Capítulo IX

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CAPÍTULO IX
Michael

Que vadia!
É inacreditável como aquela garota é realmente insuportável, se acha a dona do universo só porque tem um guarda costas classe A. Não acredito que todos se submeteram ao "achismo" de uma subclasse mesquinha e arrogante ao invés de me ouvirem! Quem ela pensa que é? Não passa de um regresso biológico na humanidade.
Isso sem falar de Jackson. O cara até pareceu ser legal na primeira vez que o vi, mas foi só ser classificado que o cretino se mostrou um idiota de primeira. A única pessoa que até agora ainda não tinha agido como uma cretina era a loirinha gostosa sentada ao meu lado. E também Noah, mas ele não conta. O fato é que eu estava viajando pro cu do mundo com quatro pessoas cuja duas me tiravam do sério.
Estávamos na caixa de uma caminhonete velha indo em direção a Denver. A loirinha olhava as árvores que pareciam correr apressadamente de nós, enquanto mexia em seu cabelo. Noah fuçava em alguma coisa naquele pequeno tablete de vidro. O Mr. Estupidez estava segurando e observando fixamente um tipo de miniatura de avião, e a Srta. Arrogância passava os olhos por cada um de nós e depois os desviava para a paisagem, observadora.
Às vezes, paro pra pensar no que Jackson e Noah me disseram ontem, que só estávamos vivos por causa daquela garota. Será que é verdade? Quer dizer, como ela sabia da corrente elétrica dos fios no instituto? Mas, isso não importa, ela continua sendo inútil. O próprio Noah disse que por ela ser uma classe D, ela iria nos atrapalhar. Realmente não entendo por que não a deixamos apodrecendo na floresta.
- Ei, garotos – O velho chato que dirigia o automóvel gritou de dentro da cabine.
- Sim, Senhor? – Brook responde.
- Há uns 2Km tem um posto de gasolina, vamos ter que dar uma paradinha, está bem?
- Tudo bem, senhor.
E assim, depois de mais dois quilômetros ouvindo apenas a voz do vento, paramos num posto de abastecimento. Ouvi o velho batendo a porta da caminhonete. Naquele momento, a última coisa que queria era ficar mais um minuto naquele silêncio mórbido. Sendo assim, levantei e me preparei para pular da caixa.
- Aonde vai? – Allyson me perguntou.
- Dar uma volta. – Juro que tentei pôr o máximo de simpatia que pude na voz, mas acho que não consegui me esforçar tanto assim.
- Devemos ficar juntos e não sair daqui!
- Tá, eu já volto – Me apoio na lateral e me preparo para pular.
- Ally tem razão, - Jackson enfatiza o que a garota dissera. – Não devemos...
- Calma Sr. E Sra. União. Só vou me aliviar, - Digo. – Urinar, Fazer xixi, pipi, mijar. Capisce? – Sorrio maliciosamente. – Quer ir dar uma olhadinha pra garantir que não estou mentindo?
A julgar por suas expressões, eles não haviam gostado muito de minha brincadeira.
- Está bem – Me rendo. – Desculpa, eu estava brincando.
- Michael está certo. – Noah se pronuncia.
- Como?
- O posto tem uma loja de conveniência, podemos comprar algo para comer ou beber.
Mesmo relutando, todos acabaram concordando. Sendo assim, pulei de cima da caminhonete com Noah e Jackson logo atrás de mim. Enquanto eles ajudavam as garotas a descerem, começo a caminhar em direção aos fundos do posto.
- Já voltamos, senhor. – Ouço Brook falando ao idoso.
- Tudo bem! Eu espero vocês aqui.
Aquele local era quase que deserto. O posto era simples, as bombas eram livres, o espaço coberto por um teto raso e uma pequena lojinha. Enquanto caminhava lá pra trás, vi o grupo entrando pela porta de vidro dessa tal loja.
Me pergunto o que acontecerá após chegarmos a esse Mount alguma coisa que Noah quer nos levar. Voltamos a ter uma "vida normal"? Se é que posso considerar a vida no instituto como "normal".
Cheguei até a parte de trás do posto. Ao redor não havia mais nada além de árvores e uma lata de lixo perto de uma porta dos fundos. Fui até perto de uma pequena moita e abaixei a parte da frente da calça de moletom para me aliviar. Aquilo era realmente bom. Estava segurando desde a noite passada.
O mais engraçado é que eu não consigo ter um minuto de paz sozinho. Eu estava de boas, no meu canto, realizando um processo natural de qualquer ser vivo. Não estava incomodando ninguém e nem ao menos fazendo barulho, mas veio uma mão do além que tocou meu ombro, me fazendo ter o maior susto da minha vida. Eu dei um pulo e me virei automaticamente assustado. A única coisa que me pergunto é, "Por quê?".
Quando me virei, havia uma garota. Ela me olhava fixamente nos olhos assustada, e só depois de alguns segundos percebi que estava urinando em sua perna.
- Ai meu Deus!!! – Me viro, termino o que estava fazendo rapidamente e me recomponho. – Me perdoe! – Digo me voltando a ela.
Ela realmente estava indignada. Sua expressão era de espanto, com as mãos aberta na altura dos ouvidos e olhando para o local onde eu havia, acidentalmente, molhado.
- Olha... eu... – Tento gesticular.
- Não. – Ela me interrompe. – Não fale. – Ela parecia muito, mas muito brava.
- A culpa não foi minha!
- Ah, não?
- Não! Foi sua!
- Como?
- Não se deve pegar um homem desprevenido!
- Olha... – Senti que ela estava prestes a me xingar de tudo quanto é nome conhecido e até mesmo desconhecido, mas por algum motivo ela se conteve. – Argh! Esquece!
A garota era baixinha, mas devia ter por volta de uns dezenove ou vinte anos. Usava cabelos presos em um rabo de cavalo e óculos. Não sabia seu nome, mas já havia a visto no instituto algumas vezes.
- Olha, Eu estou com umas meninas. Elas devem ter uma calça de moletom limpa para te...
- Eu tenho uma, energúmeno.
Me ofendi com aquele comentário, mas a julgar pelo que eu acabara de fazer, achei que ela tinha mais razão de se irar do que eu.
Ela se vira e bate o pé. Segue em direção à lata de lixo e tira de trás dela uma mochila branca. De dentro dela, uma calça limpa. Depois sinaliza com o dedo para eu me virar. Mesmo não querendo, viro-me. Mas uma olhadinha não mata ninguém.
Bom, Acho que ela não pensava daquele jeito. Quando tentei espiar ela gritou comigo.
- NÃO SE VIRE!
Juro que tentei obedece-la, mas depois de um tempinho, não teve como não tentar espiar de novo. E que bundinha em. Ela estava de parabéns. Quando percebo que estava prestes a terminar de se vestir, me viro rapidamente.
- Pronto. Pode olhar. - Apenas obedeço-a e me aproximo dela.
A garota abriu a lata de lixo e jogou a calça suja lá dentro.
- Você disse que está com umas meninas?
- Sim. Estamos indo para Nebraska.
- Fazer o que?
- Sua conselheira não te falou?
Percebi ela se entristecendo. Claro... se ela estava sozinha ali, sua conselheira só poderia estar morta.
- Ow... Desculpe.
- Não. Tudo bem. Ela e minha irmã de classe, Chris, foram mortas noite passada.
- Sinto muito.
- Não, não sente. Mas continue.
Nossa... Simpática aquela garota.
- Existe uma instalação em Nebraska, feita para se alguma coisa parecida com o que houve ontem acontecesse, os sobreviventes pudessem buscar refúgio e suprimentos.
- Uau! E como estão indo pra lá?
- De carona até Denver, e daí em diante não faço a menor ideia.
- Ah, sim.
- Se quiser vir conosco, acho que temos espaço.
- Sério? – Pude notar esperança em seu olhar.
- Sim.
- Obrigada. – Ela sorri e põe sua mochila nas costas.
A levo até a frente do posto. Mostro a caminhonete e a deixo por sua mochila no caminhão. Após isso seguimos para a lojinha de conveniência.
"Plim-Plim" O barulho de um sininho soa assim que abro a porta de vidro. Todos lá dentro olham para mim. Brook estava perto de uns vasos de flores e mudas. Noah já passava as comidas e bebidas que havia pegado no caixa e o casal maravilha estava perto de uma pequena estante de livros e revistas.
- Posso ajudar? – O provável dono do estabelecimento disse enquanto passava as compras de Noah pelo sistema.
- Ele está conosco... – Noah diz. – Já ela eu não tenho certeza.
- CHLOE!!! – Brook se anima ao ver a garota.
- BROOK! – e ela responde no mesmo tom.
- Amiga!!! – Ambas correm para se abraçarem. – Como chegou aqui?
- Longa história. – Chloe suspira. – Kate e Chris morreram na invasão, bem na hora em que eu estava descendo pelo tubo de evacuação. A última coisa que vi foram seus corpos eletrocutados. Durante a noite não soube fazer mais nada a não ser correr, gritar e chorar, até ficar cansada e acabar adormecendo perto do lixo atrás desse posto.
- Meu Deus! – Brook a abraça. – Calma, agora você está segura.
- Não sei se posso carregar mais um. – Noah diz. – É muito arriscado.
- Como? – A garota se entristece levemente.
- Pode sim! E vai! – A loirinha insiste.
- Brook, eu...
- Noah. – O olho tentando faze-lo entender o que eu queria dizer. O que por fim, funcionou.
Ele suspirou relutante, mas assentiu com a cabeça. Acho que quase ouvi um "Eu estou ferrado" sussurrado. Voltou sua atenção ao caixa, mas quando estava prestes a pagar a compra, Jackson lhe entrega um livro. Depois de um breve diálogo, o senhor do caixa passa o livro junto com o resto das compras e recebe o dinheiro do conselheiro, que logo põe as coisas na mochila branca que carregava.
- Aonde é o banheiro? – Pergunto.
- No fundo da loja à esquerda.
- Mas já vai ao banheiro? – A tal de Chloe me pergunta com ironia.
- Alguém não permitiu que eu terminasse de fazer minhas necessidades da última vez. – A respondo com o mesmo tom irônico.
Algum dia vou escrever um livro e dar para aquela garota. "Como não sofrer de mijo por um cara. Capítulo um: Não o assuste quando ele estiver no meio do nada, em lugar desconhecido, enquanto ele está despreparado e urinando. Fim."
Segui para onde o senhor havia dito.
Ao abrir a porta, acabei me assustando com o que vi. Mas que bosta era aquela?
No chão, havia um homem. Na verdade, não um homem qualquer. Era mesmo homem que estava no caixa há segundos atrás, mas ali ele estava todo amarrado e amordaçado. O que estava acontecendo? Me abaixei para ver melhor, era realmente ele. O corpo estava desacordado e parecia ter sido agredido fisicamente. Minha primeira reação é me levantar e chamar alguém, mas aquela foi a pior decisão que fiz.
Assim que voltei para a área principal da loja, uma arma foi posta em minha cara. Era como as armas que vimos no massacre do instituto, mas menores, como pistolas. Havia homens usando o mesmo uniforme dos assassinos de ontem à noite, apontando armas para a cabeça de cada um que estava ali dentro. Noah, Jackson, Allyson, Brook e Chloe.
- Ônix. – Digo ao autônomo com o rosto do velho desacordado no banheiro, que ameaçava eletrocutar meus miolos.
- Para Sensitivies que conseguiram escapar de minhas tropas, eu esperava um senso de percepção mais rápido que isso. Se quisesse, já poderia ter atirado em cada um de vocês assim que chegaram.
- E por que não faz isso? – Enfrento-o. – Vai, atira.
- Michael, - Noah diz distante. – Não creio que essa seja uma boa ideia.
- Ouça seu conselheiro, Michael. – Ele sorri de lado. – Levem-nos para fora, pelos fundos. Rápido! – Ordena, e logo os outros Ônix empurram o resto do grupo pros fundos. – Anda! – Ele se dirige a mim e faz o mesmo.
Sigo junto aos demais.
Os autômatos nos colocam lado a lado como um paredão e ficam a nossa frente, com as armas abaixadas, mas nos vigiando. O idiota que estava me barrando começou a andar de um lado pro outro e a nos olhar.
- Acharam mesmo que escapariam de mim?
- Nem sabemos quem é você. Iludido. – Digo autoritário, o que não foi uma boa ideia, porque em troca recebi uma cotovelada no nariz.
Nota mental: Metal dói mais que osso.
- Seu querido conselheiro não falou de mim para vocês? – Ele se aproxima de Noah e segura seu rosto. – Que decepção. – O autônomo soca o rosto de Noah, o que o faz se ajoelhar.
Se uma cotovelada fez meu nariz sangrar, não queria nem imaginar o que um soco bem dado como aquele podia fazer.
- Noah!!! – Allyson e Brook ameaçaram ir ajudar o conselheiro, mas foram impedidas pelos outros soldados que se moveram para trás de nós e nos prenderam com nossos braços nas costas.
"Coff-coff" Noah tosse e cospe sangue no chão. As meninas estavam assustadas, não muito diferente de mim e de Jackson.
- Me chamo Tenebris. – Ele se agacha perto do conselheiro. – Marechal das tropas Ônix.
Depois de dar uma boa olhada nele, o tal de Tenebris se levanta e volta a andar de um lado para o outro.
- Confesso que foi difícil seguir seus rastros. Na verdade, segui os dela. – Ele indica Chloe. – E apenas esperei. Tinha certeza que uma hora ou outra, vocês parariam aqui.
- Por que não acaba logo com isso? – O enfrento. – Se quer nos matar, mate logo!
- Pra que tanta pressa para morrer? Vamos nos divertir antes. – Ele sorri e me soca na cara.
- AH! – Ouço uma das meninas gritar.
- Eu estou me divertindo. – Tenebris diz levantando meu rosto. – Você não está?
Mesmo não me lembrando de minha vida passada, tenho certeza de que aquele foi o soco mais forte que eu já levei na vida. Quase pude ouvir meu maxilar se deslocando. O Marechal também me golpeia no estômago, e o soldado atrás de mim me solta, fazendo-me cair.
- Michael!!! – Chloe consegue se soltar de algum jeito e corre para perto de mim. Empurra o agressor e se ajoelha ao meu lado. – Mike, - Ela sussurra em meu ouvido enquanto encena um abraço preocupado. – eu acho que posso ganhar tempo para fugirmos, mas é arriscado. Acha que...
A garota não pode completar a frase, pois foi chutada na barriga pelo autônomo idiota.
- EI! – Arranjo forças desconhecidas e parto pra cima dele.
Sem muito êxito, acabo levando alguns socos de novo e sendo preso pelo soldado. Assim como Chloe.
- Idiota, nem mesmo a única classe A da história foi capaz de me derrotar. Acha mesmo que um fraco classe B como você vai me assustar? – Ele gargalha.
Quando olho para o lado, Chloe me encarava. Quase pude ler em seus olhos a pergunta: "Posso tentar?". Assenti com a cabeça, expressando que sim.
- Esse é seu fim, Michael. – Tenebris se prepara pra me dar mais um soco, mas outra coisa chama sua atenção.
- EI! – A garota grita. – CUIDADO!
Ela pisa forte no chão e uma corrente elétrica segue em direção ao Marechal e aos soldados. Ambos são eletrocutados e ficam imóveis.
- RÁPIDO! – Ela se dirige a nós. – EU NÃO CONTROLO A ESSA ENERGIA! SE ELA ATINGIR ALGUMA BOMBA ESSE LUGAR VAI PELOS ARES! CORRAM!
Todos a obedecemos e corremos para dentro da lojinha de novo. As luzes do local piscavam e estouravam, soltando faísca por todo lado. Estávamos quase que literalmente num campo minado.
Por fim, conseguimos sair da lojinha de conveniência a tempo. O senhor da caminhonete já havia ligado o automóvel e estava quase saindo do posto. Eu e Jackson aceleramos o passo e subimos nela, já em movimento. Depois ajudamos os outros a subir. Jack segurou Noah e eu Brook. Depois ele estendeu a mão para Allyson, que vinha correndo na estrada atrás do automóvel. E eu estendi a mão para a garota que havia nos tirado daquele lugar. Ela estava muito atrás.
- VAMOS CHLOE!!! – Ally incentiva ela, já em cima da caixa da caminhonete.
A garota corria apressada, mas parecia muito cansada. Foi então que um projétil atravessou sua cabeça e seu corpo tremeu enquanto estava sendo eletrocutado.
- CHLOOOOOOOEEEEE!!! – Brook grita.
"BUUM!!!" E num piscar de olhos, tudo o que vemos é uma mistura de raios, sangue e fogo. A eletricidade passava barulhenta pelos fios dos postes de luz da estrada, estourava as lâmpadas, e a explosão acabou fazendo alguns postes próximos ao posto caírem.
- ESTÃO TODOS BEM? – O velho senhor pergunta da cabine.
Todos estávamos abalados com aquilo, mas como ninguém se pronunciou, eu o respondi.
- Estamos. Apenas acelere.
- Não! Temos que ligar para a polícia rodoviária e para os bombeiros, eles precisam...
- Dirija. Não se preocupe. Nós fazemos isso.
- Tem certeza?
- Sim, senhor. – E então o ele pisou mais fundo no acelerador, o que não era lá grande coisa para uma caminhonete antiga.
E ali estávamos nós, de volta ao clima tenso de perda e morte. Noah se adiantou pegando seu aparelho de vidro e chamando os oficiais. Allyson abraçava Brook sentada ao lado dela, confortando-a e Jackson escondia o rosto entre os joelhos. Tentei me acomodar entre os galões de leite novamente, e após a ligação de Noah encerar, o único som predominante no local era o do vento cortando o ar.
Dali pra frente, a viagem até Denver foi tão silenciosa quanto à da floresta até o antigo posto de abastecimento.
[...]
- Tem certeza que ficarão bem? – O velho senhor pergunta para Noah que já havia descido da caixa.
- Sim, senhor. Muito obrigado por nos trazer até Denver. A casa de nosso primo fica a apenas algumas quadras daqui. E desculpe-nos pelo ocorrido. – Eu e Jackson tirávamos as coisas da caminhonete enquanto as meninas observavam ao redor.
- Não fale assim garoto. Vocês não tem um pingo de culpa. Quem poderia adivinhar que aquele lugar ia explodir?
Eles sorriem e se despedem.
- Até mais garotos, até mais garotas. – Ele acena para nós.
- Até mais, senhor. – Todos nos despedimos e nos juntamos.
Todos ainda estavam bem abalados, mas tentávamos ser fortes. Cada um do seu jeito.
- Pra onde vamos agora? – Jackson pergunta.
- Eu vou procurar alguma empresa de aluguel de carros que tenha filial em Nebraska. – Noah responde. – Enquanto isso, tirem um tempo para descansar. Denver é conhecido pelos seus bares, por seus museus, pelos parques naturais. São bons lugares para visitar. Aqui... – Ele abre sua mochila e pega um panfleto. – Para se localizarem melhor. – Entrega-o a mim. – E isso, - Levanta seu pequeno smartphone de vidro. – É para nos comunicarmos. Quando ele acender, atendam e me falem onde estão. – Ele entrega o objeto para Jackson.
- E onde vai achar dinheiro para alugar um carro.
- Cada mochila contém U$ 500,00 para emergência.
- QUINHENTOS DÓLARES? – Acabo me exaltando pela quantia.
- Sim, esse dinheiro foi planejado para poder sustentar um Sensitive fora do instituto por pelo menos duas semanas. Ao total, temos U$ 2.500,00
- U$ 3.000,00 – corrijo.
- Como?
- A bolsa da Chloe. – Todos se entristecem ao ouvir o nome da garota. – Ela ficou conosco.
- Ah. Claro. – E o silêncio reinou por alguns segundos. – Bom, Com o que eu tenho, creio que consigo alugar um carro. Então esse é o plano.
- Não quer que alguém vá com você? – Allyson pergunta.
- Não. Tudo bem. Vocês precisam de um tempo. Provavelmente ao anoitecer já estaremos saindo do Colorado. Então aproveitem.
Todos assentem com a cabeça e então Noah se vira e começa a andar, em busca de um carro.
- Muito bem. Pra onde vamos? – Pergunto interessado.

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