Minha bolsa de estudos seria anulada, foi a primeira coisa que imaginei.
Como pude ser tão estúpido!? Ela não teve ao menos a consideração de dizer "não". Um fora com certeza doeria menos, e eu estava acostumado com os dela. Nunca irei entender o porquê, nunca!
Acordei extremamente mal-humorado, como se o mundo fosse o culpado pelos meus problemas. Desliguei o celular e o joguei no fundo da mala, não me senti preparado para receber más notícias, pelo menos não por um tempo, visto que não poderia evita-las pelo resto da vida. Alan e Maryann tomavam o café na cozinha quando apareci por lá. Olhei a garrafa e os copos que Eloise e eu usamos para beber e fiquei enjoado, então peguei uma xícara e enchi de café bebendo sem nem me importar se estava doce ou não.
- Está de ressaca, docinho? - Mary multiplicou as rugas em sua testa ao questionar.
- Não - respondi emburrado.
- Como foi com a moça ontem, depois que nós saímos? - Alan não tirava os olhos do jornal.
- Sem comentários.
- Parece que alguém caiu da cama hoje, Alan - Mary beliscou-me o braço levemente. - Vai ficar melhor depois que eu fizer minha torta de maçãs - então levantou e buscou a bolsa em cima da pia. - Estamos indo à feira local. Quer alguma coisa, Adam?
- Uma máquina do tempo - tamborilava impacientemente os dedos na xícara e observava o café tremular. Minha avó balançou a cabeça em condescendência.
- Ah! Justine ligou, ela chegará em alguns minutos - Que ótimo...
Remoendo o passado recente permaneci na cozinha. Não queria receber visitas, muito menos de Justine naquele momento. Uma parte idiota e infantil de mim acreditou por um tempo que culpa era dela, o que me levou a agir de modo extremamente rude.
- Oi - a cumprimentei friamente quando chegou.
- E aí? - Sorriu e parecia animada. Completamente o oposto de mim - Como foi com a "bonitona" ontem!?
- Uma merda, graças a você - soltei a porta e voltei para a cozinha.
- Graças a mim!? -Seguiu-me. - O que houve?
- Contei o que sentia e ela simplesmente foi embora - gesticulei com raiva. - Provavelmente, nesse exato minuto ela está voltando para a Califórnia pra cancelar o financiamento do meu curso na universidade.
- Olha, eu sinto muito. Mas desde quando a culpa disso é minha!?
- Você foi quem me encorajou a falar com ela - franzi a testa perplexo.
- Vou fingir que não ouvi isso, Adam - revirou os olhos.
- Eu estou completamente ferrado! - Esfreguei meus olhos com as palmas.
- Tem certeza que não está exagerando? - Bufou sentando-se do outro lado da mesa.
- Você não viu como ela saiu daqui - finalmente olhei para Justine - O olhar... o silêncio... foi massacrante!
- Nossa, - franziu os lábios sentindo pena - nem mesmo um "não" com a cabeça!?
- Não, - cruzei os braços - nada além disso.
- Talvez não seja tão ruim quanto você pensa, - suspirou - ela pode continuar sendo profissional com você.
Muito otimista... Otimista e, dessa vez, certa.
Poucos dias depois retornei para a Califórnia, deixei uma certa quantia em dinheiro com meus avós para ajuda-los e me desculpei com Justine enquanto ela me levava até o aeroporto. Eu pretendia voltar antes que começassem as aulas para arrumar minhas coisas e voltar a morar no campus universitário - isso se eu conseguisse uma vaga e Eloise não cancelasse minha matrícula antes. Arrumei algumas caixas com o porteiro e comecei a embalar minhas coisas. O plano era sair e deixar um bilhete de agradecimento para Selly, junto com as chaves do apartamento. A última coisa que queria era outro rompimento árduo. Distraído decidindo o que manteria comigo e o que jogaria no lixo, meu celular tocou e para o meu pânico era Eloise.
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A sociedade Beaumont
RomancePLÁGIO É CRIME! (Art. 184 - Código Penal) CONTÉM CONTEÚDO ADULTO [+18] (Cenas de sexo explícito; Linguagem imprópria) VENCEDOR DO 1º LUGAR NA CATEGORIA HOT NO CONCURSO STORYTELLER (1ªED). Quando o estudante de Administração da Un...