Medo

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Helena

O despertador toca acordando-me do meu sono. Levanto devagar e sigo para o banheiro. Faço minha higiene pessoal e me visto. Ponho uma calça jeans uma blusa de mangas curtas leve e calço uma sapatilha bege.

Saio de casa em direção ao orfanato. Passo direto pela cafeteria do senhor Albert. Faz alguns que não passo lá, mas a minha preocupação com Lúcia não deixa.

Entro no orfanato minutos depois.

- Bom dia, meus amores. - beijo as bochechas das meninas e cumprimento Regina e Roberta, que revira os olhos. - E a Lúcia? - pergunto quando percebo que ela não está na sala.

- Ainda dormindo. - Larah responde.

- Vou vê-la. - subo as escadas rápido, mas sem parecer desesperada.

- Meu amor, acorda. - balanço seu pequeno corpo levemente.

Ela coça os olhinhos e abre-os devagar.

- Oi, tia Lena! - me abraça.

- Como você está? - acaricio sua bochecha.

- Canxada. - suspira.

- Ah é? - faço cócegas em sua barriga.

- É. - fala em meio às risadas.

Conversamos e brincamos um pouco. Ela faz sua higiene pessoal com minha ajuda e depois desce para a cozinha para tomar café com as outras meninas.

O café da manhã é em meio à risadas e brincadeiras. Passo o restante da manhã brigando e cantando com as crianças.

À tarde ajudo-as a se arrumarem para a escola e logo depois elas saem me deixando com Roberta e Regina.

- Você não vai fazer nada? - Roberta resolve tirar minha paz enquanto como.

- Eu estou almoçando. - respondo calmamente.

- Mesmo assim, você nunca faz nada.

- Pode ficar tranquila que quando eu terminar vou te ajudar na limpeza.

- É bom mesmo. - bufa.

- Preciso conversar com vocês. - a diretora do orfanato entra na cozinha.

- Pode falar. - respondo.

- É melhor conversarmos na minha sala. - vamos até a primeira porta do corredor. - Sentem-se. - aponta para as cadeiras à frente da sua mesa.

- Algum problema? - Roberta pergunta. É a primeira vez que a vejo parecendo preocupada.

- Não é nenhum problema. - ela pausa e continua. - O que eu quero falar é que vai chegar uma nova criança no orfanato.

- Verdade? - pergunto. Nessas horas eu não sei bem o que sentir; eu amo as crianças, mas saber que elas vem para cá porque não têm ninguém é muito triste. Todavia é por isso que estou aqui, para ajudá-las e dar amor  e carinho.

- Sim. Ela vai chegar na semana que vem. E eu preciso da ajuda de vocês. Como eu sempre digo, mais uma criança, mais uma responsabilidade.

Minha Pequena SorteOnde histórias criam vida. Descubra agora