Capítulo III

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CAPÍTULO III
Allyson

Jackson dormiu quase que instantaneamente.
Como o prometido, peguei uma cadeira que vi ali perto e me sentei próximo à maca em que ele descansava.
Até aquele momento eu ainda não havia parado para raciocinar e entender tudo que estava acontecendo. Era estranho não se lembrar de nomes, rostos e outras coisas essenciais para alguém. E era mais estranho ainda acordar num lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas.
Creio que todos quando são iniciados quase surtam com a quantidade de dúvidas em sua cabeça, e eu até os entendo, mas também acredito que minhas dúvidas eram diferentes das deles. Provavelmente muitos, assim como Jackson, por exemplo, se perguntaram aonde estavam, o que faziam aqui, o que é esse lugar e tudo mais, porém, desde que fui iniciada minhas dúvidas eram divergentes.
Quem sou eu? Será que eu já tive uma vida normal? Eu já tive mãe? Pai? Irmãos?
Eu não sei explicar, mas parecia sentir muita falta de algo ou alguém, porém nada que meu cérebro pudesse me lembrar.
Sendo assim, havia acordado a algumas horas neste tal lugar desconhecido, e agora me encontrava vasculhando minha mente, atrás de algo que me lembrasse o passado, sentada numa cadeira de uma enfermaria vazia, a não ser pelo garoto que acordou comigo.
Depois de alguns minutos ali, ouvi passos se aproximando. Logo em seguida a porta do local se abriu e o conselheiro de Jackson entrou.
- E ai? – Ele pergunta. – Como ele está?
- Bem. Agora está descansando.
- Que bom. – Ele se aproximou do garoto e mexeu em seu iPad por alguns segundos. – E você, Allyson, como está?
- Bem. – Não sei o porquê de minha estranheza com aquela pergunta, mas resolvi ignorar. – Por quê?
- Nada. – Noah diz sorrindo. – Se adaptando?
- Ainda não tive tempo de conhecer muita coisa, mas... sim.
Ele assente com a cabeça e volta-se para Jackson.
- Noah? – Uma voz feminina fala entrando pela sala. – Você está com Ally... – Ela parece perceber minha presença. – Allyson! Então foi aqui que você se meteu. – Lanna disse chegando perto de nós.
- Sim...
- Mas por quê? – Ela disse mexendo em seu iPad. – Seus dados estão normais.
- Ela estava acompanhando Jackson.
- Ah, sim. Bom, venha querida, precisamos fazer uma coisa.
- O que? – pergunto.
- Descobrir o que seu material genético é capaz de fazer. – Lanna termina essa frase já na metade da enfermaria, indo em direção à porta.
Confesso que estava curiosa para entender o que minha conselheira quis dizer, mas também estava preocupada com Jackson.
- Vá! – Noah me diz. – Eu vou ficar aqui com ele, não se preocupe. Aliás, esse é o meu trabalho.
Concordo com ele e corro para alcançar Lanna. Quando isso acontece, ela me guia pelos corredores.
- Para onde vamos?
- Para o cubo.
- Para onde?
- Uma sala de inteligência artificial.
- Mas... para que serve?
- Para descobrir sua classe e diagnosticar a atividade genética de seu organismo.
- E o que esse tal de cubo faz?
- Ele leva seus neurônios e seu nível de adrenalina ao máximo, resultando numa ativação natural de seus instintos.
- Mas é seguro?
- Totalmente! Estarei monitorando-a por dentro e por fora através de seu ponto.
- Ah, sim. – Penso um pouco passando a mão perto de meu pescoço, aonde se encontrava meu ponto. – Todos passam por esse cubo?
- Não. Normalmente os recém iniciados descobrem sua classe 40 minutos ou uma hora após serem iniciados. Você está acordada a três horas e seu gene ainda não se manifestou, sendo assim, precisamos recorrer a meios mais complexos para ter certeza de que... – Ela pareceu pensar muito antes de continuar falando. – Bom, apenas relaxe.
E assim, após alguns corredores, Lanna parou em frente a uma porta e digitou uma senha na fechadura eletrônica. A porta se abriu.
- Devo te advertir, minha querida, que assim que passar do corredor para o cubo, provavelmente sentirá uma leve dor de cabeça, mas não se preocupe, será apenas seu ponto sendo sincronizado com o sistema operacional inteligente da sala.
- Está bem.
Lanna abre a porta e dá espaço para eu passar.
Olha, quando ela disse "leve dor de cabeça" eu imaginei literalmente uma dor leve, não como se uma flecha atravessasse meu crânio quando uma manada de elefante estava passando correndo bem ao meu lado.
Levei as mãos à cabeça e soltei um curto e baixo grito, mas após um segundo já não sentia mais nada.
- Está tudo bem? – Ela pergunta entrando no cubo e fechando a porta por onde passamos.
- Eh... Sim – Digo confusa.
- Ótimo.
O cubo era literalmente uma sala grande, branca e vazia, a não ser por um cubo transparente em cima de um suporte, no centro da sala.
Lanna segue para uma das extremidades e toca em uma parede. Como por um passe de mágica, uma porta automática desliza para o lado, abrindo passagem para algum lugar.
- Espere! – Chamo-a. – O que irá acontecer agora?
Ela se vira sorrindo e me responde.
- Seu ponto transmitirá ondas cerebrais de seu subconsciente para o cubo e a inteligência artificial dele te fará passar por algumas situações.
- Mas... tudo será hologramas, certo? Quer dizer... É apenas uma inteligência artificial, um computador.
Lanna sorri largamente para mim e passa pela porta a sua frente, que se fecha logo atrás dela.
Acabo ficando sozinha ali. Olho em volta para observar o local, mas não havia mais nada a olhar. Estava começando a ficar tensa.
- Allyson? – A voz de minha conselheira ecoa alta pela sala. – Nós estaremos te monitorando a cada segundo, não se preocupe. Nós estamos prontos. E você?
Respiro fundo e concordo com a cabeça.
Seja o que Deus quiser.
- Muito bem. – E essas foram as últimas palavras que ouvi dela.
Segundos após um silêncio assustador, comecei a sentir algo parecido com medo. Era como uma sensação de alerta, de que alguma coisa aconteceria logo. Quase que instantaneamente pequenas portas se abriram próximas ao teto da sala, de lá começaram a sair aracnídeos de diferentes tamanhos. Então, aquele sentimento virou o próprio medo.
- Lanna! – A chamo. – LANNA!!! – insisto.
Aqueles animais nojentos e medonhos se aproximavam de mim. Eu recuava cada vez mais, e foi assim até eu encostar minhas costas no cubo. Tentei correr na direção oposta, mas eu estava literalmente cercada por aquelas coisas horríveis.
Apoio minhas mãos no suporte no centro e encolho minhas pernas tirando meus pés do chão. Quando achei que não poderia ficar pior, o suporte começa a descer como um elevador.
- LANNA! – Grito. – A SALA ESTÁ INFESTADA DE ARANHAS! ME TIRE DAQUI!
Eu descia em direção ao chão e aqueles bichos se aproximavam cada vez mais. O pânico dentro de mim se ampliava, mas o mais intrigante é que eu não me lembrava de ter medo de aranhas.
- AAAAAAHHHHHH! – Fecho os olhos com força e sinto suas pequenas pernas subirem em cima de mim, apenas expresso meus pensamentos num grito.
Senti paz novamente.
- O que? – Digo a mim mesma quando abro os olhos e não vejo nada.
Eu estava sentada no chão abraçando meus joelhos, mas os aracnídeos haviam desaparecido e todo o pânico que eu havia sentido também. Porém eu queria ter tido a sorte de não precisar senti-lo de novo. Novamente uma sensação de que algo de ruim ia acontecer me deixou tensa, e logo que senti isso, as paredes da sala começaram a se fechar deixando o lugar estreito.
Não sei o porquê, mas comecei a ficar preocupada. Minha respiração acelerou e meu coração também. Procurei desesperadamente uma saída, mas não obtive sucesso. Então corri na direção em que Lanna havia aberto uma porta.
- EI!!! – grito batendo na parede que não se movia, enquanto as outras três se aproximavam. – LANNA! ME TIRE DAQUI!
Sem sucesso. Eu me apavorava a cada segundo que a sala diminuía de tamanho. Tentei impedir à força uma das paredes, empurrando-a no sentido oposto, mas também não obtive êxito. Quando elas já estavam bem próximas, apoiei minhas costas em uma, meus pés na da frente e minhas mãos nas duas das laterais e forcei todo meu corpo a empurrar, mas eu apenas era comprimida cada vez mais num espaço menor.
Quando me dou conta de mim mesma novamente, estava de novo no chão da grande sala espaçosa.
Ouço uma porta eletrônica abrir atrás de mim.
- Muito bem, Allyson. – A voz de Lanna diz.
Levanto do chão  e me viro para ela.
- O... O que houve?
- Aracnofobia e Claustrofobia?
Quase pude ver um ponto de interrogação gigante sobre a minha cabeça, de tão perdida que estava.
- Desculpe, querida. Tivemos que fazer isso com você para obrigar seu gene a se manifestar.
- Ah, claro – sou irônica. – E o que descobriu?
- Sua habilidade é quase que natural e bem simples. Todos temos ela, você apenas a possui num nível elevado.
- E o que seria?
- Você consegue sentir quando algo vai acontecer. Veja... seus batimentos aceleraram muito antes do sistema criar as aranhas holográficas ou simular a aproximação das paredes.
- Espera... Nada do que houve foi real? Parecia real!
- Além disso, seus sentidos se aguçaram para preparar o seu corpo para algo que estava prestes a acontecer. – Ela me ignora por completo. – Esse é o famoso "pressentimento". Diga-me, aonde estava minutos antes de Jackson apanhar?
- Hm... – tento me lembrar. – Próxima ao meu dormitório.
- Que fica dois andares a cima do Hall Principal, certo?
- Sim.
- E estava com fome?
- Não.
- Então por que saiu de seu dormitório e foi para o refeitório?
- Eu... – desvio o olhar pensando bem para tentar entender as coisas. – Eu não sei... Apenas senti que...
- Algo de ruim fosse acontecer? – Ela adivinha.
- Sim.
- É como um presságio, ou uma visão, mas como você não consegue distinguir ao certo o que ocorrerá, isso se torna uma habilidade quase natural.
- Ah... – Digo ainda tentando entender.
Lanna apenas fica ali parada e me olhando com um sorriso no rosto.
- E o que fazemos agora?
Ela acaba soltando um riso.
- Agora você pode voltar para suas atividades normais. Allyson, classe D.
Meio que inconscientemente fiquei decepcionada comigo mesma. Enquanto ao meu redor havia pessoas que podiam fazer coisas inimagináveis, eu apenas poderia saber quando algo ruim estava prestes a acontecer. Que utilidade isso tinha? Mas esse nem era o pior. Sendo uma classe D, significava que eu não tinha um gene muito propício para poder curar alguém e talvez isso tenha me decepcionado ainda mais.
- Está tudo bem? – Lanna pareceu notar meus pensamentos.
- Está. – Disfarço. – Está sim. Então... já posso ir?
- Já sim.
- Obrigada. – sorrio levemente e saio do cubo.
Assim que saio dali, sigo para meu dormitório, ainda me questionando sobre a minha inutilidade no projeto New Genese.
Enquanto andava por aí percebia que não havia ninguém mais pelos corredores.
Cheguei no elevador e desci até o segundo andar, que era o andar do dormitório feminino. Deveriam haver várias meninas andando por lá, mas estava tudo vazio. Creio que deveria estranhar, mas não estava sentindo que algo ruim estava acontecendo. Sendo assim, segui meu caminho tentando achar alguém para me guiar. Pela primeira vez, acho que tive sorte.
No final do corredor "J" havia uma mulher loira, vestida com uma camisa preta, uma calça larga e uma bota de exército da mesma cor. Em sua cintura havia um cinto com vários bolsos, um bastão de choque e uma pistola de choque. Ao seu lado havia um pequeno balcão e uma cadeira, mas ela não estava sentada. Ela estava em posição de descanso e olhava para frente.
- Ei, garota!!! – Ela disse instantaneamente quando me viu. – O que está fazendo fora de seu dormitório? Já passou do horário do toque de recolher!
- Perdoe-me. – Digo me aproximando. – Fui iniciada a pouco tempo e não sei aonde é meu dormitório.
Ela se aproximou de mim também e pegou algo de seu cinto de utilidades. Parecia como um smartphone, mas todo seu corpo era feito de vidro.
- Seu ponto, por favor. – Disse ela num tom autoritário.
- Como?
A moça pego minha cabeça e a tombou para o lado com força, então levantou aquele objeto transparente que zuniu um "plin" agudo perto de meu ouvido.
- Allyson Clark, classe D – Ela disse lendo uma janela que apareceu naquele dispositivo. – Dezenove anos, Iniciada 6h00min pm. Quatro horas atrás. – Ela guarda o aparelho. – Aonde estava Allyson?
- Com minha conselheira. – Digo tímida. – o cubo.
- Ah, sim. – Ela não parecia surpresa. – Você está alojada no corredor "B", Dormitório de número 16.
- Obrigada... E u acho. – Digo já me virando.
De relance a percebi me seguindo. Acelerei um pouco o passo, mas nada que fosse estranho. Acabei encontrando o corredor "B" e comecei ver a numeração em cada porta.
B14, B15, B16! Achei.
Quando olhei para trás, aquela mulher estava parada me olhando. Eu sorri desconfortável, mas ela não expressou nenhuma reação.
- É aqui. – digo ainda desconfortável com a situação.
- Sim.
- Então... obrigada pela escolta.
- Uhum.
Ela estava começando a me assustar. Olhei para a fechadura da porta e vi uma tranca eletrônica com um sensor de digital. Pus meu dedo indicador nele e após alguns segundos ouço a porta se destrancar.
- Tchau. – Digo a aquela segurança e entro rapidamente no dormitório fechando a porta atrás de mim.
"Que mulher assustadora..." – penso fechando os olhos
- Olá!
- Ah!!! – Me assusto.
Uma menina segurando um cupcake de red velvet numa mão e um vasinho de flor na outra estava parada a minha frente e parecia tão surpresa quanto eu.
Seu cabelo era num tom loiro platinado e ia até a altura de sua fina cintura, mas sua raiz era num tom loiro bem mais escuro. Seu rosto fino e magro destacava seus avermelhados lábios carnudos e seu nariz perfeito. Seus olhos verdes chamavam atenção em sua pele pálida e lisa, mas eram tão chamativos quanto seu corpo curvilíneo. Creio eu que a única "imperfeição", se assim posso dizer, por que na verdade apenas dava um charme a mais em seu rosto, era uma pequena pinta próxima a sua orelha direita.
- Está tudo bem? – Ela pergunta.
- Sim.
- E o que raios está fazendo aqui? – ela parecia incomodada com a minha presença.
- De acordo com aquela segurança assustadora, esse é o meu quarto.
A Garota pareceu se surpreender e se animar bastante, a julgar pelo enorme sorriso em seu rosto.
- AAAAHHHHHHHH – Ela deu uns pulinhos de animação e logo em seguida pôs os vaso e o cupcake uma mesinha atrás dela. – Vamos ser colegas de quarto!!! – Disse se aproximando toda feliz e pegando em minhas mãos.
- Eehh... – Disfarço.
- Sabia que a outra cama não era para deixar minhas roupas tomarem um ar. Mas... – A garota pareceu se decepcionar e desviou o olhar - Então aonde eu vou pô-las?
Que?
- Mas isso não importa!!! Ai, vai ser tão legal ter uma amiga de dormitório! Vamos compartilhar dicas de moda, mesmo não tendo nada além desses moletons bregas nesse lugar. Vamos pintar as unhas uma da outra, vamos fazer festas do pijama e também...
- Okay, okay... – A interrompo.
- Ah, me desculpe. Devo estar te assustando.
- Só... um pouquinho.
Ambas rimos e ela me levou para sentar em sua cama.
- Allyson Clark. – Me apresento.
- Brook. Brook Hundy.
- Brook? – Pergunto me lembrando de quando acordei.
- Essa sou eu.
- Você foi iniciada hoje?
- Como sabe?
- Eu também. Quando você acordou, outras duas câmaras estavam vazias, certo?
- Sua habilidade é ler mentes? – Ela disse sorrindo.
Quem me dera
- Eh... Não – Digo enfim. – Eu acordei na mesma sala.
- Ai meu Deus!!! Éramos amigas de quarto antes mesmo de sermos iniciadas!!!
- Que coisa não? – Rio um pouco.
- Bom... E ia? O que fez o dia todo?
- Andei por ai, fiquei na enfermaria com um garoto...
- NA ENFERMARIA SAFADA?
- O que? – tento entender. – NÃO!!! Ele levou uma surra e eu apenas o acompanhei até a enfermaria.
- Ah, sim, claro... – Ela forçava a voz para se mostrar irônica. – Uhum.
- é sério.
- Está bem. Não estou aqui para julgar ninguém. – Brook levantou as mão na altura se seus ombros em sinas de rendição. – continue.
- Depois disso eu fui para o cubo.
- para onde?
- é meio que uma sala que te ajuda a descobrir suas habilidades e sua classe.
- Ah, sim!!! – Se anima ela. – E quais são as suas?
- Aparentemente – digo meio cabisbaixa. – Eu apenas consigo sentir quando algo ruim está prestes a acontecer. Sou uma classe D. Não sirvo pra nada.
- Não fale isso, amiga! – Ela pôs sua mão em meu ombro. – Você pode me ajudar quando eu estiver prestes a quebrar a unha. Isso seria de grande ajuda.
Por mais estranho que parecesse... sabia que ela estava sendo o mais sincera possível.
- Bom... prometo tentar ser o mais útil possível. – Sorrio. – Alias, quando se apresentou não disse sua classe.
- Você também não.
- Mas eu acabei de dizer.
- Verdade, não? – Ela ri. – Classe B.
- Nossa.
- Pois é!!! Tudo bem que eu sou maravilhosa, mas da pra acreditar que eu faço parte da classe mais forte do Instituto?
- A classe mais forte? E a Classe A?
- Dizem que só houve um Sensitive classe A em toda a história. Mas ela morreu como uma lenda lutando em uma batalha.
- Batalha?
- O mito é antigo e já deve ter sofrido mais de milhões de alterações, mas disseram que tudo começou a anos atrás, quando dois irmãos gêmeos superdotados resolveram iniciar os estudos do Gene Sensitive, mas acabou rolando umas brigas e eles se separaram. Cada um criou seu próprio instituto e então houve uma guerra entre os Sensitivies. A lendária Violett Wright, a primeira e única classe A já conhecida até agora, estava como comandante do exército de um dos irmãos. Quando mais da metade de seus aliados já haviam morrido, ela acabou destroçando sozinha quase que todos os seus inimigos, mas morreu pelas mãos do irmão rival.
- Uau... Coitada. – Penso em toda aquela história.
- Pois é, nem me fale. Imagina o estado das unhas dela. E do cabelo então? Que horror...
- Mas e as habilidades dela?
- Isso a história já não conta. Muitos especulam muitas coisas, porque para ser um classe A, só pode ser incrível, não?
- Ah sim. Mas... – mudo de assunto. – Qual sua habilidade?
- Possuo Fitocinese.
- O que especificamente uma Fitocinética faz?
Brook sorri e olha para o vasinho de flor que antes segurava. Ela levanta sua mão e faz um movimento com ela, como se estivesse chamando alguém para perto. Imediatamente, do vaso cheio de terra, nasce uma pequena arvore. Um de seus galhos caminha até ela e carrega consigo uma maçã que vai amadurecendo pelo caminho até chegar a mão dela. Quando Brook pega a fruta, a mini arvore recolhe seu galho e começa a diminuir.
- Quer uma maça?
- Nossa!!! – me impressiono.
- pois é. – Ela diz sorrindo. – Minha conselheira disse que minhas habilidades ainda estão em nível épsilon, que segundo ela é o nível mais baixo que existe. Mas só pelo fato de poder comer frutas frescas, pra mim já está ótimo.
Abas rimos.
- Bom... acho melhor irmos dormir. – Digo me sentindo cansada.
- Concordo. Ah! Deixe-me tirar minhas roupas de sua cama.
Ela tira os vários moletons cinza de cima da cama ao lado da dela e os põe em um guarda-roupas grande e espaçoso próximo a parede da porta.
Me levanto de sua cama e me deito na minha.
- Boa noite, amiga. – Brook disse ao lado do interruptor.
- Boa noite, Brook.
Ela apaga a luz e se deita.
Aquele dia havia sido bem corrido, espero que possa ter uma noite boa para começar um dia melhor amanhã.
E também tinha o Jackson. Como será que ele estava?

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