Helena
Esperamos por alguns minutos até que Willian volta.
- Bom, eu sou o médico que vai cuidar do caso da Lúcia. - ele sorri para mim.
- Isso é ótimo. - falo.
- Tudo bem para você, Lúcia? - ele pergunta para minha pequena se abaixando para ficar da sua altura.
- Sim! - é reconfortante vê-la sorrindo.
- Ótimo, então podemos começar. - ele se levanta e pega Lúcia no colo para sentá-la em uma das poltronas da sala.
Willian começa a arrumar algumas coisas e fico cada vez mais apreensiva. Ele percebe meu estado e começa:
- Não precisa ficar nervosa. Sei que é complicado, mas não é nada fora do normal. - ele faz uma pausa e continua. - Ela vai ficar algumas horas fazendo a quimioterapia. Terão alguns efeitos colaterais como cansaço, queda de cabelo, entre outros, mas você não precisa preocupar, eu vou estar aqui para o que vocês precisarem.
- Obrigada. - falo me sentindo um pouco mais calma.
- Não tem de quê. - ele sorri - acho que corei com o sorriso - e desvia o olhar de mim para Lú. - Preciso que você me estenda seu braço e seja corajosa agora. - me aproximo da minha pequena e sento ao seu lado. Ela estende o bracinho. O médico pega o acesso.
- Vai duê? - recolhe o braço.
- Vai ser só uma picadinha.
- Tia Lena, eu estou com medo. - seus olhos brilham com algumas lágrimas.
- Eu estou aqui, meu amor, não precisa ter medo. - sorrio para ela, mas o que eu mais quero é chorar também.
Ela estende o braço, novamente. Will espeta a agulha em seu braço e uma pequena lágrima escorre na bochecha de minha pequena. Seco a lágrima. Willian põe esparadrapo para segurar a agulha em seu braço e diz:
- Prontinho. - ele olha para Lúcia. - Você é muito corajosa.
Lúcia sorri corada por seu comentário. Ele tem um jeito incrível de lidar com as crianças. Ele sorri para mim e eu acabo corando também. O seu sorriso me deixa completamente sem graça.
- Agora eu preciso resolver algumas coisas, mas daqui a pouco eu volto... tudo bem, princesa? - ele faz cócegas na minha pequena.
- Sim. - responde rindo.
- Qualquer coisa chamem a Sarah. É aquela enfermeira. - ele aponta para a loura oxigenada que nos recebeu.
- Tudo bem, obrigada. - sorrio para ele.
Willian sai e eu o observo até ele sumir de minha vista. Minha pequena começa a ficar sonolenta e poucos minutos depois dorme. Queria poder evitar que ela passe por isso, mas eu não posso. Deus sabe de todas as coisas e se estamos aqui é por permissão dele. Vai dar tudo certo.
Will
Saio da sala com um sorriso besta no rosto. Ela fez isso comigo, devo estar com cara de idiota. Vou andando em direção à minha sala, mas paro ao ouvir alguém me chamar. Já até sei quem é.
- Bom dia, doutor. - Sarah sorri.
- Bom dia, Sarah. Precisa de alguma coisa?
- Não. Bom, você vai sair para almoçar hoje?
- Acho que sim. Por quê? - já estou me arrependendo de ter perguntado.
- Gostaria de companhia? - ela sorri tentando ser sedutora, mas o que realmente passa pela minha cabeça é: oferecida. Não que ela seja, não estou julgando ninguém, foi só o que passou pela minha mente.
Eu poderia responder um não direto, mas não tenho coragem. Que ótimo, não?
- Pode ser.
- Então podemos almoçar juntos. Até mais tarde. - ela parece ter ficado animada com isso, eu não. Ela se vira e sai andando.
Minha real vontade era de convidar a Helena para almoçar comigo, mas talvez ela nem aceitasse. Agora não tem mais o que fazer, vou ter que almoçar com a Sarah.
Entro na minha e pego um copo de água. Por que eu aceitei sair com a Sarah?
Começo meu trabalho, mas não consigo me concentrar direito, só consigo pensar nela: Helena. Ela é tão linda. Lúcia se parece com ela. O que será que ela quis dizer com ela não é minha filha ainda? Resolvo ir vê-las outras vez.
- Como ela está? - pergunto para Helena, entrando na sala.
- Está dormindo. Acho que ela está bem.
- Isso é bom. Ela parece ser uma criança ótima.
- E é. - ela sorri orgulhosa. - Lúcia é uma criança muito especial, apesar de tudo o que ela já passou. - eu não entendi. o que pode ter acontecido de tão sério com uma criança de três anos? Preferi não perguntar, se ela achar que deve vai me contar.
- Tia Lena? - escuto a voz fina de Lúcia.
- Oi, meu amor? - ela acaricia o rosto da criança.
- Minha barriguinha tá esquisita.
- Deve ser o enjoo. - respondo. Pego o cesto e ponho na frente de Lúcia apara que ela possa vomitar e ela logo o faz.
***
Alumas horas depois, Robbie terminou sua sessão de químio e a Lúcia seria a próxima.
- Vim tirar o acesso. - falo me aproximando da pequena.
- Ainda bem, isso é muito ruim. - Lú fala com um bico fofo.
- Mas agora já acabou. - Helena aperta seu pequeno nariz. - Nós já podemos ir embora?
- Podem sim. Mas precisa ficar de olho nela. - faço cócegas na Lú. - Ela não pode se esforçar. Tudo bem, pequena?
- Sim! - ela dá uma gargalhada gostosa.
- Vamos, Lúcia? - Helena pergunta.
- Vamos.
- Obrigada. - ela sorri para mim.
- Tchau, tio Will. - recebo um beijo na bochecha.
- Tchau, princesa.
Elas saem e eu espero alguns minutos até dar a hora do meu almoço com Sarah.
Galera! E então? Gostaram? Espero que sim.
Deixem as estrelinhas.
Muitos e muitos beijos, amores!
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Minha Pequena Sorte
RomanceHelena é uma jovem forte que trabalha em um orfanato. Quando uma das crianças - a que ela mais ama - fica doente e precisa fazer um tratamento no hospital, ela conhece Will. Um médico bonito e divertido, que acaba por encantar as duas. #714 em roman...