PART 28 - SO CLOSE TO THE END

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 Na minha cabeça aquelas mensagens não faziam o minímo sentido. Nunca tive problemas com ninguem, tanto na rua, quanto na escola. A única pessoa que eu realmente sabia que não iria com minha cara era a Raquel, mas ela não seria capaz de fazer isso. Eu nem lembro da existência dela, e ela parece fazer o mesmo. Decidi ligar para o Erick, saber se ele estava recebendo aquelas mensagens estranhas também. Tocou algumas vezes, mas logo pude ouvir aquela voz manhosa dele. 


—  Sentiu saudades, né? Sei como é, realmente é muito dificíl ficar longe de mim. —  disse ele ao atender. Um pouco convencido, mesmo sendo um pouco de verdade no que ele havia dito, aquilo não importava no momento.

— Você não é nem um pouquinho convencido, né? Mas enfim, não liguei por sentir saudades. Preciso tirar uma dúvida. — disse eu, enquanto procurava uma roupa pra ir ao centro, já que precisava resolver as últimas coisas da viagem. 

—  Que dúvida? Diz aí, o Erickzão te ajuda. — notava-se que ele ria do outro lado da linha.

—  Você andou recebendo umas mensagens estranhas? — decidi ir direto ao ponto.

—  Eu não. Porque? Alguém andou te enviando mensagens?

—  SIm. Algum desocupado decidiu gastar seu precioso tempo comigo.

—  Nossa, só toma cuidado, depois que assisti aquela série que você me indicou vivo tendo medo de mensagens anônimas.

— Só você pra me fazer rir viu. Mas relaxa, não deve ser nada. Agora preciso desligar. tenho que ir resolver tudo o que não resolvi ontem, senhor influenciador. 

—  Ei, me responde uma coisa antes? —  perguntou ele assim que eu ia desligar a ligação.

—  Você não está mesmo com saudades? — gargalhou ele. Eu apenas disse "tchau" e desiguei. 


 Após tomar banho e me certificar de ter pego tudo o que eu precisaria desço as escadas. Mamãe passava ferro em algumas roupas e papai assistia a um jogo na TV. Avisei que iria ao centro e logo estava eu na frente do prédio esperando o Uber que eu havia pedido, quando ouço alguém me chamar. Curiosamente tratava-se de Julio, chegava a ser estranho o modo no qual ele aparecia de repente, aquilo me assustou. Não era normal que todas ás vezes que eu precisasse ele estivesse ali, não poderia ser só coincidência. Segundo minha intuição Julio estava me perseguindo. 


—  E aí, Sky. Precisa de uma carona?

—  Não vai precisar dessa vez. Já chamei um Uber. Mesmo assim, obrigado. —  disse eu indo de encontro ao outro lado da calçada, mas logo ele se aproximou novamente, fazendo com que eu me assustasse ainda mais.

— Vai, me deixa te ajudar. Não estou fazendo nada mesmo. —  insistiu ele.

— Realmente não precisa. — disse eu enquanto verificava se o Uber já estava próximo, mas acabei tendo a noticia de que ele havia cancelado a corrida. —  Droga.

— O que houve? O Uber cancelou? Mas um motivo pra  aceitar a minha ajuda, não acha? 

  Acabei aceitando a sua carona. Eu e minha mania de resolver tudo em cima da hora precisávamos daquela ajudinha. Quanto mais rápido eu resolvesse mais teria tempo de passar um tempinho com o Erick. Isso me fez lembrar de avisá-lo que mais tarde iria na casa dele, mandei um SMS. 

   "ESTAREI AÍ ÁS 20H, NÃO ME TROQUE POR NENHUMA VADIA. PERMANEÇA DEITADINHO ONDE ESTÁ. - S"

Logo sinto o meu celular vibrar. Erick havia respondido. 

"EU NÃO SERIA CAPAZ DE TE TROCAR. - E"


 Ao ler aquilo pego-me sorrindo e percebo que Julio me observa atentamente. Desde que entrei no carro não dei uma sequer palavara. 

—  E esse sorriso aí? É o seu namorado? —  disse ele quebrando o silêncio que eu preferia que se mantivesse.

—  Não. É só um amigo. Eu naõ namoro mais. —  disse eu enquanto notava que o caminho que ele estava indo era oposto ao meu destino.

—  Uma pena. Hoje em dia os relacionamentos acabam tão rápido né. Garotada evoluida.

—  Pois é. Esse é o caminho certo, Julio? Acho que você está perdido.

—  Relaxa. Só preciso passar em um lugar e logo logo chegaremos ao centro.  

 Eu nada disse, apenas ascenti com a cabeça e após alguns minutos estávamos estacionados em algum tipo de armazém. Não era tão grande, parecia estar ocupado por um carro e algumas madeiras, mas nenhum som saía do local. Julio apenas desceu do carro e demorou longos cinco minutos lá dentro. —  Assim que voltou a adentrar o carro, aproveitou o meu momento de distração ao me ajeitar no banco do carro e pôs a mão no meu nariz, fazendo com que eu exalasse alguma coisa que me fez ficar tonto. De repente a minha vista havia ficado turva. Tudo já estava preto, e eu apenas ouvia vozes. Vozes que eu conhecia muito bem. Julio não estava ali sozinho, Bruno também estava. Desmaiei. 

𝙼𝙴𝙼𝙾𝚁𝙸𝙴𝚂 (𝚁𝙾𝙼𝙰𝙽𝙲𝙴 𝙶𝙰𝚈)Onde histórias criam vida. Descubra agora