IV

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     Descemos do carro e eu só conseguia pensar em que tipo de "coisa errada" ele poderia estar envolvido. Mas não perguntei mais nada para Mel. O elevador abriu e nós saímos, Mel abriu a porta e nós entramos. -Acho que estou exausta. -Eu disse retirando meu tênis ficando apenas de meia e indo em direção ao meu quarto. Me apressei em tomar um banho e assim que as gotas de água quente tocaram minha pele eu senti como se tivesse carregado o mundo nas costas durante todo o dia. Eu pude refletir sobre cada ato do meu dia durante o banho e só conseguia pensar no quanto eu havia sido tola em me atrair por alguém como ele. E no quanto me sentia mais atraída por não saber nada sobre ele. Sai do banheiro já de pijama, se é que uma velha blusa comprida pode ser chamada assim. E fui me deitar. Eu estava tão cansada que dormi em poucos minutos. Acordei no dia seguinte com o escândalo de meu despertador. Eu precisava alterar aquele toque ensurdecedor, ou qualquer dia desses eu o jogaria pela janela. Me levantei e segui em direção ao banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes e decidi não esperar por Mel, já que ela não teria primeiro tempo por ser terça-feira. Fui caminhando mesmo, já que o apartamento era próximo do campus. Que arrependimento! Já no primeiro quarteirão meu corpo me lembrou que eu não era tão atlética assim. Estava suada, ofegante e precisando parar, quando um carro passou ao meu lado e foi diminuindo a velocidade até estar no mesmo ritmo que eu, os vidros baixaram e...: -"Quer carona, menina encrenca?" -Eu conhecia aquela voz . Não, não, não a essa hora, por favor. Eu se quer havia tomado café ainda.
-Não, obrigada. -Sim, por favor. Eu não aguentava mais caminhar, mais alguns passou e eu derreteria. Mas não podia correr o risco de ter a mesma situação de ontem repetida.
-Será que você pode deixar de ser exagerada e entrar no carro. Nós estamos indo para o mesmo lugar. Não é como se eu estivesse te convidando para uma transa. Você nem ao menos faz meu tipo. -Ele terminou de falar com um pequeno sorriso no canto dos lábios como se afirmasse o que acabara de dizer.
-Tá. Tudo bem, mas isso é apenas porque esse sol está me tirando a sanidade. -Que provavelmente eu também perca ao entrar nesse carro, pensei. Ambos paramos, e assim que eu abri a porta, senti um imenso alívio. O ar fresco do carro tocou minha pele e eu me senti renovada. -Pretende entrar ou só vai ficar aí de olhos fechados e apoiada na porta? -Só então reparei que eu estava com os olhos fechados. Quanto tempo eu havia ficado assim será? Senti minhas bochechas queimarem, porque eu não conseguia ficar nem ao menos alguns minutos próxima dele sem que tivesse que me constranger... Eu não o respondi, apenas tratei de entrar rapidamente e fechar a porta, não tão rápido a ponto de não sentir seu perfume tomar todo o ar de dentro do veículo. Gemi baixinho de forma involuntária, não conseguia descrever o quão sensual e aveludado era aquele perfume. Eu acho que ele não percebeu, porque o gemido não fora seguido de nenhum comentário estupido. Ainda bem, é cedo demais para uma discussão. Quando reparei que havíamos chegado, me apressei em juntar minhas coisas em meus braços, e abrir a porta. -Obrigado pela carona. -Falei encarando-o.
-De nada menina encrenca. -Ele provoca com um sorrisinho nos lábios, e que lábios, balanço a cabaça afastando meus pensamentos e saio em direção à cantina. Eu precisava de ao menos um café, não é fácil manter todo esse corpo, ainda mais tendo caminhado quase dois quarteirões em jejum, eu precisava repor o que perdi.
-Um café e um misto quente por favor! -disse de forma simples e com meu melhor sorriso a moça do balcão.
-Claro! - Ela também me respondeu de forma simpática e eu fui me sentar em uma das mesas, coloquei meus fones e ao som de uma música tranquila me permiti finalmente começar o livro que a orientadora da matéria de literatura brasileira havia recomendado. Pouco tempo depois meu pedido havia chegado e aquele café parecia preencher todas as minhas lacunas de desgaste físico daquele dia que mal começara. Terminei meu café da manhã rapidamente e segui em direção a minha sala, os três primeiros tempos foram tranquilos e durante os intervalos eu não me levantei nem para tomar água, precisava me manter concentrada.
-Turma, sentem em seus respectivos lugares, pois haverá uma atividade avaliativa. -Professora já entrou dizendo, como eu já estava em meu lugar somente ajeitei minha postura e recebi meu teste.
Passados quarenta minutos eu havia terminado e apenas ergui minha mão para que a professora viesse recolher. Sai em silêncio da sala e Mel estava me esperando na porta.
-Como foi? Me disseram que vocês teriam prova hoje. Acha que foi bem? -Me bombardeou de perguntas.
-Acho que sim, não estava tão complicada assim. -Respondi me lembrando da prova rapidamente.
-Então eu acho que devíamos sair para comemorar. -Disse com um sorriso que dizia que mesmo que eu não tivesse ido bem no teste ela sugeriria isso.
-Em uma terça-feira, jura Mel?! -Eu falei já pensando na ressaca do dia seguinte.
-Claro, por que não? -Ela perguntou quase exclamando.
-Tá. Vamos. Não adiantaria dizer que não. -Falei de forma tediosa, por conhecer Mel e saber que quando ela quer uma coisa, ela apenas pergunta de forma afirmativa, como se já tivesse decidido.
-Ótimo! Então vamos, assim teremos tempo para descansar antes de começarmos a nos arrumar. -Ela falou. Em minha cabeça eu só me perguntava de quanto tempo ela precisava para se arrumar para ir a um bar, mas resolvi não questionar e apenas a seguir em direção ao carro.

Oi gente! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim! Espero muito, muito que vocês gostem... Não se esqueçam de votar no capítulo(⭐️)... E me contem o que estão achando... Beijos😘

O IMPROVÁVEL AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora