Capítulo 6: Walking on Sunshine

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Recusei uma carona no carro mais bonito que já vira, simplesmente por medo de dizer outra besteira à Eloise — a ideia de estar fisicamente próximo demais também causou certo nervoso em mim. — Assisti, então, seu carro sumir na estrada e voltei para casa no táxi que ela pedira — mesmo depois de ter dito ser desnecessário. — Ainda que em parte estivesse extremamente feliz por não precisar abandonar a universidade, — nem a Califórnia — não era capaz de distinguir o que a outra parte sentia. Estar diante de uma personalidade forte demais confundia minha mente, ao mesmo tempo que me sentia intimidado eu a admirava secretamente— no sentido mais puro da palavra, é claro.

Selly já estava em casa quando cheguei. A primeira visão que tive ao abrir a porta foi sua bunda sutil apertada em um short jeans azul claro enquanto ela arrumava a mesa para o jantar. Sorri maliciosamente pondo as mãos nos bolsos esperando ser notado e tentava pensar em um modo perfeito para contar sobre a novidade.

— Adam! — Exclamou com susto ao me ver. — Há quanto tempo está aí? — Pôs a mão sobre o peito.

— Suficiente para apreciar a vista — apontei para o short e caminhei naturalmente em sua direção.

Deixando de lado a resistência pus as mãos em sua cintura, apertando-a e puxando para mim enquanto Selly gentilmente segurava meu rosto e aproximava seus lábios para um beijo.

— Está com cheiro de vinho!? — Recuou e franziu a testa abrindo novamente os olhos — Saiu para beber com os amigos?

— Não, — respirei fundo — estava em um almoço de negócios — soei misterioso propositalmente.

— Almoço de negócios? — Riu. — Acho que alguém bebeu demais.

— Isso pode ser verdade, mas eu realmente estava em reunião com alguém muito importante — dei um meio sorriso.

— Acho que preciso de mais detalhes ­— Selly franziu a testa.

— Recebi uma ligação logo depois de deixar o smoking na loja — sua expressão era séria, mantinha a testa enrugada — Alguém que conheci no baile de gala me convidou para um almoço, até aí eu não sabia a profundidade da situação — vi um brilho surgir nos seus olhos — Quando cheguei no restaurante, descobri que estava sentado diante da fundadora da sociedade e ela me mostrou um comprovante onde dizia que a anuidade da minha faculdade estava paga — sorri contente ao lembrar. — Eloise Beaumont vai financiar meus estudos!

— A sociedade Beaumont? — Seus olhos arregalados pareciam incrédulos — Você conseguiu!? — Ergueu as sobrancelhas.

— Sim! — Afirmei com um sorriso largo — Eu consegui!

— Adam, isso é incrível! — Exclamou estridente prendendo-me em um abraço apertado. — Estou tão feliz por você.

— Também estou — senti o aroma cítrico em seu cabelo. — Não preciso mais ir embora e você terá que me aguentar por muito mais tempo — sussurrei ao pé do ouvido.

Num movimento súbito nossos olhares se cruzaram. Seus olhos úmidos —tanto quanto os meus — fitaram meus lábios. Semelhante a velocidade de um raio iniciou-se um beijo quente entre nós — puxões de cabelo e mordidas aleatórias. — Poderia haver álcool demais na minha corrente sanguínea, — uma explicação lógica para a excitação ter tomado conta do meu corpo tão rapidamente — mas não tive intenções de parar. Nos encaminhei educadamente até mesa fazendo-a andar de costas e sentar-se à beira erguida pelas minhas mãos abaixo de sua bunda. Estávamos irrevogavelmente embalados por um sentimento momentâneo de felicidade plena.

O ato repentino durou por longos minutos, — sem exageros — muito mais do que esperava. Não existiram "nãos" e nem ao menos um recuo, como se não pensássemos direito. Impulsionado pelo desejo encarcerado por anos dentro de mim, cedi completamente aos meus instintos erguendo sua blusa vagarosamente dando-lhe tempo para desistir. Nada fez. Então, arrisquei-me a mergulhar um pouco mais profundo.

A sociedade BeaumontOnde histórias criam vida. Descubra agora