Sogrinha amada

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Estávamos à mesa almoçando uma comida que a própria mulher pediu a um restaurante. Ligou no sábado dizendo a nós que não precisávamos nos preocupar com a comida.

-Me diz quem em sã consciência vai almoçar na casa de uma pessoa no domingo .... e LEVA a própria comida? É o cúmulo da mania de controle!

Falei exasperada.

-Lua se acalma. Ela já deve estar chegando e nós...

Ouvimos o som da campainha soar a interrompendo.

-Cristo...

Sussurrei baixando a cabeça. Manu me deu um leve beijo, e correu saltitante até a porta.

-Filha! Toma aqui segura.

A mulher entregou a Manuela duas vasilhas com comida. O pai veio logo atras também com travessas e entraram.

-Ah... Está mais arrumado que a ultima vez.

Disse satisfeita.

- Não me vai me dizer oi Luane?

-Oi.

Falei irritada. Ela cerrou os olhos em minha direção, mas desviei os olhos quando Manu me entregou uma das vasilhas que carregava. Tinham na tampa a marca de uma famosa churrascaria do centro na cidade.

-Vamos por a mesa. Me ajuda amor?

Manu me chamou urgente, eu sabia que ela não queria confusão. Não agora que a mãe parecia estar mais maleável.

-Só parece mesmo.

-O que?

-Nada. Vou por isso na mesa.

Respondi com desanimo. O almoço foi tranquilo. Tirando a parte da mulher ditar tudo que faríamos. E que estavam faltando panelas e talheres... Eu já estava de saco cheio daquela conversa.

-Vamos amanha comprar tudo que falta aqui nesse apartamento.

-Manhê! Você prometeu não meter!

-Como posso não me meter se minha filha não tem nem uma mísera concha  em sua cozinha?

Disse se fazendo de vitima. Eu e Manu suspiramos quase que em uníssono.

-Deixe a menina Keyla

O pai disse parando de cortar sua carne.

-Mas Philip!

Respingou a mulher porem se calou.

"Finalmente"

-E o tratamento Luane?

Eu quase engasguei com meu arroz.

-Bebe isso amor.

Manu ofereceu, bebi um pouco do suco e respirei. Manu me lançou um olhar de "você consegue atuar melhor"

-Estou bem. Eu... O tratamento já acabou. Era somente um pós operatório e mais nada.

Respondi. O marido assentiu. Ela parou de comer e me observou.

-Ainda bem. Se cuide.

Disse apontando a faca para mim, depois voltou a comer. Respirei aliviada.

Quando o almoço acabou, ela ainda ficou para ajudar com a limpeza. Jogamos o que era descartável fora e ainda sobrou muita comida.

-Você sempre exagerando mamãe.

Manu reclamou. A mulher deu de ombros.

-Preciso cuidar de você Manuela. É meu único bebê.

Eu a olhei confusa. Jamais havia a visto falando assim. Manu a abraçou.

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