Maratona- DOZE

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Quando ela chegou no hospital ja foi atendida na mesma hora, ninguém era louco de me deixar esperando. Algumas horas depois a doutora chegou, dizendo que tudo ocorreu bem, mas que tinha que ficar de olho assim mesmo, e que ela teria alta em alguns dias.

dra- quer ve-la?- neguei- ok.

fiquei caminhando de um lado pro outro e acabei ligando pra minha tia, que era a unica figura materna que tive desde que minha mae se foi.

idl

k- oi meu amor.

- tem como cê vir no hospital perto do morro tia?

k- tudo bem comigo sim, e com você?, seu tio também ta bem e mandou um abraço- disse irônica- pra que?

-ta ligada a Ana?

k-filha do playboy?

- aham, então, ela tava com câncer- ela sussurrou um nossa- mas parece que foi tirado e sei la mais o que, ela precisa de companhia e eu não vou entrar lá.

k- porque não menino?

-não gosto dela.

k- aham, tu pagou a cirurgia e não gosta dela? Ta bom viu.

-ce vai vir?- disse revirando os olhos-.

k- to indo já.

fdl

Minutos depois e minha tia ainda não tinha chegado. Revirei os olhos e chamei a doutora, anunciando que eu queria ver a Ana Júlia, ela me deu um trem de visitante e me disse o quarto, quando entrei ela tava dormindo e babando de novo. Que vergonha, babando no travesseiro do hospital. Me sentei do lado dela e fiquei esperando a minha tia, que merda, eu não queria entrar aqui.

Ana- ocorreu tudo bem?-disse sonolenta-.

-não, você morreu e aqui é o céu.

Ana- e o que o demônio ta fazendo no céu?-ri-.

-eu não sou um demônio.

Ana- vou fingir que acredito- ri- to com fome.

-mas so pensa em comer e dormir, impressionante.

Ana- porque não foi tu que passou por uma cirurgia.

-graças a Deus- suspirei- vou chamar alguém pra te dar comida- ela assentiu- vê se fica quieta, não vai me dar mais trabalho.

Fechei a porta atrás de mim e fui atrás de uma enfermeira.

Karla

cheguei no hospital depois de uma hora, tava com muita preguiça. Entrei e dei meu nome e o nome da menina, eles me disseram que Lorenzo tinha liberado minha entrada e tal, fui ate o quarto indicado e quando entrei parecia que eu tava vendo uma Grace nova de novo, mas com um ar de bondade que eu jamais vi naquela vagabunda.

-oi.

Ana- quem é você?-disse assustada-.

-sou a Karla, tia do Lorenzo-ela se acalmou- prazer- sorri-.

Ana- Ana Julia.

-tu ta legal- ela fez um gesto de mais ou menos- normal- me sentei do seu lado- cade o Lorenzo?

Ana- foi buscar comida pra mim- olhei desconfiada-.

-Cê ta falando do mesmo Lorenzo que eu?- ela assentiu- filho do Henrique com a Vanessa? Pegando comida pra tu?- ela assentiu- eu hein.

Ai tinha coisa e eu sabia muito bem, se Lorenzo não sentisse algum tipo de sentimento por ela ele deixaria ela sofrer ate a morte e jamais, em momento nenhum ia procurar comida pra ela. Se Lorenzo era ruim a esse ponto? Era. Logo ele entrou no quarto com uma enfermeira, que trazia uma bandeja com aquelas comidas horriveis de hospital.

enfermeira- como você ta se sentindo?

Ana- sem meu útero.

-eles tiraram o útero dela todo?-sussurrei pro Lorenzo, que assentiu-.

enfermeira- é, mas pensa pelo lado bom, você não tem mais nada- sorriu torto-.

Ana- e nem vou ter filhos.

- é só adotar, tem tanto menino largado e abandonado por ai...- ela suspirou-.

enfermeira- come tudo que logo vou trazer alguns remédios que você precisa tomar- saiu do quarto-.

- posso falar contigo Lorenzo?-ele assentiu e nós saimos do quarto- o que tu sente por essa menina?

Lorenzo- nada.

-você quer me enganar Lorenzo? 

Lorenzo- tia, eu não sinto nada por ela, só pena...

-Lorenzo...

Lorenzo- ela sofreu muito e sofre até hoje, eu sinto pena.

-você pode enganar seu pai, seu tio, seus amigos e ate a si mesmo com essa conversinha, mas a mim não.

Lorenzo- ah, tanto faz- disse e entrou no quarto, e eu fiquei observando- tu ta melhor?- ela assentiu- ta muito ruim?

Ana- De mais- riram-.

Lorenzo- tu não vai ficar muito tempo aqui, mas enquanto ficar, é pra comer tudo.

Ana- me arranja um chocolate- ele negou- POR FAVOOOOR.

Lorenzo- ja falei que não, agora come.

Sorri e sai dali.


Fiel- Segunda temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora