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-Como assim Manuela?

-Vem morar comigo! Seu apartamento é longe demais da faculdade e da minha casa.

Me surpreendia ela não saber que o apartamento era da mãe dela. Depois de uma longa conversa, com a Manu. Eu chamei a mulher para conversar. Pedi que me encontrasse em "meu" apê.

-Toma.

-O que é isso?

-As chaves do apartamento.

-Ele é seu Luane.

-Não. Não é.

-Eu já o pus no teu nome.

-Então o venda. Talvez se o vender por um bom preço, dê para custear o meu tratamento. Sei que foi caro.

-Seu tratamento foi pago no ato. Não se preocupe. Onde vai morar? Não gostou daqui?

-Eu amei... Só que...

-É longe da Manuela.

Adivinhou e eu assenti sem jeito.

-Onde vai morar?

Repetiu e eu senti que talvez eu e a Manu morarmos juntas pudesse ser demais pra ela.

-Vão morar as duas juntas...

Adivinhou novamente revirando os olhos exasperada. E eu comecei a achar que ou eu era muito obvia ou a mulher tinha poder de leitura de mentes.

-Okay. Eu aceito o apartamento... com uma condição.

-E qual é?

- Você ama minha filha?

-Amo. Muito.

-Então vai pedi-la em casamento... certo?

-E..eu...

-Não agora, tolinha. Mas assim que se formarem na faculdade. Não quero minha filha sendo enrolada. Nem por você e nem por ninguém. O bom daquele tal Brandon é que ele logo cedo já fala em casamento.

-Falava é?

Engoli em seco. Ela assentiu séria.

- Só vai aceitar o apartamento se eu a pedir em casamento?

- Não quer casar com a Manuela?

-Ora essa!  Claro que quero... Mas...

-Sem mais.

Pegou as chaves da minha mão e eu suspirei vencida. A mulher tinha o dom de controlar a tudo e a todos.

-Vou visitar vocês no próximo final de semana. Quando você se muda pra lá?

-Eu...

Comecei e ela deu uma olhada pelo apartamento. Aos meus pés somente uma mala preta pequena.

-Já se mudou.

Concluiu com uma sobrancelha arqueada.

"Jesus amado! Essa mulher é advinha!"

-Enfim. Domingo eu almoço com vocês e iremos discutir o futuro de vocês duas.

Engoli em seco mais uma vez.

"Puta merda"

Eu já não sabia o que era pior. Ela tentando me ferrar ou tentando me ajudar. Eu sai junto com ela. Descemos no mesmo elevador e no fim ela foi para a garagem  buscar seu carro e eu fui pegar um taxi.

-Essa mulher controla tudo... Porra.

Resmunguei.

- Perdão?

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