Prólogo

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Caminho calmamente como todos os dias. Observo as grandes árvores, os animais e as poucas pessoas que estão no parque pela manhã. Cumprimento alguns conhecidos e amigos. Entro na cafeteria e vou até o balcão.

- Bom dia, senhor Albert! - cumprimento o senhor de uns 60 anos que está atrás do balcão.

- Bom dia, Helena. Como vai? -  como sempre ele tem um sorriso no rosto marcado pelas rugas.

- Estou ótima! - retribuo seu sorriso.

- Que bom.O que vai querer?

- O de sempre, por favor.

- Claro. Espere um pouco, já trago. - ele começa a preparar meu café  grande.

Senhor Albert é um grande amigo. Ele me ajudou muito e sei que sempre posso contar com ele. Ele não tem uma família muito grande, bom, apenas ele e a esposa, dona Fátima. Nunca puderam ter filhos, mas me tratam como uma. Apesar de todas as dificuldades eles vivem felizes e sorrindo. São como pais para mim.

-  Aqui está. - ele me entrega o copo de café e um pão de queijo.

- Obrigada. Até logo. - digo e saio do local, voltando à minha caminhada.

Alguns minutos depois chego ao meu destino: Orfanato Evangélico Estrela da manhã. Pego minhas chaves e abro o portão, entrando em seguida.

- Bom, dia meninas! - elas brincam pela sala de estar.

-  Bom dia! -  respondem todas juntas e vêm me abraçar.

Trabalho no orfanato como cuidadora das crianças há 4 anos. comecei como voluntária, mas me apaixonei pelo trabalho, e cá estou eu. O orfanato é apenas para meninas. Eu amo vê-las todos os dias. Conheço cada uma como a palma da minha mão.

No momento estamos só com 4 meninas: Larah, 14 anos; Stela, 12 anos; Lorena, 10 anos e Lúcia, 3 anos. Todas as outras meninas que moravam aqui foram adotadas -  é ótimo saber que agora elas têm lares de verdade - e, Larah e Stela estão em processo de adoção também.

- Onde está Lúcia? - pergunto para as três, depois que desfazemos o abraço.

-  Está... - Stela começa, mas logo é interrompida por Lúcia, que entra correndo na sala.

- TIA LENA! - ela grita e corre até mim. Pego ela no colo e a abraço.

- Oi, pequena! - dou beijo na sua bochecha gorda. - Como você está?

- Bem. Olha o desenho que eu fiz pá voxe! - ela me entrega uma folha com animação. - Voxe goto?

- Está lindo, meu amor. -  respondo sorrindo e colocando-a no chão. -  Eu adorei. - ela sorri satisfeita.

De todas as meninas que moram ou já moraram no orfanato, Lúcia é com quem mais tenho afinidade. Eu gosto muito de todas, mas o que sinto pela Lú é mais forte, e minha vontade é adotá-la, porém no momento, esse desejo está meio difícil de se tornar realidade. Eu mal estou podendo me sustentar, que dirá uma criança. O que eu ganho aqui é pouco, e com todas as minhas despesas fica com plicado, mas estou me esforçando e pedindo a Deus. Sei que ele me ajudará.

A manhã passa tranquilamente, com muitas risadas e brincadeiras. À tarde, as meninas vão para a escola e eu começo a limpar a casa, escutando música.

- Dá pra você abaixar essa música? Está me incomodando. - Roberta "pede". Parece que está de mal humor, pra variar.

- Claro, me desculpe. - sorrio e ela vira as costas e sai andando. -  Nossa.

- Ela já está implicando com você? - dona Regina, diretora do orfanato, pergunta.

- Ela só está mal humorada... - "como sempre". Acrescento em pensamento. - Não tem importância. - dou de ombros.

- Qualquer coisa me diga. - sai em direção ao seu escritório.

As horas passam e logo as meninas chegam da escola.

- Tia Lena, hoje eu aprendi a letra 'a'! - como sempre Lú está animada.

- Que bom, minha pequena. - ela me abraça e vai para o quarto com as outras, se trocar.

São 17:30. Despeço-me de todas e vou para casa. Caminho pelas ruas escuras e, rapidamente, chego no prédio onde moro. Subo para o meu apartamento, tomo um banho e me arrumo para a faculdade, - curso psicologia - deixo meu cabelo solto e pego minha bolsa.

Pego o ônibus e chego ao local em meia hora. Vou para minha sala e começa minha aula. O tempo passa rápido, somos liberados e vou para casa, novamente. Chego, troco de roupa e preparo o jantar, sento no sofá e como vendo TV.

As vezes morar sozinha é bem chato. Ainda mais depois de passar o dia com crianças. Me sinto um pouco solitária. Não tenho ninguém para conversar ou apenas para estar ao meu lado assistindo televisão.

Resolvo dormir. Desligo a TV e vou para o quarto. Faço uma oração, deito e logo o sono chega.

Oi, pessoal.

Estou começando meu primeiro livro. Não sei se sou uma escritora tão boa, mas espero que gostem do que eu escrevo.

Votem e comentem, por favor.

O próximo capítulo será publicado quanto esse aqui tiver 3 votos.

Beijos pra vocês!

Minha Pequena SorteOnde histórias criam vida. Descubra agora