(O garoto da foto é o Robbie).
Helena
Acordo sonolenta. Minha noite foi péssima, se eu cheguei a ter uma hora de sono, foi muito. Me levanto devagar e me arrasto para o banheiro. Faço minha higiene pessoal e visto um vestido verde claro e uma sapatilha nude. Faço um rabo de cavalo no cabelo e saio.
Hoje não vou passar na cafeteria. É o primeiro dia de tratamento da Lú e eu quis levá-la. Vou direto para o orfanato, pensativa. Não presto muita atenção as pessoas no parque como sempre, estou preocupada demais.
Entro no orfanato e como ainda é cedo todas estão dormindo, exceto Lúcia, que está sentada no sofá já arrumada, desenhando.
- Bom dia, minha pequena! - dou um beijo na sua bochecha.
- Oi, tia Lena. - ela está sonolenta por ter acordado cedo.
- Bom dia, Helena. - Regina entra na sala e eu a cumprimento. - Eu vou levá-las até o hospital, mas não poderei ficar lá com vocês.
- Tudo bem. Vamos? - ela assente.
Pego Lúcia no colo e vamos para o carro. Cerca de quinze minutos depois, o carro estaciona na frente do hospital.
- Obrigada. - digo saindo do carro e pegando Lú no banco traseiro.
- Por nada. Qualquer coisa me ligue, e avise quando terminar. - ela sai com o carro.
Entramos pelas portas de vidro do hospital de mãos dadas. Fui à recepção e uma moça loira alta indicou onde deveríamos ir. Subimos de elevador até o terceiro andar. Andamos por um pequeno corredor e entramos em uma sala colorida com alumas crianças brincando e outras que estavam com agulhas nos braços. Elas pareciam cansadas e uma delas dormia.
A mesma enfermeira que nos atendeu na recepção mandou que eu me sentasse e esperasse, pois o médico já viria para explicar tudo e começar o tratamento. Fiz o que ela disse e me sentei.
- Tia Lena, eu não quero ficar sentada. - disse Lúcia inquieta.
- O que você quer fazer? - perguntei fazendo cócegas na sua barriga.
- Quelo ver como é aqui.
- Ta bom. Mas tem que ser rápido.
- Tá! - respondeu animada.
Ponho-na no chão e a ela sai andando na minha frente. Ela sai da sala primeiro e um garoto de ralos cabelos castanho escuro e olhos azuis, vem correndo e cai por cima dela que começa a chorar. Vou até ela e a pego no colo para acalmá-la.
- Já passou, meu amor. - falo limpando suas lágrimas.
- Está tudo bem? - um médico se aproxima.
- Está. - olho para ele e percebo ser o Willian, o moço que conheci na cafeteria. - Foi só um susto. - Lúcia para de chorar.
- Que bom. - ele sorri. - Olá, princesa! - ele sorri para Lú que logo abre um sorriso. - Eu sou Will. Qual o seu nome?
- Lúcia.
- Acho que alguém deve desculpas à Lúcia. - ele olha para o menino, que abaixa a cabeça. Ponho-na no chão.
- Desculpa. - ele olha para ela. A mesma sorri.
- Qual o seu nome? - ela pergunta para o menino.
- Robbie. - ele sorri tímido.
- O meu nome é Lúcia, você quer ser meu amigo?
- Quero. - ela pega em sua mão e o puxa para a sala onde estávamos, enquanto Willian e eu rimos.
Will
No curto espaço de tempo em que as crianças conversavam eu observei seu rosto, cada traço. Vi como fica linda sorrindo e que seus olhos são castanhos.
- Sua filha é linda. - sorrio para ela.
- Obrigada. Mas ela não é minha filha... não ainda. - a última parte ela fala baixo, quase inaudível.
- Me desculpe.
- Não tem importância. - sorri. Nossa. - Na verdade sou eu quem te deve desculpas. - faço uma expressão confusa. - Por ter ido embora daquele jeito da cafeteria, sem nem me apresentar. - nego com a cabeça, sorrindo. - Helena. - ela estende sua mão.
- É um prazer Helena. - pego sua mão e beijo o dorso da mesma. Suas bochechas ruborizam com meu ato. - Me desculpe, mas o Robbie e eu precisamos ir. Ele tem uma seção de quimioterapia agora. Mas gostaria de te ver de novo.
- Tudo bem, não se preocupe. Não vou embora tão cedo. - no momento em que ela termina a frase, seu sorriso se desfaz.
- Então até logo. - ela sorri fraco. Pego a mão de Robbie, que se despede de Lúcia e voltamos para seu quarto. - Robbie, você precisa colaborar comigo. - ele abaixa a cabeça. - Você quer ficar bom, não quer? - ele afirma com a cabeça. - Então... Se você fizer tudo direitinho logo vai ficar bem e poderá ir para casa. - ele sorri.
- Tá bom. Eu vou fazer o que você disser só para poder ir para casa logo.
- Ótimo. - sorrio.
Deixo o Robbie fazendo a quimioterapia, com uma enfermeira monitorando-o e vou ver minha nova paciente. Pego os papéis com todas as informações que preciso e leio o nome da criança. Lúcia.
Sei que isso pode ser horrível e um pouco egoísta da minha parte, mas isso de certa forma é bom, quer dizer, eu vou poder ver a Helena algumas vezes por semana e posso tentar me aproximar dela. Mesmo que eu preferisse que que as circunstâncias fossem outras, não uma criança doente e um hospital, mas a vida tem esse tipo de coisa, né? Nada acontece realmente como queremos.
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Minha Pequena Sorte
RomanceHelena é uma jovem forte que trabalha em um orfanato. Quando uma das crianças - a que ela mais ama - fica doente e precisa fazer um tratamento no hospital, ela conhece Will. Um médico bonito e divertido, que acaba por encantar as duas. #714 em roman...