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- MEU DEUS ELE É LINDO!

-Oi Afrodite. Que bom Afrodite.

Falei sorrindo. Ela não me deu bola.

-E que BEIJO MEU DEUS!

Mordi o lábio contendo o riso, Cris nem se mexeu, nem mesmo com os gritos da outra. Eu estava sentada na beirada da minha cama.

-Ei?!

Só então minha amiga que flutuava no mundo de vênus percebeu Cris deitada e dormindo.

- Ela ta morta?

-Não exatamente. Só bêbada porque?

-Ata. Eu gritei e ela nem se moveu. Mas se esta bêbada isso explica muita coisa. Vocês transaram?

-Não!

-Ata. Mas porque eu viro as costas e você já esta com outra aqui no quarto?

Cerrei os olhos para suas insinuações.

-Só perguntando...

Disse se desculpando jogando as mãos para o alto.

-É uma longa historia. Aliais, é bem curta; eu estava lavando roupa. Ela estava fugindo da policia. Trouxe ela pra cá, ela dormiu. Fim.

-Ata. Isso explica bastante também. Vou estudar com o Vinicius. Beijos. Usem camisinha.

Pegou seus livros e se despediu. Dei o dedo do meio pra ela. Me lançou um beijinho no ar e saiu.

-Oh... Jesus! que dor de cabeça. Lua? Que horas são?

Eu estava sentada na cama de Afrodite e assistia um filme, tirei meus fones e olhei a tela do computador;

-11:45. Tem que ir?

-Sim, meus pais vão me matar.

Ela se sentou.

-E com razão. Não devia andar com aquela galera.

Ela deu uma risada abafada, mas logo pôs as mãos nas têmporas sentindo dor.

-Tenho que ir. Obrigada pela hospitalidade. Tchau.

Ela me deu um beijo no rosto e saiu pela porta. Voltei a assistir meu filme recolocando os fones de ouvido.

Ouvi batidas na porta mas ela logo se abriu sem eu precisar me levantar.

-Lua?

Eu me levantei imediatamente, mas ouvi o som da pancada antes de sentir a dor excruciante subindo do meu dedo mindinho e espalhando pelo meu corpo.

-PORRA!

Falei me sentando na cama novamente fechando os olhos com força. Ela entrou imediatamente, levantei o rosto e a encarei, seu olhar estava preocupado.

-O que foi?

-Meu dedo mindinho e sua paixão pelo pé da cama. O que faz aqui?

Perguntei entre dentes, tentando esquecer a dor. Seus olhos escuros me fitaram, ela colocou uma mecha dos cabelos atrás das orelhas e abriu a boca para falar, mas seus olhos desceram para meu pé.

-Meu, você se machucou! De verdade!

Ela se abaixou e examinou meu dedo. Mas eu estava distraída, aquele jeito de falar, e aquela puxada no R que ela dava. Era tão fofo. Seu sotaque paulista mexia sempre com meu psicológico. E eu amava o fato dela sempre falar em português comigo, quando estávamos sozinhas.

- Tem que limpar isso Lua! Lua?

Eu estava a olhando bobamente. Parecia irreal ela ali. Aparecendo do nada. Olhei para meu dedo, tinha sangue debaixo da unha.

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