A novata

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- Tá querendo dizer o que com isso Luane?

-Estou dizendo que sua mae vai aprontar alguma Manuela.

Falei simples. Eu estava procurando minhas meias, e ela passando secador no cabelo. Nós sempre chegávamos atrasadas quando eu a esperava lavar, secar e pranchar os cabelos. Era um saco.

- Lua deixa de ser tão desconfiada!

Disse apontando o secador para mim como se fosse uma arma. Eu parei o que fazia, estava ajoelhada dentro do closet pegando meus sapatos.

- Veremos então.

-Ela só está te tando te ajudar!

-Algo me diz que isso é algum plano maligno... Ah, achei.

Minhas meias estavam ainda dentro dos sapatos.

- Está pronta?

Perguntou.

-Sim.

Falei assim que calcei os sapatos. Eu estava de jeans, camisa de gola, e cabelos presos em um rabo. Ela de vestido e meias que iam acima de suas coxas e eram da cor de sua pele.

-Me ajuda aqui. Vem secar o meu cabelo.

-Ah Manu...

Reclamei. Ela fez aquela carinha e eu bufei indo até ela. Me sentei na cama. Ela sentou de costas para mim na cadeira que estava ali. E comecei a secar seus cabelos.

-Não passa a prancha. Está linda. Vamos logo.

- Está bom mesmo ou isso é a sua pressa falando mais alto?

- Sempre está linda Manu. E sim, é a verdade e não a minha pressa falando por mim.

-Okay.

Ela se levantou. Pegamos nosso materiais de aula e saímos juntas. Eu peguei o metro, manu pegou um táxi. Cada uma foi para a sua faculdade.

Eu recebia várias mensagens de pessoas me parabenizando pela exposição. E eu agradecia e dizia que o trabalho foi todo da Keyla. Uma meia Verdade, mas eu queria faze-la feliz para evitar que ela quisesse me ferrar.

Achei ter tido um momento de entendimento com ela na hora da revelação dos quadros. Mas a sensação de bem estar passou assim que a vi cochichando com aquela mulher estranha.

- Oh.. Não acredito que vou fazer isso novamente.

Ouvi uma voz forte e ao mesmo tempo aveludada dizer.

-O que?

Eu me virei. Ao meu lado uma garota com pele naturalmente bronzeada, olhos cor de âmbar e cabelos enormes, pretos e cacheados me encarou de volta.

Arranquei minha matricula. Estou tentando de novo. Agora vai!

Ela ergueu a mão com o punho fechado e eu ri. Estendeu a mesma mão para mim e disse com um sorriso muito branco;

-Olá. Meu nome é Halley.

Eu estava assustada com a beleza daquela morena. Seus braços tinham os pelos levemente aloirados, pareciam ter ficado daquela cor naturalmente por causa da grande exposição ao sol.

-O.. Meu é Lua.

-Lua?

-Sim, Luane. Mas todos me chamam de Lua mesmo.

-Ah sim.

Ela apegou minha mão, e com a outra ajeitou um cacho enorme que caia em seus olhos. E que olhos lindos!
Percebi que sua mão direita estava enfaixada do punho até os dedos.

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