Capítulo XVIII
JacksonO tempo passava devagar, minutos corriam como horas. Já havia me deitado há tempo, mas era impossível dormir. Do lado de fora a noite reinava sobre um céu estrelado. Escassamente as luzes invadiam o quarto, dando apenas uma pequena iluminação de tudo. O local permanecia silencioso, não somente meu quarto, mas também todo andar. Nem mesmo um ranger de portas ou um ronco abafado pelas paredes. Era como se tudo, inclusive os moveis e o concreto estivessem adormecidos num sono pesado, e eu os invejava por não conseguir fazer o mesmo.
O Relógio digital sobre o criado-mudo de madeira, que estava ao lado da cama, indicava 2h17min am. mas eu jurava que a meia hora atrás ele estava indicando 2h16min am.
Era sufocante não conseguir dormir, e mais sufocante ainda não conseguir fazer isso por estar com a cabeça cheia. Meus pensamentos não paravam nem se quer por um minuto! Estava tudo junto e misturado. Quer dizer, eu tinha organizado as coisas. Eu sabia para onde estávamos indo, para que, quando e como, mas depois do que presenciei com Allyson, milhares de outras perguntas surgiram em minha cabeça. Perguntas sem respostas.
Por algum motivo, outra coisa que não pude deixar de pensar fora o que Ally dizia enquanto estava naquela espécie de transe. Aquela história. Ah, Simon. Eu nem sei o que pensar em relação a isso. Ele estava bem, com uma família e literalmente foi arrancado dos braços dela, forçado a se separar de seus laços. Isso não me pareceu nem um pouco voluntário , o que me leva a perguntar se eu, ou qualquer outro do grupo, também não fora roubado da família e amigos. Neste momento o que eu mais queria era abraçar aquele menininho que havia conhecido a semanas atrás.
É estranho como tudo mudou do dia para a noite. Como as coisas simplesmente deixaram de ser algo bom e passaram a ser apenas mortes, sequestros, dores, lágrimas , surpresas desagradáveis e noites em claro.
Queria poder me lembrar. Talvez pelo menos ter relances da vida até antes de acordar no Instituto. Quem sabe lembrar de rostos, de amigos, de família, de amores ou até mesmo inimigos. Quem sabe... lembrar pelo menos de quem eu era.
Depois de tanto tentar, finalmente adormeci.
[...]
Acordei com os raios de sol entrando pela janela e tocando meu rosto. Abri os olhos lentamente e pisquei diversas vezes para obrigar-me a acostumar-me com a claridade. Depois de alguns minutos, assim fiz.
Sentei na cama um pouco atordoado ainda, bocejei e espreguicei-me. Queria voltar a dormir, mas sabia que não podia. Eram 7h30min am. já deveria estar pronto para ir me encontrar com os outros para o café da manhã. Levantei rapidamente da cama, firmando os pés descalços no chão gelado e me arrependendo no mesmo instante. Além de sentir um arrepio correndo pela espinha, minha visão escureceu na mesma hora por causa do movimento rápido. Me apoiei na cama para não cair e logo já estava melhor.
Foi ao banheiro e tomei um banho quente. Escovei os dentes e então peguei uma roupa na bolsa que trouxe da base. Uma boxer preta, um jeans escuro, uma camisa branca e um moletom cinza da adidas. Rapidamente calcei meus sapatos e segui para o restaurante do hotel.
Quando cheguei lá todos já estavam reunidos numa mesa com seus pratos e copos, peguei meu lugar na fila para me servir e então depois de preparar um prato com algumas frutas e pães e pegar um suco natural fui juntar-me a eles.
- Bom dia. – disse acomodando-me entre Noah e Brook.
- Bom dia. – Todos responderam.
- Bom, continuando, - Mike disse. – Não acho que a cama, de algum modo, deixou a noite melhor.
- Como não? – Brook interveio. – Foi a melhor noite da minha vida.
- Fica uma noite comigo que essa noite não vai ser nada em comparação. – Ele murmurou baixinho mas com a intenção de que todos ouvissem.
- Pera. – Rio. – Do que vocês estão falando?
- Brook acha que as camas do hotel "proporcionam uma noite muito agradável." – Mike fez uma péssima imitação da voz da garota nesta última parte da frase.
- Ah, Mike, desisto de você.
Brook disse isso de um modo tão engraçado que todos a mesa rimos.
O tempo passou despercebido, estávamos como uma família qualquer sorrindo e socializando uns com os outros. Todos estavam descontraídos e felizes, como se o mundo não fosse acabar em alguns dias. Mas havia uma exceção . Allyson permanecia quieta, ela ria as vezes e tentava disfarçar seus pensamentos distantes, mas seus olhos e sua expressão eram tão claros quanto uma placa de neon em sua testa denunciando seus sentimentos.
Depois de um tempo ela acabou percebendo que eu a encarava e tentou desviar o olhar, como se quisesse esconder o rosto atrás de um prato ou de qualquer outra coisa.
- E você, Jack? – Brook me chama.
- Oi?
- Como se sentiu com tudo isso? – Por um momento meu coração parou, pensei que ela estava perguntando sobre o que acontecera ontem entre mim e Ally. Será que Ally havia contado a ela?
- Desculpe... – Disse não tendo certeza da pergunta.
- como se sentiu com o colchão macio?
- Ah... – Um súbito ar de alivio percorreu meus pulmões. – Bem, eu acho. – Sorri disfarçadamente.
- Fico feliz em saber que tiveram uma boa noite de sono. – Uma voz rouca disse vinda de algum lugar atrás de mim.
Senti um calafrio, como se tudo estivesse literalmente ido por água abaixo. Eu conhecia aquela vós. Infelizmente eu a conhecia. Me virei devagar alimentando a pequena luz de esperança que ainda havia em meu interior acreditando que tudo não passava de uma coincidência fantástica, mas a julgar pela expressão de Allyson e Michael que estavam a minha frente e por eles já se colocarem em alerta e guarda, tinha certeza de que minha estimação estava certa.
- Eu achei que depois de tudo seria difícil encontrá-los . – Tenebris disse. Foi quando percebi que ele não estava só.
Em sua mão esquerda estava o pescoço da moça da recepção do hotel. Ela balançava os pés que não podiam tocar o chão e tentava freneticamente com as mão afrouxar as do autômato que apertavam-lhe. Ela estava ser ar, isso era evidente.
Alguns gritos abafados de pessoas por todo restaurante soaram, mas logo se silenciaram consumidos pelo medo.
Outros soldados foram chegando e se juntando a ele pouco a pouco, até que então somavam-se em torno de quinze ou dezessete.
- Mas vocês são péssimos em esconder rastros. – Ele continuou. – O bom é que quando chegamos aqui não tivemos muito trabalho para saber onde estavam. – Ele olhou para a funcionara do hotel. – Essa mocinha aqui foi muito gentil em compartilhar conosco seus quartos e a rotina horária do local. E olha que ela só precisou de um pequeno e leve incentivo. – Ele terminou essa frase com um sorriso macabro no rosto.
- Solte-a! – Disse num raio de coragem que percorrera meu corpo.
- Com todo prazer. – Depois disso o terror nos olhos da mulher se intensificou. Seu rosto já estava meio arroxeado pela falta de ar mas depois de uma fração de segundos seu corpo relaxou e suas mão penderam para baixo assim como sua cabeça. Seus olhos ainda estavam abertos, mas parecia que todo seu corpo havia jazido.
O marechal jogou o corpo desanimado da recepcionista para o lado e ele escorregou até se encontrar com uma coluna grega de decoração do local. Instantaneamente gritos baixos de senhoras, espantos de homens mulheres e até mesmo choros abafados de algumas crianças foram audíveis no local.
- Por que fez isso? – Eu perguntei alterado. – Ela não tem nada a ver com a história.
- As regras mudaram, meu caro. Raven cansou de joguinhos de pique esconde. O jogo tem novas ordens. E elas implicam em pega-los, vivos ou mortos. E se alguém atrapalhar nosso caminho... – Ela olhou novamente para o corpo da mulher jogado. – Bom, acho que já entenderam.
O clima esfriou repentinamente. Foi como se uma nevasca estivesse preste a acontecer ali dentro. O vento ao nosso redor começou a se movimentar, mas inicialmente eu não entendera o que aquilo significava.
- Michael. – Noah disse num tom baixo, mas sem tirar os olhos de nossos inimigos. – Aqui não é um bom lugar para usar as habilidades. Estamos muito expostos. Controle-se.
Logo após Noah terminar sua fala, o clima voltou ao normal, e só então entendi o que estava acontecendo.
- Então o que sugere que façamos?
- Vocês sabem o que fazer. – Bob pegou seu taco de baseball. Eu nem tinha notado o objeto no local até então.
- Peguem-nos – Tenebris disse.
E entes mesmo que pudéssemos ter qualquer reação. Gritos romperam o ar e inúmeras pessoas corriam de um lado para o outro procurando abrigo enquanto os soldados vinham para cima de nós.
Puxei o pequeno bastão que peguei no arsenal no dia anterior do meu bolso quando percebi a aproximação do inimigo e quando o pressionei, instantaneamente uma lâmina prateada e talhada com desenhos em seu fuller, violentamente saltou para fora de uma das extremidades do aparelho. Ela não era longa, não possuíam nem um metro completo, mas era a coisa mais apropriada a se usar nessas circunstancias.
Quando o primeiro soldado veio de encontro a mim, levantei a espada em defesa e seu gume atingiu seu braço. Pensei que me daria por vitorioso, que o corte retardaria o ataque do autômato, mas a única coisa que aconteceu foi um som de metal com metal se chocando e um pouco de sangue manchando sua jaqueta. Recebi um belo soco na barriga e acabei cambaleando para trás.
- PROTEJAM OS CIVÍS!!! – Bob disse sobressaindo sua vós aos gritos das pessoas enquanto acertava o taco na cabeça de um inimigo.
Quando parei para olhar, percebi que os Ônix não estavam apenas nos atacando, eles estavam atacando a todos a sua frente. O que me fez pensar aonde eles enfiaram a primeira lei da robótica, onde eles não poderiam ferir humanos?
Mas me aliviei de perceber que todos os outros do grupo já estavam armados e em combate.
O mesmo soldado que havia me socado veio para cima de mim novamente. Chutei-o no estômago e o acertei como cabo de minha arma em seu nariz. Corri então para alguns poucos metros atrás de mim, onde um deles virou uma mesa e estava prestes a atacar uma mãe e uma criança. A mulher se pôs na frente do filho em um ato de proteção e coragem, mas estava de olhos fechados, apenas esperando que fizessem algo.
Cravei a lâmina por trás do autômato e fiz uma força tremenda para semi corta-lo ao meio. Pensei que seria mais difícil conseguir isso, e esperei ver parafusos e fios voando por toda parte, mas me surpreendi. Não fora preciso uma força extrema para cortar o corpo do soldado e em vez de parafusos, apenas alguns poucos cabos saltaram para fora, junto com muito, muito sangue. Parecia que nem todo o corpo deles era artificiais.
O soldado caiu desacordado no chão e eu me abaixei para falar com a mulher. Ver de perto alguém sendo cortado não era nem um pouco rotineiro.
- Não são humanos. O sangue talvez diga ao contrário, mas acredite, não são humanos!
Ela concordou com a cabeça me olhando apavorada.
- Pegue a criança e saia daqui! Agora.
Ela apenas obedeceu.
Outro inimigo se aproximou, ele desviou um golpe como punho, mas previ seus movimentos e bloqueei o ataque com a mão. Impulsionei o corpo para o lado e girei, ficando atrás dele. Finquei a lâmina em sua cabeça e então seu corpo caiu no chão.
Um breve sentimento bom percorreu todo meu interior e misturou-se com toda aquela adrenalina, mas isso foi cortado quando senti algo prendendo-se em meu tornozelo. Quando olhei, o Ônix que eu havia cortado havia fincado os dentes em minha perna. Uma dor aguda percorreu toda minha estrutura. Seus dentes eram afiados e pontiagudos, como os de uma piranha. Tentei solta-lo, mas sem sucesso fui obrigado a acerta-lhe a cabeça com a espada. Só então me vi livre novamente.
O sangue era perceptível até mesmo sobre o tecido escuro de minha calça e o ar gélido invadia o local rasgado pelos dentes do autômato e fazia com que a dor fosse tão forte quanto. Tentei firmar o pé no chão, mas arrependi-me de ter feito isso. Tentei novamente, mas de novo não consegui controlar a dor. Seria impossível continuar a batalha daquele jeito.
Um novo inimigo saltou sobre mim, derrubando-me. Com o tombo eu acabei soltando minha arma, então tive que tentar defender-me com as próprias mão. O Ônix estava sobre mim e tentava de todo jeito me bater. Quase que não consigo me safar. Se não fosse pela ajuda de Allyson que chicoteou a cabeça daquela maquina idiota com uma de suas correntes, nem sei o que poderia acontecer.
- Está bem? – Ela perguntou.
Balancei a cabeça em afirmativo, escondendo a dor e o ferimento dela. Não era hora de ser o coitadinho ferido.
- VAMOS DAR O FORA DAQUI! – Noah disse se dirigindo a saída.
Os outros o seguiram, mas antes que Ally pudesse fazer isso, Tenebris puxou-a pela cabeça e bateu-a em seu braço metálico. O barulho que se ouviu foi preocupante.
- Calminha ai, lindinha.
Ally tentou lutar, mas o marechal a tirou do chão segurando-a pelo pescoço, assim como fizera com a funcionária do hotel.
- Seria um apena estragar um rostinho bonitinho desses, mas infelizmente eu não sinto pena.
Uma força estranha percorreu meu corpo e quando me dei por mim estava já de pé com a espada na mão. Me aproximei rapidamente dele e cortei seu rosto. O corte o fez solta-la no chão deixando o ar invadir lhe os pulmões. Aproveitei a distração e ajudei-a a levantar para darmos o fora dali.
- Vamos! – Segurei em sua mão e a puxei em direção a saída.
Quando passamos pelas portas do hotel, Noah acabara de parar o carro a nossa frente. Ele saiu do banco do motorista e veio ajudar-me a levar Allyson para o banco de trás.
- Deixa comigo. – Ele disse.
Assenti com a cabeça e fui para o banco do motorista. Assim que os dois entraram acelerei o carro ignorando cada átomo do meu corpo que doía devido á mordida.
Nessa altura do campeonato eu esperava já ter visto de tudo, mas me surpreendi com o que estava vendo. Freei o carro bruscamente com a imagem a minha frente.
- O QUE ESTÁ FAZENDO, JACKSON? – Michael gritou ao meu lado. – ACELERA ESSA BOSTA!
- Jack... – Noah parecia ter notado meu espanto.
- Meu Deus. – Allyson também.
Meu corpo inteiro paralisou. Eu não sabia o que fazer.
A nossa frente, olhando-me sem nenhuma expressão se quer, um menino vestido como uma criança normal que apenas se arrumara para sair com os pais num dia qualquer, estava imóvel. Mas não era apenas um menino. Era Simon.
- Eu não posso.
- Jack, temos que continuar. – Brook disse quase gritando.
- Eu... eu não...
- JACK! NÃO TEMOS TEMPO PARA ISSO!
Todos começaram a falar ao mesmo tempo e aquilo só confundia mais e mais meus pensamentos e sentimentos.
Por fim, eu não tinha o que fazer, as lágrimas já haviam se formado em meus olhos e uma já havia até mesmo escorrido. Acelerei o carro com os olhos fixos em Simon.
- Sai da frente. – Eu disse pra mim mesmo.
- SAI DA FRENTE, POR FAVOR!!!! – Gritei enquanto a distância entre o garoto e o automóvel diminuia.
Estes segundos foram os mais torturantes que já passei em toda minha vida. Eu sentia uma vontade enorme de parar o carro e sair correndo para abraçar Simon, ou talvez apenas um desejo que me consumia de ele sair da frente do veículo, antes que fosse atropelado. Se isso acontecesse, eu não conseguiria viver sabendo que havia passado um carro por cima dele.
- AAAAHHHHRRRGGGGG!!!!! – Gritei desesperado.
Mas o que aconteceu a seguir foi insano.
O garoto apenas estendeu a mão espalmada em direção ao carro, como se pedisse para ele parar, e então foi como se batêssemos em algo solido. O impacto foi repentino e doloroso, como se não bastasse tudo que já estava doendo. E quando fui notar, já estávamos girando no ar. O movimento deixou-me um tanto enjoado, mas isso não era nada comparado ao pânico do momento. Quando o carro finalmente atingiu o chão novamente, ele rolou por alguns metros até parar de ponta cabeça.
Foi difícil conseguir sair dos destroços, mas forcei-me a fazer isso o mais rápido possível. Os outros seguiram a mesma linha de raciocínio que a minha. Rastejei com o corpo para longe dali, mas minhas forças já estavam esgotadas.
- Simon. – Eu disse já do lado de fora ajoelhado, sem forças.
O menino não respondeu nada. Apenas continuou olhando. As micro veias escuras saltavam de seu pescoço, onde o ponto se localizava e seus olhos não possuíam aquele brilho inocente de antigamente.
- Simon, sou eu, Jackson. – tentei conversar com ele. – Se lembra?
Creio que foi uma tentativa falha, pois ele estendeu a mão novamente em minha direção, e foi como se algo me pegasse no colo. Meu corpo começou a flutuar, mas sentia uma pressão maior em torno de minha garganta. Essa pressão aumentava gradativamente e apertava-me, restringindo meu ar.
Naquele momento, realmente pensei que nossa jornada acabava ali. Sem ao menos ter começado. Tudo veio à tona repentinamente enquanto o ar se esvaziava de mim. Lembrei do dia que acordará no instituto, com o mesmo sentimento de pânico, lembrei-me das conversas com Ally, Noah, Brook, e até mesmo com Mike. De tudo que passamos. Dos momentos bons, mas principalmente, trouxe de volta a lembrança da enfermaria, onde eu brincava com Simon, despreocupados com tudo. Ali, logo no início, era apenas nós dois. E por incrível que pareça, naquele momento, no que eu imaginava ser o fim, também éramos apenas nós dois, mas não como eu queria que fosse.
Rendi-me a ele e parei de lutar. Apenas deixei que minha visão começasse a ficar escura e me agarrei essas lembranças. Esperando que quando tudo acabasse, eu ainda as tivesse comigo.
Como um vento impetuoso o ar invadiu-me novamente. Senti o frio entrando pelo nariz e pela boca ao mesmo tempo. Meu corpo caindo de encontro ao chão e meus pulmões ardendo dentro de meu peito enquanto se moviam para respirar.
Quando finalmente tive força o suficiente para levantar a cabeça. Vi Simon desacordado no chão com a cabeça sangrando. Bob havia acertado com o taco de baseball sua testa e isso o fez cair inconsciente.
- VAMOS!!! ENTREM!!!
Ao meu lado, Mike já estava dentro de um Jeep ligado, pronto para partir, mas eu não conseguia me levantar. Não sei quem, mas alguém me ajudou neste quesito e então fui levado até o carro.
- NÃO!!! NÃO PODEMOS DEIXA-LO!!! – Gritei me referindo a Simon.
- NÃO PODEMOS AJUDA-LO, PERDOE-ME, JACKSON. – Noah falou fechando a porta.
- NÃO!!! BROOK PODE AJUDA-LO, COM A APSU!!! – Tentei relutar, mas não conseguia forças para isso.
- NÃO TEMOS MAIS TEMPO!!!
Infelizmente era verdade. O exército Ônix já se aproximava rapidamente e inúmeras sirenes soavam chegando perto do Hotel.
E assim, com Mike no volante, Brook ao seu lado e o resto de nós apertados no banco traseiro de um Jeep roubado, partirmos para longe dali. Deixando Simon jogado na rua, um exército de autômatos furiosos, inúmeras pessoas aterrorizadas com o que acontecera na última hora, e militares chegando ao local para encontrar um cenário de crime totalmente inexplicável.
Não consegui me manter acordado depois disso. Acabei fechando os olhos, e antes mesmo que eu notasse já havia pagado.
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Sensitive - Iniciados
Science Fiction"Dizem que existem pessoas que não estão nesse mundo por acaso. Que algumas nascem diferentes pra fazer a diferença, e por mais que tentem esconder-se, o universo da um jeito de revela-los. São esses são os chamados "escolhidos". Após uma nova ordem...