendo nada.
— Na verdade não. Eu sempre imaginei que seria assim, não essa parte do braço quebrado. — caímos no riso.
— Com certeza isso não estava nos seus planos.
 
Ficamos um tempo em silêncio.

Vem. — ele estendeu a mão pra que eu levantasse.
— Como assim? Vamos aonde?

Segui Erick até a varanda do seu quarto. Aquela noite estava linda, a lua estava cheia e o céu repleto de estrelas.

— Vamos fazer nosso próprio baile. — Erick ia de encontro a um pequeno som, colocou pra tocar uma música que eu adorava. Era extremamente lenta e me acalmava tanto.
— Você é louco. Não vou fazer isso.  — ele nem parecia está ligando pra o que eu dizia, resolvi entrar na onda
— Poderia dançar comigo?
— Porque não, permita-me que eu pise nos seus pés, moço.  — rimos em uníssono.

Ficamos durante toda a música colados dançando. O rosto do Erick estava tão perto do meu que eu poderia ouvir sua respiração ofegante.

𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)Onde histórias criam vida. Descubra agora