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APROVEITEM😘


  -Fugindo de mim?-Luiz disse com um tom brincalhão e ao mesmo tempo sedutor. Ele estava claramente se divertindo com nossa brincadeira.

    Estávamos em uma sala escura, eu apostaria em depósito de limpeza. A única luz que havia era a  de uma minúscula janela que ficava no topo de uma das quatro paredes que haviam ali, naquele pequeno cômodo. O espaço entre nós era mínimo e como se em uma sinfonia, nossas respirações se encontravam, em sincronia. Meus olhos foram de encontro aos dele que, mesmo escuros, irradiavam um brilho cinzento. Eu conseguiria enxergar sua alma, se essa fosse minha vontade. E então, eu me despertei de meus devaneios. Desviei meu olhar.

-Como?! Eu saí antes de você...-eu questionava tentando suavizar a atmosfera do pequeno ambiente em que estávamos, com uma tentativa de parecer ainda parte da brincadeira. Ele me encarou com uma expressão incerta antes de também se despertar. -Parece que o novato conhece essa universidade mais do que você imagina.- Ele disse, com um tom misto. Misto de confusão e vergonha, que se escondia através da tentativa de ser cômico. Preferi não comentar e, fingi não perceber. Então apenas sorri, e era sincero, porque eu estava de fato achando engraçado. Não pela comicidade de sua frase, mas por ele e pela forma que ficou. E o clima suavizou. Havíamos voltado a atmosfera suave de antes.

-Uma aranha.- Luiz disse.

-O quê?-Eu disse sem entender.

-Você tem uma aranha no cabelo- Ele completou, com um pouco de receio. E era minha vez de brincar, de novo. Fingi histeria e pânico.

-TIRA ISSO DE MIM LUIZ! TIRA! TIRA!- E caí entre risos, ao ver sua expressão de terror, sem saber o que fazer. Levei minhas mãos à barriga, que doía pela enorme crise de risos que estava tendo.

-Você... acha... achou que... eu me assustaria com... um bichinho?!- Completei tentando controlar minha respiração entrecortada pela risada. Ele me olhava incerto, não consigo dizer se pela brincadeira, ou pelo fato que eu não me assuntar com o fato da aranha estar no meu cabelo.

-Eu... você... eu pensei que você estava realmente assustada... quer dizer, é como a maioria das garotas ficariam.- A incredulidade agora cobria seu olhar que parecia duvidar da minha indiferente reação. Vi naquela, minha chance de rebater à provocação.

-Então empatamos de novo, novato!- Eu disse me afastando, não tanto pela falta de espaço, mas o suficiente para alcançar a maçaneta da porta. Assim forcei a maçaneta e empurrei a porta à ouvindo abrir, apenas me despedi com um:
-Nos vemos por aí.- Com meu rosto apenas lateralmente virado, para me permitir olhá-lo por através dos ombros e, lancei um olhar divertido como se dissesse "venci!". E sai daquele cubículo.

Assim que estava de volta ao corredor, não fui capaz de seguir por sequer dois passos antes de perceber que Guilherme estava próximo.

-Droga!- Pensei. E no mesmo momento ele fechou abruptamente a porta de metal de seu armário e ajeitou sua mochila sobre um dos ombros e quando finalmente elevou seu olhar, percebeu o meu a lhe observar. Droga, droga, droga. Minha consciência continuava a martelar em detrimento aos meus pés que não saiam do lugar. E foi nesse momento que a porta de uma das várias salas que haviam naquele corredor abriram entre o espaço que havia entre nós e então saiu uma loira de longos cabelos ondulados, e oxigenados, com um corpo escultural, e uma roupa exageradamente vulgar, que sorriu, forçadamente, e seguiu na direção de Guilherme escandalosamente o abraçando. Ele parecia meio atônito com a ação, mas não recuou ou negou, enquanto ela parecia dizer alguma coisa, que eu não era capaz de ouvir. Virei-me em direção oposta àquela cena, e voltei a andar no corredor, afinal ainda me restava o quarto e último horário.

   Final e felizmente o sino soou e pude retornar aos meu deveres. A aula já estava no fim. Eu havia chegado antes de todos na classe e dessa forma o professor fora capaz falar comigo para que eu esperasse ao final, que ele teria novidades que me deixariam animada. Dificilmente, eu pensei, mas apenas concordei com um aceno e disse que sem problemas o aguardaria. Os alunos começaram a se retirar, enquanto eu calmante organizei minhas coisas e me aproximei da mesa do professor.

-Acha que podemos falar agora, professor?- Perguntei.

-Claro, me desculpe, apenas estava à organizar alguns papéis.- Ele calmamente respondeu enquanto ajeitava seus velhos óculos que descansavam na ponta do nariz.

-Bom, como você sabe os Jogos Internos estão se aproximando. E com ele, todos os cursos competirão entre si.- Ele fez uma pausa. Onde ele queria chegar com esse assunto?! Eu não sabia jogar, não tinha o corpo atlético e por Deus, o ensino médio já havia passado, eu não era obrigada a participar de tamanha idiotice. Não quando, na verdade o que importam nesses jogos é o álcool, o flerte e a masculinidade de imaturos homens.

-E como você é, em Literatura, uma das melhores redatoras e impecavelmente organizada, o Reitor pediu que eu a convidasse, ou a convocasse, à ser parte de nossa comissão de organização e administração. E então?!- Ele finalizou. Isso só pode ser brincadeira. Sério?! Eu já não tenho responsabilidades o suficiente?! Eu mal consigo resolver meus próprios problemas diários sem que isso me tire horas de sono. Com mais essa... Eu precisaria de um dia com no mínimo quarenta horas para conseguir.

Volteeeeei... E de férias!!! O que significa que se vocês quiserem eu posso postar várias vezes por semana... Não se esqueçam de VOTAR(⭐️) muuuito e comentar, por favor, pra eu saber o que vocês estão achando, é muito importante pra mim, ver a interação de vocês... XOXO😘

O IMPROVÁVEL AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora