Helena
Faz quase um mês que Lúcia está internada. Eu não consegui sair daqui do hospital em nenhum momento sequer. A cada dia ela parece mais fraca e eu sinto que o momento do adeus está mais perto. Tenho medo. Muito.
Dormi abraçada com ela durante essas noites. É sempre bom. E quando percebo algo de diferente chamo por socorro. Meu coração está tão triste. Eu não sei mais o que fazer para melhorar.
Quando estou com Lúcia tento sorrir e mostrar que não estou tão preocupada para que ela não fique nervosa. Minha pequena mal consegue sair da cama. Nem do quarto ela sai mais.
- Tia Lena. - ouço sua voz fraca.
- Oi, meu amor. - sorrio e beijo sua testa. - Tudo bem?
- Sim. - ela sorri. - Será que hoje eu posso brincar um pouco?
- É claro, princesa. - respondo, sentindo meu coração alegre por ela ter acordado mais animada.
- Que bom.
***
Lúcia passou a manhã com as outras crianças na sala de brinquedos. Meu coração quase não cabe no peito de tanta alegria em vê-la sorrindo e se divertindo um pouco.
- Amor. - Will aparece atrás de mim sorrindo.
Hoje ele não trabalha, por isso está usando roupas casuais. As crianças correm e o abraçando quando vêem ele, antes que eu possa fazê-lo. Rio.
Me levanto e abraço meu namorado. Ele me dá um beijo rápido, já que temos vários pares de olhinhos curiosos sobre nós.
- Vamos conversar lá fora. - sussurra em meu ouvido e saímos.
- O que houve? - pergunto, enquanto sentamos em um dos bancos que fica no corredor.
- Olha o que eu trouxe. - ele me entrega um envelope.
Abro com cuidado e leio atentamente tudo o que está escrito no papel. Minha mãos tremem, meu coração bate forte e meus olhos se enchem de lágrimas.
- Conseguimos. - sussurra me abraçando.
- Sim. - rio e choro ao mesmo tempo. - Conseguimos. - nos abraçamos.
No dia seguinte ao que trouxemos Lúcia para o hospital, Will e eu conversamos seriamente. E sabendo a condição dela, entramos em um consenso. Nós a amamos e, como já sabíamos que queríamos adotá-la... Foi o que fizemos.
Nós entramos com um pedido de adoção. Nenhum dos dois queria que ela partisse e fosse enterrada sem ter pais de verdade. Eu não poderia deixar isso acontecer. Agora ela é oficialmente nossa. Nossa filha.
- Vamos contar para ela. - peço.
- Vamos.
Nós levantamos e voltamos para a sala de brinquedos. Uma das enfermeiras canta e dança com as crianças. Elas riem animadas.
- Lu. - agacho ao lado dela.
- Oi, tia. - ela me olha e sorri.
- Eu e o tio Will queremos conversar com você. - falo e ela assente.
Pego ela no colo anos dirigimos para o seu quarto. Sento ela na cama e Will e eu nos sentamos ao seu lado. Ela nos olha, esperando para saber o que vamos falar.
- O que foi, tia? - ela franze a testa.
- O que você acharia de ganhar uma mamãe e um papai, querida? - acaricio seu rosto.
- Ia ser muito legal, tia. Eu sempre quis uma mamãe e um papai. - responde sorridente.
- Bom. O tio Will e eu queremos te fazer uma pergunta muito importante, meu bem. - sorrio e ela nos olha com expectativa.
- Que pergunta?
- Queremos saber se você gostaria de ser nossa filha, Lu. - Will responde.
Lúcia arregala os olhos e cobre a boca com as pequenas mãos. Seus olhinhos se enchem de lágrimas, deixando-os mais brilhantes.
- É vedade? - sua voz embargada.
- Sim. - respondo também querendo chorar.
- Eu quero! Eu quero muito! - responde e nós a abraçamos.
- Agora vocês são meus papais? - ela pergunta com um sorriso imenso.
- Sim, princesa. - Will beija sua testa.
- E eu posso chamar vocês de mamãe e papai? - seus olhinhos demonstram toda sua felicidade.
- É claro! - ela volta a nós abraçar. Choramos juntos. - Nós amamos você, querida. - beijo sua testa.
- Eu também amo vocês.
***
Estou deitada com Lúcia na cama. Ela se sentiu tão mal essa tarde. Estou preocupada.
Mais uma vez ela vomita sangue. Meu coração se apertando. Ajudo ela a se limpar e lhe dou banho, deitando ela na cama em seguida.
- Mamãe. - ela me chama.
- Sim, meu amor. - sento ao seu lado.
- Eu gosto de te chamar assim. - murmura sorrindo. - Promete que nunca vai me esquecer? - pede.
- Prometo. - respondo, estranhando ela não ter falado errado. - Eu te amo.
- Eu te amo, mamãe. - ela sorri. - Para sempre. - sorri.
De repente um barulho alto e ensurdecedor começa. Meu coração parece que vai parar. Não!
- LÚCIA! - balanço seu corpo mole e frio. Ela não responde. - LÚCIA!
Logo a sala é tomada por médicos e enfermeiras. Tento ao máximo ficar ao lado dela. Grito e choro, mas alguém me puxa para fora.
Sinto braços me rodearem e sei que é o Will. Ele me abraça forte e choramos juntos. Não pode ser...
Demorei, mas voltei!!
Me perdoem pela demora, de vdd, galera!!
Não queria demorar tanto.
Mas estou de volta e já estamos chegando no final.
Boa leitura!!
Bjs!!
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Minha Pequena Sorte
RomanceHelena é uma jovem forte que trabalha em um orfanato. Quando uma das crianças - a que ela mais ama - fica doente e precisa fazer um tratamento no hospital, ela conhece Will. Um médico bonito e divertido, que acaba por encantar as duas. #714 em roman...