Capítulo 2

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Acordei com o barulho das buzinas, odeio dias agitados. Esse é um dos problemas de morar na Avenida Principal.

Fiz minha higiene, trancei meu cabelo e coloquei uma coroa de flores em tons claros de rosa, uma blusa com alguns pássaros que parecem estar livres, uma saia rosa mais escura e uma gladiadora clara. Passei um gloss cor da boca, base, pó e um blush que faz minhas bochechas terem um pouco de cor.

Peguei minha bolsa rosa salmão coloquei meu celular, carteira, balas e mais alguma coisa que eu possa precisar pra relaxar hoje.

Geralmente ninguém precisa dizer o que eu preciso ou não fazer, mas estou tão desorientada que até o Dante (o porteiro) teve que abrir a porta porque eu não estava conseguindo (ao invés de empurrar eu estava puxando).

- Teve pesadelos cor de rosa?- Perguntou sarcástico.

- Não é da sua conta.

- Acordou de mal humor?

- Eu não, já você parece estar em estado constante de mal humor.

- Falou a meiguice em pessoa.

- Você é bizarro.

- Bizarro?- Arqueou a sobrancelha direita.

- É, tipo... Ridículo.

Ele me olhou torto e se recompôs...

- Você não me acha ridículo.- Disse sério.

- Acredite, eu acho.- Não acho não.

Ele riu, olhou pra baixo e depois me encarou com aquele sorriso de lado perfeito que ele deve fazer pra que as outras meninas se derretam.

- Você não me acha não, eu devo ser o cara mais lindo que você já viu.

Foi a minha vez de rir, eu ri como a tempos não ria.

- Olha só David...

- Dante.- Me corrigiu.

- Que seja... Olha só Dante, não tenho tempo pra ficar discutindo com você. Tchau.

Disse e saí logo, revirei os olhos e ri. Ele é idiota, só que um idiota que eu gosto de implicar.

Estava andando a um bom tempo e estava cansada. Já caminhei uns seis bairros.

- Ei gata, mamãe e papai esqueceram de dar sua mesada?

Um cara que estava em um grupo implicou.

- Eu acho que o motorista particular dela deve ter se atrasado.

Disse outro cara e todos os outros riram.

- Quer uma caroninha?

Apressei o passo e com menos de dez minutos cheguei na casa da Drica. Fui entrando, chamei por ela e ninguém respondeu.

- Lua?

- Oi Laura, cadê a Drica?

- Adriana está no trabalho, você também não devia estar lá?- Perguntou com o cenho franzindo.

Esqueci completamente, não acredito que andei até aqui à toa.

- Ah, não... É uma longa história. Eu vou indo então.

- Senta aí, você parece estar cansada. Veio correndo do ponto de ônibus até aqui?

- Na verdade eu vim a pé.

Ela me olhou desacreditando e eu dei de ombros.

- Senta, toma um copo de água. Faz um bom tempo que você não vem aqui.

Hipocrisia Cor de RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora