capítulo 30

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Precisei esperar um bom tempo até que o doutor veio.

- A paciente recobrou os sentidos e pode ser visitada, porém, o senhor vai notar algumas sequelas, tais como: heterocromia central e amnésia retrógrada. Preciso que a família não pressione ela e que tenham paciência.

- Posso ver ela? Por favor, eu só quero vê-la.

- Me acompanhe por favor, trocamos ela de quarto mais cedo.

A cada passo eu fico mais ansioso. Não consigo pensar em mais nada além de ter ela novamente perto de mim todos os dias, a Estella finalmente vai conhecer a mãe dela do modo que deve ser.

Adentrei o quarto e ela estava olhando para a janela, quando virou pra mim e me olhou deu um sorriso.

- Dante.

Eu a abracei e não consegui dizer nada de imediato.

Luna *P.o.V*

Abri os olhos e me deparei com um cara lindo chorando ao meu lado... Ele não disse nada por uns cinco minutos e eu queria dizer muitas coisas como: O que aconteceu? Quem é você? Estou me sentindo em um tempo estranho. Meu corpo inteiro dói, pareço ter ficado assim por muito tempo.

Sempre que vejo essas cenas em filmes a pessoa estranha chorando ao lado da paciente é uma pessoa que gosta muito dela. Então esse homem que está aqui, de alguma forma entrou na minha vida e eu quero muito lembrar quando e como...

- Tudo... Bem?

Ele assentiu e me abraçou, foi uma surpresa e mesmo que ele seja um estranho foi como se o abraço dele fosse morada.

Constrangida eu perguntei:

- Você é?

Ele não respondeu e eu comecei a me observar, meu cabelo está enorme e minhas unhas já estão na hora de serem cortadas... E eu não estou vestindo rosa.

- Que dia é hoje? Cadê os meus pais?

Quando eu falei a palavra "pais" um flash passou na minha cabeça... Eu derramei uma lágrima.

- Eu preciso ver os meus pais.

Tentei sair mas minhas pernas não se movimentam. Que tipo de pesadelo é esse?

Minha mãe entrou correndo no quarto e me abraçou chorando.

- Minha filha... Minha filha... Quanto tempo...

- Mãe... E o papai?

De repente me veio uma lembrança horrível e parecia ser muito real mas não quero que seja verdade.

Ela me abraçou e atrás dela entrou a Drica com um homem e duas crianças lindas. A menina era muito diferente do casal e me chamou muita atenção, quando ela viu que eu estava chorando começou a chorar também e disse:

- A mamãe tá triste porque papai?

O homem ao meu lado pegou ela no colo e a abraçou. Quem ela está chamando de mamãe? Não é possível...

- Mãe? Ela é minha irmã? Cadê o papai?

Ninguém falou nada e eu comecei a me sentir sufocada.

- Alguém me responde... Drica, quem são essas pessoas?

Ela olhou preocupada para o Josh... Josh?

- Josh!

Várias lembranças foram surgindo e minha cabeça começou a doer. Tudo está um desorganizado, eu não consigo me lembrar das pessoas e ninguém me responde... Comecei a entrar em pânico e ficar tonta.

Hipocrisia Cor de RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora