Ema conta onde está Vick

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Mamãe entrou em casa praticamente esbaforida, não trazia nada com ela nas mãos, eu me levantei e papai fez a mesma coisa, os dois trocaram olhares, achei aquilo estranho.

- Nigel? O que faz aqui?... Aconteceu algo? – Mamãe me abraçou e beijou meu rosto, ela tinha um cheiro diferente, inspirei aquele cheiro.

- Está tudo bem com a senhora? – Segurei seus braços e a olhei franzindo o cenho, queria me lembrar de onde conhecia aquele cheiro.

- ahhhh... sim... está tudo bem? – Disse mamãe olhando para papai, mas tinha algo de errado.

- Mãe... Não minta para mim... – Minha fala saiu severa, ela me olhou.

- Sente-se Nigel. – Pediu mamãe agora mais autoritária, ela engoliu em seco, papai cruzou os braços e respirou fundo.

- Victória está na casa dos pais...

Tive um sobre salto, meu coração disparou e comecei a ofegar de felicidade, queria vê-la, mamãe levantou as mãos pedindo calma.

- Ela me contou o que aconteceu e prometi a ela que a deixaria no anonimato e não diria a ninguém que ela está aqui... Victória está em depressão e não quer ver ninguém, e quando diz ninguém Nigel, é ninguém mesmo. – Mamãe puxou o ar com força completamente chateada. – Ela está grávida daquele homem... E está rejeitando o bebê... – Mamãe olhou para meu pai. – Não está sendo fácil essa aceitação, disse que não queria o bebê e não quer ser mãe e pediu para mantê-la no anonimato, então Nigel...respeite essa vontade dela.

- Mãe... Por que deixa-la no anonimato? – Disse passando a mão no rosto nervosamente. – Victória é muito importante e precisa voltar...

- Você não entende Nigel... Aquele homem roubou tudo que Vincent deixou, ela sabe que se aparecer, o mercado se acalmará e vão aceitá-lo como novo presidente e ele vai obriga-la a se casar, e ela não quer se casar com ele... Ela quer que ele se vire com os investidores, com tudo.

- Preciso vê-la...

- Nigel... Deixe Victória melhorar... E quando for a hora eu digo a você. – Mamãe estava determinada a me manter bem longe de Vick.

- Promete em me deixar a par do que esta acontecendo? E se ela precisar de algo, eu quero poder ajudar.

- Pode deixar meu filho... Eu aviso. – Disse mamãe sorrindo triste.

- Mãe!? Eu quero me casar com Victória e não me importo se o bebê não é meu... Eu vou cuidar dele como se fosse.

- Eu tenho certeza disso Nigel... Você sempre teve um coração muito bom... Mesmo não concordando com essa loucura... Mas deixe Victória se recuperar e não force nada entre vocês, ela precisa escolher sozinha o que quer.

- Meu medo se aquele idiota chegar primeiro... Eu vou perder minha chance mais uma vez.

- Acho que não vai Nigel. – Disse meu pai. – O que Victória está passando e pelo que contou e pela sua vontade, ela não se casa com aquele homem.

- Assim espero. – Suspirei.

Mamãe contou como a achou e que teve que leva-la par ao hospital as pressas, estava muito mal e debilitada, mas agora estava bem e receberia alta na manhã seguinte, o bebê estava bem, só Vick que não aceitava essa gravidez, mesmo curtindo, era nítido a revolta em seu olhar, o apoio emocional de meus pais seria importante demais, e sei que eram capazes de trazer essa paz para ela e cuidariam dela como filha. Não posso dizer que não me decepcionei ao saber da gravidez, mas o que ajudou é que ela não engravidou por que queria, e sim um acidente de percurso, esse tempo de distancia me ajudaria a aceitar um bebê que ano fosse meu, e podia muito bem ama-lo, eu era capaz disso.

Aquela noite fiquei com meus pais, mamãe foi ao hospital e voltou logo a noite, Vick estava bem melhor e agora dormia bem, sabe que estava tranquila e fora de risco me confortou, pensei em mandar seguranças para ficar de olho, mas isso traria stress a ela, o melhor a fazer é mantê-la completamente no anonimato, então tive uma ideia.

- Eu vou custear a alimentação de Vick e as contas mãe, diga que é vocês que estão pagando...

- Não precisa filho, Vick me deu o cartão do banco e de crédito de uma conta que ninguém sabe que existe... Posso usar sem levantar suspeitas.

- Mãe... Qualquer coisa me avise, que venho de imediato resgata-la e leva-la embora das garras deste monstro, mas por favor, não me deixe de comunicar.

- Claro Nigel... E não conte a ninguém que sabe dela.

- Fique tranquila. – Beijei a testa de minha mãe e saí, passei na madeireira, que saudades daquele lugar, falei com papai e me despedi e segui para Nova York.

Por Você Parte 3 (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora