POV Scorpius
Desci as escadas atrás de Fred, não trocamos muitas palavras desde o dia que nos conhecemos, mas da família de Lilian ele era o com que eu mais... simpatizava. Fomos até a cozinha, onde grande parte dos Weasleys e Potters estavam, menos Lily Luna. Ótimo... Pensei comigo mesmo, sem deixar transparecer nada em minha expressão e me sentando ao lado de Fred. Cumprimentei educadamente os avós de Lily e com um aceno rápido, sua mãe. Harry me encarava furiosamente, as mãos apertando com força o garfo que segurava, lhe lancei um sorriso cínico e pude ver ele ficando vermelho, mas ignorei e comecei a comer.
– Bom dia! – a voz de Rose Weasley acabou com o silencio tenso que percorria a mesa, todos a cumprimentaram alegremente, sorrindo. Revirei os olhos, aquilo era patético. Continuei a comer, pouco me importando com a garota. Onde estava Lilian?
Suspirei pesadamente, quando imaginaria que eu, Scorpius Malfoy, estaria tomando café da manhã na casa dos Weasleys e namorando uma Potter? O que meu pai falaria disso? Sorri comigo mesmo, pensando em sua reação, provavelmente minha mãe o proibiria de dar um ataque, diferente do pai de Lilian. Era cômico ver o lado obscuro do grande Harry Potter, o garoto que sobreviveu e que derrotou duas vezes o Lord das Trevas. Harry Potter e quase toda sua família desprezavam uma de suas crias apenas por ela ter pensamento próprio e, consequentemente, se destacar dos demais e parar na Sonserina.
Sempre a achei diferente dos outros, desde a primeira vez que a vi, na plataforma, no meu primeiro ano em Hogwarts, quando ela trazia seu irmão, Albus, junto com os pais. E tive a certeza quando ela caiu na Sonserina no ano seguinte, me lembro do espanto de todos no Salão Principal, os ofegos, cochichos e olhos arregalados, como uma Potter havia ido para a Sonserina? Me lembro de sorrir para mim mesmo e observa-la atentamente enquanto ela olhava para a família, que estava completamente em choque na mesa da Grifinória, alguns com nojo. Ela os lançou um olhar penetrante e se encaminhou até nossa mesa, sorrindo minimamente para todos, que ainda estavam em choque demais para esboçar reação alguma.
Flashes de momentos eu que a via se transformando a meus olhos, a doce e infantil garota fora ficando mais amarga a cada vez que voltava a Hogwarts, seus sorrisos eram raros e seu olhar sempre perdido, geralmente na mesa de sua família. Eu percebia o olhar satisfeito de Rose Weasley e os olhares de repulsa de quase todos os seus primos e irmãos. Era estranho em como sempre me pegava a observando, analisando o que ela faria a seguir, até quando aguentaria isso quieta. Por que ela não reagia?
Em meu quinto ano, comecei a passar muito tempo com meu avô, me afastei de meu pai e minha mãe e me desliguei da escola. Minhas notas caíram, mas eu não me importava. Meu avô me ensinava coisas muito mais uteis que meus professores idiotas. Aprendi a usar feitiços complicados e bastante interessantes, dominei a arte de entrar nas mentes das pessoas e desenterrar suas lembranças mais assustadoras e dolorosas, aprendi a usar o feitiço da memória e o aperfeiçoar, implantando outras memórias no lugar daquelas que eu havia apagado. Sabia diversos feitiços letais e dolorosos, meu avô me ensinara tudo de magia negra e eu amava. No fim do ano, McGonagall chamou meus pais na escola sem que eu soubesse e contou que eu não participava de quase nenhuma aula e fugia da escola frequentemente. Eles não sabiam o que fazer comigo e McGonagall disse que eu não poderia continuar em Hogwarts desse jeito. Meus pais a convenceram de me dar uma segunda chance, que eu iria mudar e, como punição por isso, ela me obrigou a fazer novamente o quinto ano. Meus pais me proibiram de ver meu avô e de usar artes das trevas. As férias se passaram lentamente e no ano seguinte, meu único objetivo era ajudar a estranha Potter a se vingar, eu a transformaria em uma verdadeira Sonserina, só não esperava que fosse me apaixonar por ela no meio disso tudo.
– Hm... Scorpius? – a voz fina da garota a minha frente me despertou de minhas memorias, encarei Rose com ceticismo – Será que podemos conversar?
– Por que eu faria isso? – perguntei cínico – Não vejo o que possa ter de assunto contigo.
– É importante – ela insistiu. Apenas arqueei uma de minhas sobrancelhas, ainda desacreditado – Sobre Lilian.
Todos a nossa volta ignoravam a conversa. Ri, incrédulo, é claro que ignoravam, era isso que ela queria.
– Não vejo o que você possa querer falar sobre ela – falei por fim, a olhando friamente – Você não tem esse direito.
– Por favor... – ela implorou, os olhos brilhando, como se contivesse as lágrimas. Continuei a encarando, não acreditando em seu teatro. Ela tentou pegar uma de minhas mãos, mas rapidamente tirei de seu alcance – Apenas por dois minutos, depois eu deixo você em paz, para sempre.
Bufei, exasperado, e revirei os olhos.
– Você tem um minuto, e não pense que irei acreditar em uma palavra do que você diz – falei por fim, talvez assim ela realmente nos deixasse em paz por alguns dias, não que eu realmente teria fé sobre isso.
Ela abriu um sorriso gigante e pulou da mesa, indo até a porta da cozinha. Suspirei pesadamente e a segui, ninguém nos olhava diretamente, fingiam conversar ou comer, típico.
– Seu tempo está passando – comentei sarcasticamente assim que a alcancei, do lado de fora da casa.
– Scorpius... – ela arrastou meu nome e me olhou com suplica. Não mudei minha expressão, eu não acreditaria nela – Eu preciso de sua ajuda.
– Não sei porquê acredita que eu a ajudaria em algo – comentei sarcástico – Você não me conhece, Weasley, eu não sou sua prima que tem compaixão.
– Não sei do que você tá falando – ela murmurou, a voz um pouco hesitante.
– Nunca esperei que soubesse – abri um sorriso sarcástico, não esperaria que ela lembrasse, havia apagado sua memória – Seu tempo está se esgotando e até agora você não disse nada que me convencesse a ajuda-la, ou o motivo de me chamar até aqui.
– Eu queria me desculpar com a Lily – ela soltou um suspiro frustrado e me encarou suplicante.
Gargalhei, incrédulo, ela realmente acreditava que eu cairia nessa?
– Você só pode estar brincando com minha cara – comentei, balançando a cabeça incrédulo – Acha que eu acreditaria que você quer se desculpar? E pior, acha que eu a ajudaria a isso? Depois de tudo que você fez a Lilian?– eu gesticulava, mostrando minha frustração.
– Eu me arrependi! – ela insistiu, se aproximando de mim. A encarei cinicamente, mostrando que não estava ouvindo uma única palavra de sua boca – Ela é minha prima, somos uma família, temos que ficar juntos.
– Engraçado que você não se lembrou disso quando fez de tudo para que todos se afastassem dela assim que ela entrou para a Sonserina – falei sarcástico – Manipulou a todos para que acreditassem em você e excluíssem sua prima. Acho que descobrimos quem é a verdadeira cobra por aqui, não?
– Eu já disse que quero me desculpar, me arr...
– Seu tempo já acabou, Weasley – a interrompi – E sinto dizer que não acreditei em uma gota de veneno que caiu de sua boca.
Eu já ia me afastar para ir embora quando ela se jogou em cima de mim, me agarrando e juntando seus lábios com os meus. Depois disso, a única coisa que me fez sair de meu choque e incredulidade, foram as palavras de Lilian. Oh não, Lily...
----------
E ai, gente? Como vocês estão? POV do Scorpius para vocês, o que acharam?
Parece que a Rose que é a cobra, não é?
Comentem e votem!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Better Than Me
FanfictionRose Weasley sempre fora, indiscutivelmente melhor do que eu. A indefesa, tola e fraca Lílian Luna Potter nunca fora boa o bastante para vencê-la em algo. Mas Scorpius Malfoy mudou tudo aquilo, de uma estranha forma. E ele se tornara a única coisa q...