Capítulo 11

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O dia passou muito devagar já que eu não estava fazendo nada e nem conseguindo dormir, o Dante falou que ia passar aqui de tempo em tempo mas ele não apareceu e já faz quase três horas e meia que eu subi.

Assim, não que eu esteja querendo que ele apareça (até porque é dispensável qualquer falsa preocupação que ele queira demostrar) mas como sua funcionária exemplar e insubstituível ele deveria pelo menos se importar um pouco com minha saúde.

- Luna? Tá acordada?

Levantei da minha confortável cama e fui abri a porta.

- Agora que você vem me...

Parei de falar quando vi o que ele estava segurando, era uma sacola da lanchonete e eu acho que ele trouxe meus queridos donouts, dei um sorriso e fiz sinal pra que ele entrasse mas ele estava estranho, vermelho como um pimentão e com uma expressão que não consegui decifrar.

- Fique a vontade, você quer sentar na sala ou na copa?

Ele pigarreou e respondeu com uma voz estranhamente rouca:

- Na sala.

- Tá gripado? Você tá vermelho e com a voz rouca, será que sua garganta está inflamada? Deixa eu ver se você está com febre...

Me aproximei mas ele se afastou abruptamente e disse:

- Eu estou ótimo. Trouxe um mingau da lanchonete já que você está passando mal não deve ser bom comer as bobeiras que você costuma comer, tenho que ir agora porque o Hall de entrada está sem ninguém, talvez eu volte mais tarde.

Ele saiu muito rápido e eu nem tive tempo de reclamar por ele ter trago mingau e não "as bobeiras que eu costumo comer".

Dante *P.o.V*

Quando a Luna abriu a porta ela estava com uma camisa que mal cobria um palmo da coxa dela, se eu ficasse por mais alguns minutos poderia fazer alguma besteira.

Minha família é bem problemática, e eu levo a sério o respeito a garotas, pensamentos ilícitos são impossíveis de não haver mas as minhas ações eu controlo ao máximo.

Não conheço a família dela e muito menos seus costumes, acredito que eles sejam cheios de formalidades e regras pelo que ela me contou. O ponto não é que eu quero conhecer a família dela nem nada, até porque eu comecei a me envolver com ela por agora e isso está legal assim como tá, antes que eu conheça os pais de alguém é bom que eu tenha em mente algum compromisso sério, o que não é  o caso... Não sei porque tô pensando nisso, eu deveria ir tomar um banho bem gelado pra aliviar minha tensão.

...

Sábado

"Passo aí no seu apê daqui à pouco pra gente ir pra casa da minha
família."
~Dante

"Mano, eu esqueci total."
~Lua

"Se vira!!!"
~Dante

"Me dá uma hora!?"

~Luna


"Só tenta se arrumar logo, e tenta da um jeito de ficar menos bonita :p não quero ver meus primos te arroizando rs..."
~Dante

"Impossível :')"
~Luna

Essa garota... Fiz a barba, passei um gel no cabelo, coloquei uma blusa social azul marinho, uma calça jeans preta, nos pés estou usando um tênis branco e no pulso um relógio de prata que a Valentina me deu.

Peguei a caixinha com algo que tenho que entregar para a Luna depois e abri a porta.

- Você está vinte minutos atrasado.- Luna estava com um semblante furioso.

- Eu? Você que se atrasou.

- Eu te pedi uma hora e desde a nossa conversa se passaram uma hora e vinte minutos.

- Eu comecei a me arrumar depois que te enviei a mensagem, é clichê de mulher ficar atrasada quando se marca um compromisso. Eu detesto esperar então como já sabia que você não ia estar pronta no horário marcado mandei a mensagem antes de me preparar pra sair.

- Pra começo de conversa que eu não sigo esse clichê porque amo pontualidade, eu realmente esqueci.

Luna *P.o.V*

Revirei os olhos e fui andando, não sei nem porque resolvi fazer isso. Chegamos ao lado de fora e tinha um táxi esperando, já ia abrir a porta quando ele interveio.

- Vamos logo, quero terminar com isso o mais breve possível.- disse diretamente.

- Você é muito marrentinha, eu só quero te entregar isso -me deu uma caixinha pequena, preta e aveludada- minha família é tradicional então se você não usar isso vai ser estranho.

Marrentinha? Desde quando ele me chama assim? Abri a caixinha e tinha um par de alianças.

- Você não acha que tá muito cedo pra isso?- perguntei confusa.

- É só encenação, se vamos fazer isso pelo menos vamos fazer direito.

É lógico que é encenação, ele só quis ficar comigo, não havia sentimento nenhum envolvido. Coloquei a aliança no meu dedo e ele colocou a outra no dedo dele. Entramos no táxi e o Dante disse o endereço, espero que sejam amigáveis.

Hipocrisia Cor de RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora