Capítulo 9 - Fear

983 56 20
                                    

Andava apressada até o Salão Comunal da Sonserina, eu evitava todos aquele dia, sem ao menos saber o porquê.

Não fora ao café da manhã, nem ao almoço e agora fugia do jantar. Não queria encontrar os olhos gélidos de Scorpius com a promessa de que algo aconteceria hoje à noite, porque, apesar de tudo, mesmo eu falhando, eu tinha certeza que Scorpius levaria essa vingança em frente e seria pior se eu não estivesse lá. Também não queria encontrar os venenosos de Rose, ou os culpados e, ao mesmo tempo, temerosos de Albus.

Eu simplesmente não queria encontrar ninguém, mas não poderia fugir por muito tempo.

- Estava te esperando, Lily Luna – a voz sombria e enigmática, se é que uma voz poderia ser assim, de Scorpius me sobressaltou, fazendo eu soltar um ofego assustado e deixar um grito escapar.

- Você me assustou! – reclamei, tentando acalmar as batidas do meu coração.

- Por acaso, não estava fugindo de mim, não é? – ele perguntou sério, ignorando o meu comentário.

- Por que eu estaria? – reclamei, sem olha-lo nos olhos.

- Vingança... – ele murmurou, puxando meu rosto, me obrigando a encara-lo – Sabe o que significa, Lily Luna?

Eu assenti, minha respiração presa em minha garganta.

- Quem busca vingança deseja forçar o outro lado a passar pelo que passou e garantir que não seja capaz de repetir a ação nunca mais – ele continuou, me olhando com intensidade – Você quer continuar sofrendo por causa de Rose Weasley?

- Eu...

- Acha justo o que ela faz com você? – ele me interrompeu, forçando que eu me apoiasse em uma parede – Ou você se esqueceu de tudo, Lily Luna? Não lembra a dor de ser ignorada por seus pais? Seu irmão? – as imagens voltaram a minha mente e eu sabia que era ele que fazia isso – Lembra-se da conversa que escutou de seus pais? A mesma conversa em que seu pai se perguntava o que havia de errado com você, por que não poderia ser como sua prima?

As lágrimas escorriam livremente em meu rosto e eu tentava implorar que Scorpius parasse, mas os soluços impediam-me de formular qualquer frase.

"Esfreguei meus olhos, enquanto caminhava cegamente até o quarto de meus pais. Eu tinha onze anos, eram férias de natal e eu fui acordada por um pesadelo.

Antes, porém, que eu abrisse a porta do quarto dos dois, a voz alterada de meu pai me impediu. No dia anterior eu brigara com Rose porque a garota havia insinuado que eu estava ali, sentada a mesa da casa de minha avó, apenas por pena, que ninguém gostava de mim, a Sonserina.

- Eu não entendo o que eu fiz de errado! – papai gritou, enquanto eu escutava minha mãe tentando acalma-lo – Eu a dei tudo como os outros, mas ela se transformou em uma cobra, Gina. Uma cobra! Você viu o que ela fez com Rose ontem? Entende o que eu quero dizer?

Eu ofeguei, assustada. Sabia que não deveria ter machucado minha prima, mas ninguém sequer me perguntara o porquê daquilo. Todos apenas concluíam que era um ataque de fúria da transtornada Lilian, que se revoltava contra a prima por querer ser como ela. Inveja, talvez.

- Não fale assim querido, as crianças estão dormindo – mamãe tentou acalma-lo e eu sabia que ela chorava.

- Que ouçam! – ele gritou mais alto – Você viu a cara de Albus? Ele estava com medo! Medo, Gina! Medo da própria irmã – ele abaixou o tom de voz e eu até poderia vê-lo se sentando na cama, enquanto bagunçava os cabelos – Não entendo o que há de errado com Lilian, por que tão diferente? Ela poderia ser igual a Rose, ela sim seria uma boa filha, um exemplo... "

Better Than MeOnde histórias criam vida. Descubra agora