Chego mais cedo no orfanato, porque hoje vai chegar uma nova menina.
As crianças ficaram muito animadas com a notícia e já estão preparando uma recepção para a nova moradora.
- Tia Lena, olha o deseno que eu fazi para a menina nova! - Lú dá pulinhos ao meu lado com uma folha de papel na mão.
- Está muito bonito, meu amor. Ela vai adorar. - ela sai correndo e volta a se sentar no chão e desenhar.
Roberta e eu arrumamos a sala de estar, que agora tem alguns cartazes de boas vindas e bexigas.
Dona Regina saiu para buscar a menina - que por sinal não sei o nome - há alguns minutos e disse que não demoraria.
Confesso que estou ansiosa também. Uma nova menina para morar conosco vai ser ótimo, ainda mais com duas que já serão adotadas. Sinto por ela passar por um momento difícil como esse, mas será bem recebida por todas nós.
Ouço o carro parando e aviso a todas que elas devem estar entrando. A porta da sala é aberta e Regina entra com uma menina de uns oito anos.
Ela é uma graça.
- Oi. Olha, eu fazi pá voxe. - Lúcia entrega o desenho.
- Obrigada. - a menina sorri.
- Meninas, - Regina se pronuncia. - essa é a Mariana. Apresentem-se para ela.
- Eu sou a Stela.
- Eu sou a Lorena.
- Larah.
- Eu sou a Lúcia.
Todas sorriem amigáveis.
- Olá. - Mariana fala um pouco tímida.
- Bom, eu sou a Helena e ela é a Roberta. - aponto para a Roberta. - Somos as cuidadoras do orfanato. - dou meu melhor sorriso e ela me retribui.
- Você qué blincar cum a zente? - pergunta Lú.
- Claro. - elas saem para o quintal e nós sorrimos.
- Parece que elas gostaram umas das outras. - digo feliz.
- Isso é um alívio. Fiquei com medo de elas se estranharem. - suspira.
- Eu vou voltar ao meu trabalho. - Roberta vai em direção à cozinha.
- Ela é sempre tão seca. - comenta Regina.
- É só o jeito dela. - meneio a cabeça sorrindo.
As meninas voltam correndo e sobem. Vou com elas até o quarto.
Mariana fica encantada com o quarto das meninas, o que me leva a crer que ela não tinha muita coisa.
Elas conversam animadas e eu entro na conversa.
- O que está achando da casa, meu amor? - pergunto para Mariana.
- É legal. - sorri. - Gostei.
- Que bom! - passo a mão por seu cabelo.
- Você também mora aqui? - pergunta para mim.
- Não, mas eu venho aqui todos os dias.
- Eu gostei de você também.
- Eu também gostei de você. - sorrio e a abraço.
Desço para a sala e começo a arrumá-la. Roberta está limpando a cozinha e Regina está no escritório.
Ouço passos e vejo as meninas descendo as escadas. Lorena vem até mim e fala num tom preocupado:
- A Lú disse que tá sentindo dor.
Subo o mais rápido que posso e encontro minha pequena deitada.
- Esperem lá embaixo. - digo às meninas, que me seguiram. Elas saem do quarto. - O que você está sentindo, minha pequena? - pergunto preocupada.
- Tá dueno. - fala com a voz chorosa.
- Onde?
- Ati. - aponta para o peito.
- Aqui? - ponho a mão no local.
- É. Ati no colação. - coloca a mão sobre a minha, que está no seu tórax.
- Seu coração está doendo? - pergunto com os olhos arregalados.
- Sim. - uma lágrima escorre por sua bochecha.
- Por que, meu amor?
- Voxe não me ama mais. - mais lágrimas rolam por seu rosto.
- Por que você acha isso, Lú?
- Voxe gota mais da Maliana. - funga.
- É claro que não, Lúcia. Eu te amo. - acaricio seu rosto.
- Mas voxe chamo ela de meu amo. - esfrega os olhinhos.
- Eu sei disso. Mas não quer dizer que eu a ame mais do que você. - sento ela no meu colo. - Ela acabou de chegar e as coisas são novas para ela. É um pouco difícil e a gente quer ajudá-la, mas isso não quer dizer que eu não te ame mais, Lúcia. Só quer dizer que tem espaço no meu coração para todas vocês. Eu te amo e nada vai mudar isso. Não importa quantas meninas cheguem no orfanato, eu vou continuar te amando. - dou-lhe um abraço apertado. - Nunca se esqueça disso.
- Eu tamém te amo. - uma lágrima desse por minha bochecha.
- Muito, muito? - faço cócegas nela.
- Do tamanho do mundo. - abre um enorme sorriso. Eu a abraço novamente. - Quelia que voxe foxe minha mamãe.
- Um dia vou ser. - sussurro para mim mesma. - Por que você não vai brincar com as suas amigas?
- Vamos. - me puxa pela mão.
Passamos a tarde brincando e nos divertindo com as outras meninas.
Votem e comentem!
Gatas, quem puder dá uma olhadinha no meu livro novo: A força do me coração.
Até logo!
XOXOXOXO
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Minha Pequena Sorte
RomansHelena é uma jovem forte que trabalha em um orfanato. Quando uma das crianças - a que ela mais ama - fica doente e precisa fazer um tratamento no hospital, ela conhece Will. Um médico bonito e divertido, que acaba por encantar as duas. #714 em roman...